Reyno de Portugal

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SAUDADES DE COIMBRA? QUARTA-FEIRA, DIA 5, VAMOS CELEBRAR PORTUGAL!

OUTUBRO - MÊS D'EL-REI DOM DINIZ

 
Dom Dinis foi um grande Rei, sábio e justo, bom administrador, excelente poeta e músico.
 
Amante da paz, nunca iniciou uma guerra. Nobre e corajoso, enfrentou os seus inimigos e lutou pela paz, quando lhe moveram guerras. Protegeu as fronteiras com a construção de uma linha de castelos para defesa, em caso de ataques.
 
Celebrou com Castela o tratado de Alcanises, definindo os limites de Portugal e dando-lhe a unidade territorial que ultrapassa sete séculos de história.
 
Fundou e reconstruiu muitas povoações, com vista ao povoamento de todo o território.
 
Enriqueceu Portugal desenvolvendo todas as áreas: a agricultura, o comércio, a marinha, as artes produtivas, a exploração mineira.
 
Promoveu a cultura fundando a Universidade e ordenando o uso da língua portuguesa nos documentos, em substituição da latina.
 
Engrandeceu Portugal no desempenho de missões diplomáticas, por incumbência Papal.
 
Foram ainda os seus dotes de diplomata e bom governante que o levaram a fundar a Ordem de Cristo, à qual doou os ricos bens do Templários, de que Portugal teria sido desapossado em consequência da extinção desta ordem militar.
 
Bom gestor, conservou e acrescentou o tesouro público, legando aos portugueses um erário sem dívidas.
 
Por tudo isto, foi um Rei amado pelo seu povo!
 
Maria Máxima Vaz - Pensar Odivelas

Grupo Pensar Odivelas vai promover no próximo mês de Outubro uma série de iniciativas para comemorar o 750º aniversário do Rei Dom Diniz, o qual, como todos sabem teve uma importância impar na História de Portugal  e cujo a sua vida esteve tão intimamente ligada à nossa Terra  que inclusivamente a escolheu para o seu eterno descanso.

Assim destacamos as seguintes iniciativas, para o qual está desde já convidado(a):

- 07/10 às 21.00h. (ISCE)
Conferência
Dom Dinis o Lavrador - O Seu Reinado e o Seu Legado.
Oradores: S.A.R., Dom Duarte, Duque de Bragança,  Assunção Cristas, Rosado Fernandes, Maria Máxima Vaz e Carlos Coelho.

- 15/10 às 14.30h.
Tertúlia.
Dom Dinis e Santa Isabel
Av. Amália Rodrigues 17-A

- 22/10 às 14.30h.
Visita Guiada aos Monumentos Históricos
Guia: Maria Máxima Vaz.
Local de Encontro: Sr. Roubado
Pré-Inscrição - Valor: € 5.00

- 28/10. às 20.30h
Jantar/Concerto
Forno da Cidade
Pré-Inscrição - Valor: a divulgar.

Para informações agradecemos que nos contacte por email para:
pensarodivelas@gmail.com
Fonte: Pensar Odivelas 

(Clique na imagem para ampliar)
Tirado daqui

VISITA DE S.A.R., O SENHOR DOM DUARTE À FREGUESIA DE OLIVEIRA SÃO PEDRO

S.A.R., O Senhor Dom Duarte, da Sereníssima Casa de Bragança, visitará a Freguesia de Oliveira S. Pedro, Concelho de Braga, no próximo dia 15 de Outubro (sábado).
Do programa consta a visita a marcos da Casa de Bragança existentes e inauguração da primeira réplica de Marco da Casa de Bragança, marcos que testemunham as delimitações de Senhoria da Casa de Bragança.

"Ex.mo Senhor Eng. Beninger,
Venho, por este meio, confirmar a disponibilidade de S.A.R., O Duque de Bragança, de se deslocar a Oliveira de São Pedro no dia 15 de Outubro.
Com os meus melhores cumprimentos,
Secretariado de S.A.R., O Duque de Bragança"
Fonte: PPM Braga

PAPA JOÃO XXI: NOS 735 ANOS DA SUA ELEIÇÃO PAPAL

Falar do Papa João XXI, que fora, antes da eleição ao Papado, Pedro Hispano ou Pedro Julião, nascido e criado em Lisboa, não é apenas dar a conhecer um Português que ocupou a Cadeira de Pedro no século XIII. Na verdade, trata-se também e principalmente, de uma das figuras mais notáveis do seu tempo, como médico, como filósofo, como teólogo, como mestre universitário.

Foi muito curto o seu papado – apenas oito meses e cinco dias – interrompido por um acidente dificilmente explicável, um desabamento no palácio papal, em Viterbo, onde tinha sido eleito. Mas estes poucos meses mostraram um Papa que, embora acusado por alguns de pouco sensato, pela liberdade com que recebia gente de qualquer classe social, foi enérgico, decidido, disciplinador, unificador e pacificador, isto é, o Papa de que a Igreja necessitava nos momentos difíceis que atravessava.

 
Fala-se bastante do homem de ciência que foi eleito Papa, e que o tornou conhecido como «Clericus Universalis» e «Magnus in Sciencia». A sua eleição foi uma surpresa, e terá sido consequência da guerra de influências entre duas famílias poderosas, os Orsini e os Collona, uma apoiada pelo partido francês, outra pelo partido ítalo-germânico. Pedro Hispano não era italiano e não pertencia a qualquer partido. Possuía, sim, uma cultura e um prestígio científico excepcionais, assim como a fama de homem recto, que acabaram por se sobrepor às guerrilhas políticas e à pressão da população de Viterbo, que exigiu a eleição papal sem mais delongas, num conclave que poderia ter sido agitadíssimo, à semelhança do vergonhoso conclave anterior.

Mas, além de homem culto, que dominava a ciência médica, a história natural, a filosofia, a lógica e a psicologia, que lia directamente no grego ou no árabe as obras mais representativas dos autores antigos, veio a revelar-se, como Papa, um verdadeiro disciplinador das desordens internas na Igreja, um pacificador enérgico das disputas e ambições entre os príncipes e reis cristãos, um unificador da Igreja, conseguindo o regresso à unidade da Igreja do Oriente, e um verdadeiro precursor das relações ecuménicas. Vale a pena deixar um pequeno apontamento sobre este trabalho verdadeiramente ciclópico, realizado em tão curto espaço de tempo.

Pode-se dizer que iniciou o seu pontificado “por dentro”, castigando severamente os autores dos distúrbios durante os conclaves em que participou, confirmando também a suspensão das Constituições para as eleições pontifícias, efectuada pelo seu antecessor, Adriano V, com a intenção de as libertar de todas as influências políticas que habitualmente as inquinavam.

No plano externo, obteve a reconciliação entre as Casas de Anjou e de Habsburgo, conseguindo a paz na península italiana. Sabendo que estava prestes a estalar a guerra entre Afonso X de Castela e Filipe III de França, enviou imediatamente dois Legados, dotados de todos os poderes canónicos, incluindo a excomunhão, no sentido de evitar. Graças ainda à sua acção diplomática, persistente e inteligente, junto imperador de Bizâncio Miguel Paleólogo, obter a unificação das duas Igrejas, sob a autoridade do Papa, sucessor de Pedro.

A sua obra escrita, muito extensa, tem sido objecto de estudos repetidos. E se muitas delas já não oferecem dúvidas quanto à sua autoria como as duas obras maiores, Thesaurus Pauperum e Summa Logicales, outras existem que provavelmente foram acrescentadas por diversos autores, para obterem o prestígio do prodigioso Pedro Hispano. O Thesaurus Pauperum foi a primeira obra médica escrita a pensar nos pobres; a Summa Logicales, tratado de Lógica, foi o tratado adoptado durante alguns séculos por muitas universidades, e redescoberto no século XX.

Desconhece-se a data do seu nascimento; os estudos que têm sido realizados apontam, porém, para um ano situado entre 1205 e 1210. Em 1276, quando trabalhava no seu gabinete no palácio papal (diz-se que estaria a escrever as novas Constituições para as eleições papais, muito duras e disciplinadoras), o desabamento do tecto atingiu-o gravemente, vindo a morrer poucos dias depois.

Existe uma única obra publicada em língua portuguesa, com estudos aprofundados sobre o Homem e a sua obra, realizados por especialistas de prestígio. Cada estudo é precedido por um extenso resumo escrito pelo coordenador da obra, e que facilita a sua leitura e compreensão. Trata-se do livro «Pedro Hispano Portugalense», coordenado pelo Prof. Doutor Boléo-Tomé, e editado pela revista «Acção Médica». O livro constituiu uma homenagem ao médico, cientista e Papa, homenagem de que se fez eco a Sociedade de Geografia de Lisboa.

A PRINCESA VITÓRIA DA SUÉCIA ESTÁ GRÁVIDA

As boas novas chegaram à Suécia. SAR a Princesa Vitória da Suécia e o seu marido SAR o Príncipe Daniel da Suécia esperam um herdeiro. Segundo as regras de sucessão suecas, independentemente do género, este filho será o segundo na linha de sucessão ao trono, a seguir à sua mãe. O nascimento é esperado para março de 2012.

Para ler mais aqui.

MUSEUM OF BAVARIAN KINGS OPENS ITS DOORS

Image Source: DPA
The Museum of Bavarian Kings opened in Schwangau on Friday. The new museum traces the history of the Wittelsbach dynasty, which ruled the southern German kingdom until 1918.

The museum is housed in the former Grand Hotel Alpenrose on the shores of the Alpsee, a lake made famous by its proximity to two castles: Hohenschwangau and Neuschwanstein, the white palace built by Ludwig II and popularized by Walt Disney’s iconic castle.

With 1,000 square metres of exhibition space, the museum will explore the Wittelsbach family, who ruled from 1180 until the 1918 revolution in Bavaria.

Over a million tourists visit the fairy tale castle of Neuschwanstein every year, and the Wittelsbach Equalization Fund, which manages the property and possessions of the former ruling dynasty, hopes to attract around 200,000 of those visitors to the new museum.

“People are fascinated with Neuschwanstein, but they return from their visits with many unanswered questions,” said Elisabeth von Hagenow, the art historian who coordinated planning, construction and conception of the museum over the last three years.

The 800-year family history will be presented in the two-story space. An exhibition highlight includes the “walk in family tree,” which offers visitors an extensive orientation to the Wittelsbach dynasty. Porcelain, jewellery and portraits also illustrate the family’s influence.

One of the most valuable displays, according to Luitgard Löw, the new museum director, is the 90-piece precious carved tableware set – a wedding gift from Ludwig I to his son and heir, Maximilian II.

Visitors, however, may be more impressed with the spectacular dress coat that belonged to Ludwig II. The museum also has an entire section dedicated to the “Swan King” and the legends surrounding his life and death.

The museum is not merely intended for tourists, though, von Hagenow said. “We also want the acceptance of the residents of Schwangau.”

It’s not a coincidence that the museum is located in the Allgäu region, nestled in the shadow of the royal palaces. The Wittelsbach family has always been closely connected with the area and its inhabitants, Löw said. In fact, the current head of the house of Wittelsbach, Duke Franz of Bavaria, was an advisory board member during museum construction.

The natural surroundings were also an important factor in deciding on the museum's location.

“We don’t want to use the museum to turn the Wittelsbach house itself into a memorial,” von Hagenow told newspaper Die Welt. “It was important to us to bring the landscape into the museum, to show how important the extraordinary location in nature and on the lake was for the Wittelsbach family.”

DAPD/The Local/emh

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DA IMPORTÂNCIA DA CHEFIA DE ESTADO

Não gosto de unanimismos. Assim, foi pasmado que assisti ontem ao debate entre jornalistas na SIC Notícias sobre a inédita entrevista ao presidente da república: nenhum dos convidados fez o mais pequeno esforço por disfarçar a sua antipatia para com o personagem, sendo que os esgares de ressentimento de António José Teixeira pareceram-me até despudorados. Deste fenómeno de unanimidade do “quinto poder” que se evidencia há muito, pelo menos desde que se começou a adivinhar a inevitável a reeleição de Cavaco, o que me aflige mesmo é a dificuldade dos jornalistas tirarem daí as devidas ilações: o modelo semipresidencialista remete-nos para uma mistificação a respeito dos poderes e isenção do cargo. Um mito benigno para os da sua facção, maligno para os seus detractores, trágico para a Nação. Ou seja, a falta de uma Chefia de Estado orgânica é bem mais grave quando o país se acerca do olho do furacão e carece como nunca dum sólido símbolo de unidade.

publicado por João Távora em Real Associação de Lisboa

PAIVA COUCEIRO - ENTREVISTA A FILIPE RIBEIRO DE MENESES

“Paiva Couceiro – Diários, Correspondência e Escritos Dispersos” é o novo livro de Filipe Ribeiro de Meneses, que é apresentado esta quarta-feira, às 18h30, na Torre do Tombo, em Lisboa, numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.

Nesta entrevista conduzida pelo jornalista José Guerreiro, Filipe Ribeiro de Meneses revela como surgiu a ideia de escrever esta obra e destaca a importância do arquivo de Paiva Couceiro que está na posse do seu neto, Miguel Luiz de Noronha de Paiva Couceiro, e que esta tarde vai ser doado ao Estado português.

O historiador e professor da National University of Ireland lembra que Paiva Couceiro era de tal modo temido pela ditadura militar que era receado o seu regresso do exílio em Madrid, porque isso poderia significar a reimplantação da monarquia.
2011-09-14
Publicado por Causa Monárquica

DOMINGO, 2 DE OUTUBRO: REAL REGATTA DAS CANOAS


Realiza-se no Domingo, 2 de Outubro de 2011 (das 13h00 às 16h00), mais uma reconstituição histórica da Real Regatta das Canoas, a 6.ª do Séc. XXI.


Esta Regatta - que se realizou pela primeira vez em 1845 - constituíu uma homenagem prestada pela Família Real Portuguesa aos fragateiros, arrais, bordas d’Água e todas as gentes ligadas à faina do Tejo e dos campos do Tejo (varinos, avieiros, gaibéus, entre outros) que ajudaram na resistência e combate às invasões do Séc. XIX.


Na Praia de Pedrouços, no Forte do Bom Sucesso e em especial no rio Tejo não deixem de assistir à partida ao ferro e velas em baixo e acompanhar o maior espectáculo do Mundo.

Trata-se da única Regatta do MUNDO que todos os anos segue as regras de 1845, constantes do Regulamento (carreguem na imagem para a aumentar).

Se puderem, se gostarem e se não vos bastar assistir a partir de terra, venham com a Marinha do Tejo e embarquem numa canoa ou numa fragata ou numa caravela e sintam a sensação extraordinária que é «trabalhar como um só», o lema da Marinha do Tejo.

Tragam a Família e os Amigos, em particular as CRIANÇAS, que terão histórias fantásticas para contar na escola e aos amigos!
Programa
12h30 – Chegada das embarcações à Praia de Pedrouços
13h00-13h30 – Ao ferro, na praia, nas posições sorteadas
14h00 – Sinal para a largada das “faluas e canoas”
14h05 – Sinal para a largada dos “catraios”
14h10 – Sinal para a largada das “embarcações em passeio”
16h00 – Hora prevista da chegada das primeiras embarcações à “Linha de Chegada” no Montijo
17h00 – Regresso das embarcações aos portos de origem ou pernoita no Montijo

Em hora e de forma a indicar: o regresso das embarcações em passeio e dos respectivos passageiros a Pedrouços ou Belém.


 

 

REAL REGATA DAS CANOAS, 1845-2011


S.A.R., DOM DUARTE DE BRAGANÇA TROUXE DE VOLTA  A REAL REGATA DAS CANOAS
S.A.R., Dom Duarte com o Prof. Fernando Carvalho-Rodrigues na Real Regata das Canoas em 2006.
Fernando Carvalho-Rodrigues tem uma enorme paixão: o rio Tejo e as canoas. Este sonha que, um dia, o rio Tejo volte a surgir repleto de embarcações de vela erguida. Por isso, o nosso cientista é proprietário de uma canoa típica, de nome "Ana Paula". Desde muito jovem, viveu sempre numa zona ribeirinha e, todos os dias, ao dirigir-se para o Liceu Nacional Gil Vicente, que frequentou durante 7 anos, contemplava sempre que podia o rio e as respectivas fragatas e canoas com a vela desfraldada.

O investigador está empenhado em recuperar uma memória com mais de 50 anos... Este desafio lançado por Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, consiste em trazer de volta a Real Regata de Canoas, que se realizava a 4 de Outubro, de acordo com um regulamento de 1854.

HOJE, SS.AA.RR., OS DUQUES DE BRAGANÇA VISITAM VILA FRANCA DE XIRA

Dia 30 de Setembro (Sexta-feira), os Duques de Bragança (Dom Duarte Pio e Dona Isabel de Herédia de Bragança) visitam a cidade de Vila Franca de Xira, por ocasião da XIV Tourada Real a realizar na praça de toiros “Palha Blanco”, integrada nas comemorações dos seus 110 anos.
O programa da visita é o seguinte:
17h00 - Recepção e cumprimentos no Salão Nobre da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira;
17H30 - Visita à Igreja da Misericórdia e Museu da Misericórdia;
18h00 - Inauguração da Exposição de Pintura “Arte e Toiros” (Rua Dr. Miguel Bombarda, N.º 161), da autoria de Maria Sobral Mendonça, seguida de visita à Casa Museu Mário Coelho;
18h30 – Visita a Tertúlias, no Largo Telmo Perdigão;
18h45 - Visita ao Celeiro Patriarcal – Exposição “Linhas de Torres”;
21h30 - Saída do cortejo a pé - Da Praça do Município até à Praça de Touros Palha Blanco;
22h00 - XIV Tourada Real.
 
CAVALEIROS: Rui Salvador, Luís Rouxinol, Vítor Ribeiro, Filipe Gonçalves, Manuel Telles Bastos, Marcelo Mendes. FORCADOS: Montemor e Vila Franca. TOIROS: Manuel Coimbra
 
No intervalo Dom Duarte descerá do Camarote para inaugurar uma placa alusiva ao evento que comemora 110 ANOS DA INAUGURAÇÃO DA PRAÇA PALHA BLANCO.

FEIRA SETECENTISTA - QUELUZ

AMÉRICO CARNEIRO: ELEIÇÃO, POR UNANIMIDADE, COMO MEMBRO DA ACADEMIA DE LETRAS E ARTES


“Assunto: Para Conhecimento: Eleição como Membro da Academia de Letras e Artes.
Venho, por este meio e muito respeitosamente, dar conhecimento a Vossas Excelências da missiva hoje por mim recebida e que me comunica a honrosa Eleição por Unanimidade para Membro da Academia de Letras e Artes, na Classe de Artes. Tal Eleição foi, igualmente, ratificada por unanimidade.
Com os melhores cumprimentos,
Américo Carneiro

Ao amigo, ao grande monárquico, ao excelente pintor e ao recente eleito Membro da Academia de Letras e Artes, Américo Carneiro um grande abraço e o meu bem haja.

HOMENAGEM AO DOUTOR ANÍBAL PINTO DE CASTRO, NO 1º ANIVERSÁRIO DE FALECIMENTO

 
Prezados irmãos, colegas e amigos,
 

Convidamos todos os parentes, colegas e amigos do Doutor Aníbal Pinto de Castro a participar na missa de sufrágio por sua alma, que será  celebrada na Igreja da Rainha Santa Isabel às 18.00 horas do dia 8 de  Outubro de 2011.
Seguir-se-á o descerramento do seu retrato na sala de reuniões da  Confraria da Rainha Santa Isabel.

A Casa da Infância Doutor Elísio de Moura
A Santa Casa da Misericórdia de Coimbra
A Confraria da Rainha Santa Isabel

COMEMORA-SE HOJE A FESTA DOS TRÊS ARCANJOS: SÃO MIGUEL, SÃO GABRIEL E SÃO RAFAEL

S. Miguel Arcanjo, padroeiro de Portugal

«Sabe-se que os Christãos dos primeirostempos olhavam aquelle santo como um dos génios tutelares da medicina, e é pois natural que adesignação de S. Miguel succedesse à de Endovellico.»
José Leite de Vasconcelos em Religiões da Lusitânia Vol. II

Arcanjo S. Miguel, escultura portuguesa
oriunda de uma oficina coimbrã do
séc. XV.
Reza a lenda que D. Afonso Henriques, antes de defrontar os infiéis em terras escalabitanas, durante o ano de 1147, terá invocado a divina protecção e auxílio de S. Miguel Arcanjo que, respondendo às preces do monarca português, fez descer dos céus o seu punho alado, derrotando as forças sarracenas. Segundo a tradição, D. Afonso Henriques, como forma de agradecimento pela intercessão divina do Celestial Condestável, consagrou-lhe o seu jovem reino, confiando-lhe a sua protecção.
 
A devoção do primeiro rei de Portugal pelo Arcanjo S. Miguel ser-lhe-ia tal que o teria levado à criação da lendária Ordem Equestre e Militar de São Miguel da Ala, também conhecida por Ordem de São Miguel da Ala, Real Ordem de São Miguel da Ala, ou Ordem da Ala, mais tarde reactivada ou recriada pelos partidários do rei D. Miguel. Polémicas aparte, é hoje tomado como certo que o Arcanjo S. Miguel terá sido o primeiro padroeiro de Portugal, até que durante o reinado de D. João I, por influência do seu casamento com D. Filipa de Lencastre, se adoptou S. Jorge como orago nacional. Só após a Restauração de 1640, a Dinastia de Bragança decidiu coroar a Nossa Senhora da Conceição como rainha e patrona de Portugal, afastando-se desta forma a hipótese de regressarmos ao patronato do nosso primordial protector. 
 
Celebrado liturgicamente a 29 de Setembro, S. Miguel Arcanjo é venerado pelas três religiões do livro, judaísmo, cristianismo e islamismo, estando o seu culto largamente disseminado na Europa, onde encontramos o seu caminho geográfico-esotérico que liga em linha recta o santuário do Mont Saint-Michel (Norte de França), à Sacra di San Michele (Norte de Itália) e às grutas de S. Michele de Gargano (Sul de Itália). Contudo, é em Portugal que o culto a S. Miguel Arcanjo nos surge aparentemente mais enraizado, fruto de uma ligação ancestral de origem pré-cristã.
 
Ora, conforme é sobejamente sabido e discutido, Portugal é um dos locais na Europa onde a religiosidade é transcendentalmente vivida de uma forma bastante heterodoxa e espiritual, encerrando em si os mistérios esquecidos de um imaginário divino, albergado num inconsciente colectivo herdado numa época ou tempo histórico pré-fundação. Assim, é com alguma naturalidade que assistimos a uma harmónica simbiose entre o paganismo e o cristianismo que aqui soube adaptar-se ao cultos ancestrais das nossas gentes. Esta é no fundo a perspectiva defendida nos estudos seminais de José Leite de Vasconcelos em obras como Religiões da Lusitânia, onde o autor avançava com a possibilidade de Endovélico, principal divindade do panteão lusitano, ter adoptado a forma de S. Miguel, face à impossibilidade deste poder ser reconvertido no Deus cristão. 
 
Baseado nesta interpretação, poderemos encontrar um estreito diálogo político-cultural de carácter trans-religioso entre o pré-Portugal e Portugal, permitindo-nos conhecer um pouco melhor as nossas raízes e matrizes filosófico-culturais e histórico-espirituais. É por isso importante sabermos distinguir, interpretar e preservar os símbolos da nossa cultura, pois estes formam no seu conjunto a linguagem das nossas verdades superiores.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A RAZÃO DO BOM COMBATE

No dia 29 de Agosto passado publiquei um artigo que questionava o actual regime legal de alteração de sexo. A 4 de Setembro seguinte, o mesmo jornal publicou uma contundente resposta àquela pacífica crónica.

Por essa altura, o director de um semanário, que escrevera um inofensivo texto de opinião sobre os «casamentos» entre pessoas do mesmo sexo, sofreu, por esse motivo, uma impiedosa campanha de ataques pessoais. Estes casos obrigam a questionar: está em causa a liberdade de pensamento e de expressão em Portugal?

A «igualdade de género» e os casamentos ditos homossexuais são teses aguerridamente defendidas por poderosas organizações nacionais, com a cobertura de instituições internacionais. Estes lóbis têm uma grande influência política e, em geral, gozam de um complacente acolhimento por parte dos meios de comunicação social.

Os defensores destas teses, tidas por avançadas e mesmo progressistas, advogam, na prática, uma unicidade cultural. É razoável que se lhes reconheça a liberdade de divulgação das suas opiniões, mas não a sua pretensão de silenciar as vozes discordantes. Este seu propósito não consta formalmente, é certo, mas resulta da sua estratégia de depreciação pessoal e de intimidação sobre quem se atreva a questionar o seu ideário político e social.

Um dos princípios da democracia é, precisamente, a liberdade de pensamento e de expressão. Mas esta liberdade não subsiste senão no respeito por todos os cidadãos, quaisquer que sejam as suas opiniões, desde que as mesmas não tipifiquem um delito de injúrias que, obviamente, de verificar-se, deve ser punido.

Mas o incondicional respeito pelas pessoas, pela sua dignidade e pelos seus direitos fundamentais, não tem por que traduzir-se pela adesão às suas opções. É recorrente pressupor, por exemplo, que os que defendem o matrimónio natural são contra as pessoas com tendências homossexuais, convertendo-se assim, abusivamente, uma legítima divergência conceptual numa inadmissível ofensa pessoal. Deste jeito logra-se, através da falaciosa vitimização das pessoas, a injusta condenação da tese que se pretende contraditar.

Com a mesma lógica, ou falta dela, os regimes totalitários entendem que são anti-patriotas todos os dissidentes quando, na realidade, estes apenas defendem um outro modo de servir a pátria, que seguramente não amam menos nem servem pior do que os seus opositores.

Todas as pessoas, sejam quais forem e como forem, merecem respeito, mas as suas circunstâncias – sejam elas opções de vida, ideias, teorias, gostos, doenças ou taras – nem sempre são igualmente respeitáveis. É legítima a liga contra o cancro, mas não o seria uma liga contra os doentes de cancro, por exemplo.

Mas a questão fundamental não é, contudo, a da identidade de género ou a da natureza do matrimónio. O que realmente está em causa é mais do que isso: é o modelo de sociedade que se pretende para o nosso país, para a Europa e para o mundo.

Contra a intolerância e o totalitarismo dos que pretendem impor critérios contrários à ordem natural, há que recordar as exigências da natureza humana, fundamento dos direitos fundamentais. Contra a ideologia contrária aos princípios da doutrina social da Igreja, há que defender o direito de opinião e de intervenção cívica dos fiéis, que não são menos cidadãos do que os não-cristãos. Não se trata de impor à sociedade os dogmas da fé católica, mas fazer respeitar o direito de cidadania da mundividência cristã, sem excluir as outras religiões e filosofias sociais.

Defender a liberdade de pensamento e de expressão é, entre outras, missão da Igreja a que me orgulho de pertencer e que modestamente sirvo. Esta é, como cristão e como cidadão, a razão da minha luta. Não tenho a veleidade de vencer, nem de convencer, mas não me demito do meu dever de travar o bom combate da fé.

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
 

DISCURSO DE RUI PAIVA MONTEIRO, ALMOÇO DO IDP (24.09.2011)

Exmo Senhor Presidente do IDP
Exmos Elementos da Direcção
Exmos Companheiros de Armas

É para mim impossível estar com vocês, embora seja uma altura de alegria e convívio sempre que há um almoço entre companheiros Realistas não posso fugir da realidade que me afecta diariamente e que impossibilita de estar com vocês. Comungamos os mesmos ideais e aspirações, vivemos com aflição todos os problemas que andam nos corações de todos os portugueses porque acima de tudo Portugal não é só uma Pátria mas sim uma grande família e por isso tenho a profunda certeza de que tudo o que fazemos é para o Bem Comum.

Passados 4 anos desde a fundação do IDP muita coisa mudou sobre o panorama político nacional e mesmo Realistas, eu próprio também mudei como ser humano. Deixámos de ser um grupo posto à parte na sociedade para hoje sermos um grupo que faz sombra e ao mesmo tempo faz pensar seriamente aqueles que defendem a Menina de Peito ao Léu . Hoje a nossa Causa está espalhada por toda a internet sobre várias formas tentando ultrapassar a cortina da censura que as Media em Portugal fazem sobre a Causa Realista.

Passados 4 anos entraram nas nossas fileiras caras novas e saíram outras coisas, e lealdade fixou aqueles que sempre lutaram não por títulos e medalhas de cortiças mas sim por uma Chefia de Estado diferente que responda a um diferente conceito de Democracia onde o Chefe de Estado não pertence a nenhum dos pratos da balança da Democracia. Com as dificuldades que todos temos vamos continuar, vergar não é palavra do nosso dicionário nem que a onda seja grande … preferimos ir em frente mesmo que os remos partam.

Estamos no bom caminho, temos ajudado a juntar pessoas e organizações que em tempos era impossível pensar que fosse possível, temos lutado todos os dias para que os estigmas que nos colaram sejam definitivamente eliminados da Sociedade Portuguesa.

Não sendo possível estar com vocês em corpo estou em espírito, peço um brinde a Portugal por todos nós.
Um Abraço a todos os conhecidos e companheiros de ideias

VIVA PORTUGAL !!!

Conselho de Curadores
Coordenador Instituto da Democracia Portuguesa – Redes Digitais
Rui Paiva Monteiro


O VÍRUS

Somos portadores de um vírus altamente perigoso para nós e para a sociedade. É o vírus da anti-solidariedade.
Quem o disse foi o cardeal Tettamanzi – um homem que sabe do que fala, porque foi arcebispo de Milão, uma das maiores dioceses do mundo. Esteve esta semana em Fátima para nos despertar para as coisas essenciais.
O virus da anti-solidariedade faz com que cada um viva como se estivesse numa ilha deserta, à maneira de Robinson Crusoé. Como se nunca tivesse sido gerado por ninguém e pudesse viver, crescer, aprender, trabalhar, amar e sofrer sem nunca fazer referência a outros.
Aliás, o cardeal Tettamanzi recordou com fina ironia que a aventura de Robinson Crusoé acaba mal, porque quando encontrou um seu semelhante fez dele escravo…
Numa sociedade em que as relações são cada vez mais inconstantes e superficiais, é pois indispensável reconhecer a objectiva interdependência entre cada um de nós e o outro. Sob pena de deixarmos de ser humanos.
Aura Miguel, 16 de Setembro de 2011

PAÇO DE CALHEIROS PERMANECE NA FAMÍLIA HÁ QUASE 900 ANOS

(Clique na imagem para ampliar)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ANIVERSÁRIO DE SUAS MAJESTADES O REI DOM CARLOS E A RAINHA DONA AMÉLIA


Dom Carlos I de Bragança nasceu no Palácio da Ajuda, em Lisboa, a 28 de Setembro de 1863, fazia hoje 148 anos. Barbaramente assassinado no Terreiro do Paço, em Lisboa, a 1 de Fevereiro de 1908 e foi o penúltimo Rei de Portugal.

Em 1864 com apenas cinco meses Dom Carlos foi reconhecido em Cortes como o futuro sucessor de Seu Pai o Rei Dom Luís I e, de certa forma, deu-se início à sua longa educação e preparação para a arte da governação que aconteceria 26 anos mas tarde.

-------------------------------------

Dona Maria Amélia Luísa Helena de Orleães, madrinha de Baptismo de S.A.R., O Senhor Dom Duarte de Bragança, nasceu em Twickenham, Inglaterra, 28 de Setembro de 1865, fazia hoje 146 anos, faleceu em Versalhes, França, a 25 de Outubro de 1951. Foi Princesa de França e última Rainha de Portugal.

Viúva de um Rei e Mãe de um Príncipe que viu serem varados pelas balas dos regicidas, foi o único membro da Família Real exilada pela república a visitar Portugal em vida. E o último a morrer. Em França, onde passou os últimos trinta anos de quatro décadas de exílio, a sua memória ainda vive.

ENTREVISTA DE S.A.R., O DUQUE BRAGANÇA AO "TRIBUNA DA MADEIRA"

Tribuna da Madeira de 17 de Setembro de 2011
(Clique nas imagens para ampliar)

ESTATUTO IDEAL DOS AÇORES E DA MADEIRA SEGUNDO S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE

 

(Clique nas imagens para ampliar)
 
 

 
Dom Duarte de Bragança disse hoje que o estatuto político ideal para as Regiões Autónomas dos Açores e Madeira seria o de “Reino Unido”, como possuem a Escócia ou as Antilhas Holandesas.
 
“Os Reinos Unidos dão o máximo de autonomia com o máximo de unidade nacional”, sustentou o Duque de Bragança em declarações à Lusa à margem da sua participação na Coroação e Função do Senhor Espírito Santo da Santa Casa da Misericórdia de Angra.
 
Dom Duarte de Bragança considerou que “o modelo de desenvolvimento dos Açores tem muito mais equilíbrio que o do continente” alegando que “as barbaridades feitas e os desperdícios monstruosos são muito menores aqui” [nos Açores].
 
“Tem havido muito mais cuidado na preservação da paisagem e da agricultura, enquanto no continente tem sido um vandalismo quase completo de destruição dos recursos, nomeadamente os paisagísticos e culturais”, sublinhou.
 
"Os Açores são o modelo e grande exemplo de preservação dos recursos e valores que temos”, disse.
 
Igualmente, acrescentou, “do ponto de vista ético e moral os Açores dão uma lição muito grande ao continente”, pelo facto de “haver muito mais responsabilidade e solidariedade”.
 
"Todos têm a aprender com a região”, sublinhou.
 
Sobre a situação política e económica, Dom Duarte disse que “a maioria dos nossos compatriotas não aplica um raciocínio lógico à política”.
 
A política, adiantou, “faz-se por preconceito, clubismo e manifestam-se como republicanos sem saberem porque o são. Talvez porque sim, porque nasceram na república”.
 
Na sua opinião, “se usassem a lógica comparavam o sucesso das monarquias contemporâneas em toda a Europa com os problemas das repúblicas”.
 
“Assim perceberiam porque é que Portugal passou de um país de desenvolvimento razoável da Europa de 1900 para o país mais atrasado da Europa actualmente”, disse.
 
Isto é, frisou, “uma consequência do regime republicano que em cem anos levou Portugal para uma situação de grande atraso”.
 
O Herdeiro ao trono de Portugal, que se deslocou aos Açores a convite da Real Associação da Ilha Terceira vai manter encontros oficiais com o Representante da República para os Açores e Presidentes das Câmaras Municipais de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória.
 
Dom Duarte estará presente na apresentação do livro “Dom Duarte e a Democracia - Uma Biografia Portuguesa” da autoria de Mendo de Castro Henriques.
 
Na Ilha Terceira Dom Duarte visita o Museu do Vinho e participa no 1º. Jantar do Rei destinado aos sócios da Real Associação e simpatizantes da Causa Monárquica.
 
Lusa - 24-05-2009

OLIVEIRA MARTINS SOBRE SMF El-REI D. MIGUEL I

 (A propósito dos últimos dias do cerco do Porto)

Quem, despido de ódios e paixões politicas, pára a meditar n'este instante, olhando o que vae seguir-se, é forçado a sympathisar com esse príncipe infeliz, tão odiado e tão digno, tão nobremente caído depois de luctar até ao fim, tão raramente exilado n'uma penúria absoluta: a sympathisar, repetimos, com esse principe que, por uma excepção talvez única, não poz dinheiro nos bancos para o caso da retirada forçada, e teve de viver das esmolas que de Portugal lhe mandaram os seus partidários e amigos. Se a dynastia de Aviz terminou heroicamente, a de Bragança teve em D. Miguel um typo de honradez simples. Os dois príncipes mais desditosos — accaso por isso os que o povo mais amou! personalisaram as duas melhores faces do caracter nacional.

Levou de Portugal a roupa que tinha vestida: entregou tudo, quando partiu para o desterro. A convenção expulsava-o, prohibia-lhe voltar ao reino, e dava-lhe a pensão annual de sessenta contos, clausula que punha o cumulo ao desespero dos liberaes vencedores. Quando desembarcou em Génova e se achou livre dos graves deveres contrahidos perante um exercito vencido e solidário do seu destino, D. Miguel protestou contra o que fizera, recusou um dinheiro que seria como o de Judas, proclamou os seus direitos, contra a força a que tivera de submetter-se. Accusaram-no então de felonia, chamando-lhe nomes descarados na lei que as côrtes votaram. Pobre de quem não admittir que nenhum caracter nobre deixaria de proceder n'esse momento como procedeu D. Miguel!
 
in Portugal Contemporâneo L. III. —IV – 2 e 5

SALAZAR E OS MONÁRQUICOS


A revolução nacional  de 28 de Maio representou para muitos a esperança na restauração da monarquia. A chegada ao poder de António de Oliveira Salazar, um já ilustre católico conservador, representou a certeza – Em vez disso, durante quarenta anos  Salazar limitou-se a fazer esperar. Transformou os monárquicos nos penitentes que ainda são hoje.

28 de Maio
A única realidade política que saíu derrotada em 28 de maio de 1926 foi o jacobinismo dos partidos republicanos. Não foi a república. A consciência religiosa  da maior parte dos portugueses tinha sido violentada durante a I República. Os militares procuraram trazer para o Governo doPaís aqueles católicos que entretanto se tinham vindo a organizar. A hierarquia da Igreja acedeu ao poder.
A essência da organização política da ”oposição à I República não cabia aos monárquicos enquanto tais. O único ”partido” para além dos partidos republicanos, era o Centro Católico – ”Organização dos católicos  que, em obediência aos desejos da Santa Sé, sacrificam de momento as suas reivindicações políticas, mormente no que respeita à questão do regime, e se unem para conquistar e fazer reconhecer as liberdades e os direitos da Igreja. ”O Centro Católico aceitou a legitimidade do regime republicano. Foram chamados para o Governo políticos do Episcopado e entre eles António de Oliveira Salazar. Estava tudo farto dos partidos e dos políticos que tinham protagonizado até então a desgraçada instabilidade governativa que se sabe. A Igreja Católica, que não era propriamente um partido, foi reconhecida como factor primordial de pacificação social.
Mais tarde, em 1930, foi criada a União Nacional, que veio congregar monárquicos e republicanos, não se admitindo quaiquer grupos ou facções neste novo ”partido único”. O novo Estado baseava-se no compromisso entre várias forças. Haveria um pluralismo funcionalizado pela ”paz pública e o bem da nação”. Os monárquicos eram convidados a participar no esforço da Restauração nacional, sendo também convidados a prescindir do seu sonho de Restauração real durante aqueles primeiros anos difíceis da reconstrução do País. Ainda assim, os monárquicos conseguiram ter o privilégio único de se manterem autonomizados legalmente através da Causa Monárquica. Em termos práticos esta autonomia nunca deu nada: foi a célebre ”causa efeito”. Com a união Nacional e a Constituição de 33, a II República fica institucionalizada. O regime mantém-se republicano, consagra-se o autoritarismo de Chefe de Governo (e não de partido único como pretendiam os camisas azuis de Rolão Preto), sendo a acção governativa estabelecida em cooperação com a Igreja.

O Monárquico de Coração
Os colaboradores mais próximos de Salazar dizem que ele era um ”monárquico de coração”. Éuma daquelas frases que se repete muitas vezes, mas não se sabe muito bem que quer dizer. Implicará que há monárquicos de cabeça? E Salazar, seria mais ou menos monárquico, por ser só de ”do coração”? Entende-se melhor que Salazar tenha sido um ”monárquico por formação e tradição”. Em privado, ter-se-á declarado ”monárquico por temperamento e educação”, o que vem dar ao mesmo. Não era de certeza absoluta um fanático, isso não. E nem foi preciso uma intuição excepcional para salazar perceber a debilidade do princípio monárquico como valor político activo. Sentia que ”as novas gerações cultas” eram indiferentes ao problema do regime. Tinha consagrado uma constituição, tornara-se um estadista que percebera a premência de agradar a todos. Sentiu que conseguia aguentar os monárquicos sem lhes dar muito, utilizando as suas divisões internas. A morte de D. manuel II, em 1932, terá dado o toque de finados para o monarquismo de Salazar. D. Manuel II morria sem descendentes e Salazar não reconhecia as pretensões de D. Duarte Nuno. A generalidade dos monárquicos contionuou mais trinta anos à espera, acreditando na possibilidade de converter aos poucos as estruturas do Estado Novo em instituições monárquicas.
Em 1932, com  a morte de D. Manuel II, Salazar quis convencer os monárquicos que o ideal restauracionista, apesar de muito respeitável, era puro romance e fantasia ”Trabalhemos dentro das instituições actuais, sem romantismo ou fantasias. Não nos esqueçamos de que a ditadura se fez contra o espírito partidário, mas não apenas contra o espírito partidário republicano”  Manuel Braga da Cruz define este posicionamento como ”centrismo católico, que ”subordina a questão das formas de governo e de regime à prioridade da questão moral e do problema político nacional”.

O Momento Oportuno
Os únicos que parecem ter compreendido o alcance da consagração deste hibridismo foram, primeiro algusn integralistas e, depois, os nacionais-sindicalistas arregimentados em torno da figura de Rolão Preto. Salazar conseguiu calar estas oposições e protestos disciplinando a quase totalidade dos monárquicos sob a a alçada uniformizante da União nacional. Henrique Barrilaro Ruas fala, a este propósito, de um verdadeiro pacto tácito entre a Causa Monárquica e Salazar. Os monárquicos teriam de esperar pelo ”momento oportuno”, o qual acabaria por vir a ser ditado pela única pessoa que o poderia fazer: Salazar. Os que teimaram em duvidar do pacto ou os que não estavam para pactos (Almeida  Braga, Rolão Preto, Alberto Monsaraz, Hipólito Raposo, Pequito Rebelo, entre outros) ficaram no ”exílio”.
Consta que Salazar não acreditava no carisma de D. Duarte Nuno. Mas a verdadeira razão que o teria levado a recusar a presença da família real em Portugal seria não lhe ter agradado a ideia de criar tão cedo um clima propício à Restauração. Era sempre muito cedo… Mas o que é certo é que acabou por acontecer, mesmo contra a vontade de Salzar, dando novo alento aos monárquicos alinhados. Para Henrique Barrilaro Ruas houve uma boa ocasião de restaurar a monarquia nos centenários, em 1940. Haveria um ambiente pró-monárquico e as veleidades individualistas estavam ainda para chegar. Mas é só com a morte de Carmona, em 1951, que toda a gente sentiu que ”chegou o momento”. Foi o delírio nas hostes, mas eis que surge Marcello Caetano, que inegavelmente estragou a festa preparada por Mário de Figueiredo. No seu célebre ”discurso de Coimbra” arrumou a euforia restauracionista. Para Marcello o ”regime que está” é forte e estável: Portugal nutria um forte sentimento republicano; os colonos liberais não veriam com bons olhos uma Restauração da Monarquia; e, por último, o pretendente não estaria decididamente à altura de instaurar um novo regime e enfrentar as dificuldades inerentes a esse movimento. O primeiro argumento aduzido deverá ter soado muito bem a Salazar. Para além disto, ainda veio Santos Costa acrescentar surpreendentemente que os militares também não estariam preparados para aceitar uma  mudança dessas (a doutrinação não teria sido muito eficaz nesses meios…)

Apaziguamento
Poderia especular-se que Salazar rejeitou, neste e noutros momentos, um seu profundo ideal, em prol de uma estabilidade garantida, que ficaria alienada por um chocante reviver de instituições monárquicas. Em 51, com grande sentido prático, preferiu mais uma vez não arriscar. Seguiu a política do apaziguamento, saindo-se com uma daquelas frases brilhantes: ”Estudemos tudo, mas não nos dividamos em nada”. Não é para levar a sério. A divisão foi precisamente aquilo que Salazar pretendeu. Paralelamente ao discurso de Marcello, Mário de Figueiredo proferiu um outro, na mesma altura, , que também ficou célebre. Dizia o contrário das teses defendidas por Marcello Caetano. A Causa entende que este discurso mantem viva a intenção de Salazar vir a restaurar a Monarquia. Oficializavam-se dois discursos antagónicos para contentar as duas facções. A maçonaria de Bissaia Barreto também ficou satisfeita com o que tinha dito Marcello Caetano. Era isto o ”apaziguamento”. Uma das palavras-chave que permite compreender a estratégia política preferida de Salazar durante quarenta anos.
Esta luta por manter ”a família unida” continuou sempre. Lá ia dando uma no cravo outra na ferradura. Numa entrevista, Marcello Caetano deu uma na ferradura ao dizer que a questão do regime estava resolvida. Salazar não hesitou em desmenti-lo. Foi sempre acenando à distância com a cenoura da Restauração, ”a solução monárquica deves ser deixada em suspenso, como uma possibilidade futura, longínqua e indefinida” Salazar pode passar à história como um brilhantíssimo empata. Quando a ruptura do ”pacto tácito” estava finalmente para ser um facto consumado, deflagra a guerra em África, Em 1958, D. Duarte Nuno chegou a ter preparada uma proclamação ao País (redigida por Rolão Preto, Sousa Tavares e Amaro Monteiro – todos monárquicos), em que declara o seu apoio a uma revolta militar de esquerdas e direitas contra Salazar, com a condição de em caso de vitória se realizar um plebiscito sobre a forma do regime. O lugar-tenente (a liaison de Salazar) como é óbvio, não deixou tal proclamação ser assinada. também alguns monárquicos, em 1961, tomam posição em relação a Angola, defendendo  a igualdade potencial entre pretos e brancos no que diz respeito à participação na gestão dos territórios ultramarinos. São partidários de uma política de integração, expressando algumas reflexões num manifesto intitulado ” Uma Posição Portuguesa”. O manifesto redigido por Barrilaro Ruas foi bastante bem recebido por muita gente: desde alguma esquerda civilizada passando pela extrema direita de Paulo Guedes da Silva e até pela própria PIDE de Angola. Nessa mesma altura, Pequito Rebelo proclama que a ”Causa deverá limitar a sua acção no sentido da mobilização geral dos seus recursos em prol da dramática questão do Ultramar” Devia  pensar (e não era o único) que a guerra do Ultramar se resolvia num instante. Com a primavera Marcellista começou um longo Inverno restauracionista. Apesar de tudo, não poucos monárquicos, como por exemplo o embaixador António Séves (lugar-tenente de D. Duarte Nuno), ficaram convencidos que se Salazar não tivesse caído da cadeira, teria acabado por restaurar a monarquia…

Foi melhor assim?
Hoje em dia poder-se-á pensar que foi melhor assim. Se a monarquia tivesse sido restaurada graças a Salazar, provavelmente teria voltado a cair mais tarde, com um qualquer 25 de Abril. Para Barrilaro Ruas ”uma restauração salazarista teria dado muito mau resultado A partir de 61 já não é possível sustentar um regime na vontade de um só homem. Mesmo em 51 já seria complicado. O ideal teria sido em 1940, quando não existia ainda espiríto individualista. Também se pode pensar o contrário. Não seria impossível imaginar uma transição para a democracia, tal como aconteceu em Espanha. Podia ser que Salazar, Cansado de poder, quisesse aproveitar para se retirar, prestando um último serviço: a Restauração há tanto tempo prometida. Podia ter feito isso em 1958… Assim, talvez não viesse a acontecer o 25 de Abril. São possíveis várias reconstruções do presente através da correcção do passado, mas a realidade é que as possibilidades de ver restaurada a Monarquia ainda neste século foram talvez penhoradas pela crença num homem que nunca  mexeu um dedo por reviver no Reino de Portugal.
Franz-Paul Langhans, secretário particular de Salazar conta uma história que demonstra bem como Salazar associava a Monarquia a mera poesia. «Não sei a que propósito surgiu oportunidade única para se falar na bandeira nacional e em suas cores e arranjos heráldicos. Salazar, no seu tempo de colégio de Viseu, fez uma poesia descrevendo o simbolismo e significado da velha e liberal bandeira azul e branca.Lembrei ter tomado conhecimento de um estudo feito pelo então operoso heraldista Afonso de Ornelas. ”O que pretende Afonso de Ornelas?” perguntou Salazar. ”É modificar a bandeira? É um assunto algo transcendente e traz muitos casos complicados… E dúvidas … E, num ponto de vista político, tem também os seus quês”. Salazar fez uma pausa, como quem estava em meditação mais profunda e, depois, atirou-se-nos com esta: ”Mudar a bandeira?… nem pensar nisso… Era oferecer um símbolo à oposição…”»
[In ''Salazar visto pelos próximos (1946-1968)'', Bertrand Editora]
*Agradeço a colaboração do doutor Henrique Barrilaro Ruas, com quem tive o prazer de conversar sobre estes assuntos, no dia 25 de Fevereiro de 1993
- Rui Pereira de Melo, in Revista Kapa, Maio de 1993