Reyno de Portugal

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

1º DE FEVEREIRO DE 2011


"O horrível drama de Lisboa, página trágica da História, sangrento episódio da luta de um povo e dos seus governantes, desencadeou em todo o mundo civilizado uma reprovação unânime. Tais crimes não se podem desculpar pela paixão política, e aqueles que ao virar da esquina, atiram sobre um soberano não podem aspirar a ter outro nome que não o de assassinos.(...) Todo o comentário é, de resto, supérfluo quando se trata de semelhantes actos, tão bárbaros quanto inúteis, dado que o soberano desaparecido deixa, no próprio terreno, um sucessor."
Le Petit Journal, Paris, 3 de Fevereiro de 1908

 "Perante o absurdo atentado de Lisboa, só se podem proferir palavras de profundo horror: nenhuma palavra de desculpa, nenhuma frase céptica para embelezar os factos."
Berliner Tageblatt, Berlim, 3 de Fevereiro de 1908

"Foi cometido no sábado em Lisboa um crime que não tem paralelo no grau de horror que as notícias sobre ele irão provocar através do mundo civilizado."
The Morning Post, Londres, 3 de Fevereiro de 1908

"Mas era um tirano o Rei que mataram? Tirano o jovem príncipe de 20 anos, exuberante primavera que só pode sorrir? Oh, retórica de Brutos, envenenados de frases, saturados de ódio imbecil. Mesmo se o Rei fosse culpado - e isso está longe de ser provado - e que o filho estivesse preparado para ser culpado arbitrariamente, as vossas pistolas e as vossas carabinas absolveram-nos."
Corriere della Sera, Roma, 3 de Fevereiro de 1908

1º DE FEVEREIRO DE 2011: UMA NECESSÁRIA HOMENAGEM A Dª AMÉLIA DE ORLEÃES

Aquela tarde de 1 de Fevereiro de 1908, para sempre confirmaria a grandeza de Dª. Amélia de Orleães. Não lhe podendo ser negada a iniciativa por numerosas obras de benemerência, algumas das quais pioneiras em Portugal, a rainha ofereceu a um país atónito, uma prova de fibra e de abnegação. Protegendo a vida dos seus, foi o único e firme braço que faltou ao governo, à policia e a uma população que fugiu em debandada, atemorizada pela arrogante investida subversiva que violentamente derrubaria o Trono, a Constituição e um Estado de Direito que se normalizara após um conturbado início do século XIX. Foi a rainha da legalidade e da destemida coragem que enfrentou o comprometido silêncio de muitos e as rancorosas e mortíferas maquinações de alguns. Quem durante anos ofendeu e procurou denegrir a sua estatura de mulher honesta e o inatacável serviço prestado como rainha cuidadosamente preparada para o difícil serviço, pôde sempre contar com o majestático silêncio e mais tarde, longe de um Portugal que jamais esqueceu, com o seu perdão. Este é um exemplo para os que hoje - muito mais poderosos do que Dª Amélia alguma vez foi - de nada e de ninguém se esquecem, com o único fito de não quererem relevar. Não querem porque não podem, dada a natureza de um sistema que como o caruncho, tudo vai corroendo sem olhar a reputações de sujeitos singulares, ou ao geral interesse pela tranquilidade que o progresso exige.

Caíram o marido e o filho, mas as porfiadas e desafiadoras homenagens que ano após ano e durante um século inteiro o povo jamais deixou de prestar aos monarcas, tornam a rainha num vulto maior e merecedor do mesmo tributo. A vingança da rainha é esta que não fere ou mata. É a vingança da memória que de políticos e celebridades facilmente se olvida, enquanto para sempre ficará uma obra, ou a simples e imponente presença imortalizada em antigas fotografias que ainda hoje testemunham o tempo dos nossos bisavós, afinal bem próximo.

Que este 1º de Fevereiro de 2011, inclua Dª Amélia na recordação daqueles que heroicamente tombaram sem culpas e indefesos diante bem organizada conjura que condenaria os portugueses a mais de oitenta anos de esbulho, opressão e atraso. Portugal tem na rainha Dª Amélia, um exemplo de serviço que a coloca entre os grandes da nossa História.

Mais do que muitos nados e com seculares raízes nesta terra, a rainha bem mereceu a nacionalidade portuguesa.

A Real Associação de Lisboa apela à comparência popular no acto de reparação do 1º de Fevereiro de 2011, a realizar-se na Igreja da Encarnação pelas 19.00H, em Lisboa (Chiado). Estará presente a Família Real.

PROGRAMA SOBRE O REGICÍDIO DA RDP "UMA QUESTÃO DE MORAL" DE JOEL COSTA


Joel Costa 2ª feira às 13h00 e às 23h00 Caído em cheio na era do progresso tecnológico, da política-espectáculo, o cidadão comum continua a interrogar-se quanto à circunstância histórica e moral que lhe cabe viver.

O programa de Joel Costa na Antena 2 (RDP) que dá pelo nome ” Uma questão de moral” teve ontem o argumento e descrição da preparação do brutal Regicídio contra a Dinastia de Bragança e até a tentativa de assassinato de João Franco , que logo pela manhã e por saír mais cedo de casa que o habitual se livrou de ser morto. O programa prossegue na próxima edição …
Ficámos pois com o Luis Reis Buiça da Silva no quiosque do Terreiro do Paço a falar com um polícia à paisana . João Alpoim estava já em Espanha , enquanto dois criados comentavam no hotel da Guarda …« A esta hora já o Rei está morto» .

Ouvir em podcast aqui :

FRANCISCO MOITA FLORES - UMA REPÚBLICA DOENTE



Uma elite de parasitas das palavras está a destruir paulatinamente o regime.

A República comemorou da melhor forma o regicídio de D. Carlos. Resolveu mostrar, numa vaga analogia, muitas razões que levaram Buíça e Costa a precipitar o fim da monarquia. É certo que Sócrates não se compara a João Franco e os partidos do actual regime são bem diferentes daqueles que escoicearam o regime monárquico até o deixarem exaurido. Na altura morreu o rei. Possivelmente a mais injusta de todas as mortes no que diz respeito à degradação da vida pública. Mas não são muito diferentes os sinais de degradação que hoje arrasam a política portuguesa.

A vida pública, que a mediatização hoje multiplica com ecos de maior ressonância, está convertida num ruído, num arroto, num vómito. Diz-se que ou fulano disse. Eis a fórmula mágica, vazia, esvaída de sentido que gravita em torno do efémero e despreza, ignora, desconhece a substância das coisas. Octávio Ribeiro, certeiramente, chamava-lhe ontem, um problema de doença de Parkinson na língua pública e política. O PGR disse mas não era bem aquilo que queria dizer. O bastonário dos Advogados disse mas não era bem assim. Manuel Alegre disse que não reconhece o seu PS e está ameaçado pelo que disse. O ministro disse ‘jamais’ mas não era no sentido que lhe deram. O director da PJ disse e rematou contra a baliza da sua própria equipa. O ministro tal não disse, o dirigente político tal disse e aqui ficámos, dias a fio, presos na espuma, envoltos na bruma das dúvidas, angustiados com a falta de crença no futuro.

Uma elite de parasitas das palavras está a destruir paulatinamente o regime. O Governo diz, contradiz, afirma, nega, descontrola-se e o primeiro-ministro grita. Grita sempre os mesmos chavões. Sem energia, sem talento, sem fôlego, sem estratégia que vá além da voracidade economicista. Nos últimos dois debates parlamentares, Santana Lopes, queiram ou não queiram, o melhor tribuno da Assembleia, encostou-o às baias desnudando a fragilidade de uma acção governativa feita de disses e de gritos.

Diz-se tudo sobre o espalhanço de dizeres do director da PJ. Um folclore de delírios. Nem uma palavra sobre o que é substantivo na PJ e na investigação criminal. A lei orgânica da PJ espera decisões estratégicas e não se decide. A Lei Orgânica da Investigação Criminal está a banhos, a Lei de Segurança Interna fechadinha num gabinete, a descansar. O coração, a alma que pode abrir caminhos para que se diga menos e se faça mais, aferrolhada na preguiça incompetente dos gabinetes e diz-se. Diz–se. O QREN está de pantanas. Os tais milhões de euros que entram, estão guardados para distribuir por amigos e compadres lá para perto das eleições, quando se diz ainda mais. Neste triste espectáculo, são cada vez menos os actores e cada vez maior a assistência impávida, de braços cruzados, roída de rancores, vingativa, traiçoeira que assobia e pateia. E o País amargurado, já sentido revolucionário mas vivendo de revolta, pára, espantado, ouvindo o que se diz. Discutindo o que se diz. E sofrendo pelo que não se faz. Paz eterna para a alma de D. Carlos.

Fonte: Blogue "Causa Monárquica"

REGICÍDIO 1908

O Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, ocorrido na Praça do Comércio, na época (mais conhecida por Terreiro do Paço), em Lisboa, marcou profundamente a História de Portugal, uma vez que dele resultou a morte do Rei D. Carlos e do seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe e uma nova escalada de violência na vida pública do País.

Antecedentes

O atentado foi uma consequência do clima de crescente tensão que perturbava o aspecto politico português. Dois factores foram primordiais: em primeiro lugar o caminho traçado desde cedo pelo Partido Republicano Português como solução para a erosão do sistema partidário vigente, e em segundo lugar a tentativa, por parte do rei D. Carlos como árbitro do sistema político, papel que lhe era atribuído pela Constituição, de solucionar os problemas desse mesmo sistema, apoiando o Partido Regenerador Liberal de João Franco (que viria a instaurar uma ditadura). Desde a sua fundação que o objectivo primário do Partido Republicano era o da simples substituição do regime. Esta atitude teve a sua quota parte de responsabilidade no crime, mas os ânimos foram acirrados pelo estabelecimento de uma ditadura administrativa, por parte de João Franco, com o apoio do rei, em 1907.

O progressivo desgaste do sistema político português, vigente desde a Regeneração, em parte devido à erosão política originada pela alternância de dois partidos no Poder: o Progressista e o Regenerador, agravou-se nos primeiros anos do Século XX com o surgimento de novos partidos, saídos directamente daqueles. Em 1901 João Franco, apoiado por 25 deputados abandonou o Partido Regenerador, criando o Partido Regenerador Liberal. Em 1905 surge a da Dissidência Progressista, fundado por José Maria de Alpoim, que entrou em ruptura com o partido Progressista, do qual se separou com mais seis deputados eleitos pelo mesmo partido. À intensa rivalidade entre os partidos, agravada por ódios pessoais, juntou-se a atitude e acções críticas do Partido Republicano, contribuindo para o descrédito do regime, já de si bastante desacreditado devido às dividas da Casa Real.

Era esta a conjuntura quando D. Carlos se decidiu, finalmente, a ter uma intervenção activa no jogo político, escolhendo a personalidade de João Franco para a concretização do sempre falhado programa de vida nova. Este, dissidente do Partido Regenerador, solicitou ao Rei o encerramento do Parlamento para poder implementar uma série de medidas com vista à moralização da vida política. Tal pedido já havia sido antes feito ao monarca pelos líderes dos dois partidos tradicionais, mas este sempre recusara, atendendo ao princípio que o rei reina, mas não governa. Agora, no entanto, D. Carlos achou chegado o momento de intervir, depositando a sua confiança no homem que julgava à altura e encerrou o parlamento.

É evidente que o novo governo não podia ser bem recebido pelos que dele não beneficiariam, pelo que se acirrou toda a oposição, desde os partidos monárquicos aos republicanos. Estes, aos quais um renovar do sistema politico monárquico retiraria protagonismo, ou mesmo razão de ser, vão assumir uma atitude maquiavélica: Como então dizia Brito Camacho, relativamente a João Franco, “havemos de obrigá-lo a transigências que rebaixam ou às violências que comprometem”. Foram eficazes os ataques pessoais, tanto a D. Carlos como a João Franco, tanto da parte daqueles, como dos dissidentes progressistas, com os quais se entenderam. Vão aproveitar a questão dos adiantamentos, logo em Novembro de 1906, visando principalmente um ataque à figura do monarca. Mobilizam-se particularmente com a questão da greve académica de 1907. O regicídio foi uma mera consequência indirecta dessa estratégia.[1]

Já marcadas novas eleições, e prevendo-se um resultado favorável ao partido no poder, como era costume, decidiram-se os republicanos e os dissidentes pela força, estes apoiaram indirecta ou directamente organizações secretas como a Carbonária ou a Maçonaria. Esta tentativa de golpe de estado fracassa, devido à inconfidência de um conspirador. A 28 de Janeiro de 1908 são presos vários líderes republicanos, naquele que ficou conhecido como o Golpe do Elevador da Biblioteca. Afonso Costa e o Visconde de Ribeira Brava são apanhados de armas na mão no dito elevador, conjuntamente com outros conspiradores, quando tentavam chegar à Câmara Municipal. António José de Almeida, o dirigente Carbonário Luz Almeida, o jornalista João Chagas, João Pinto dos Santos, e Álvaro Poppe contavam-se entre os noventa e três conspiradores presos. José Maria de Alpoim consegue fugir para Espanha. Alguns grupos de civis armados, desconhecedores do falhanço, ainda fizeram tumultos pela cidade.

Em resposta a este golpe, e como reflexo de um endurecer de postura por parte do regime, até aí dominado por um fair play que permitia aos republicanos intervenções livres, o governo apresenta ao rei o Decreto de 30 de Janeiro de 1908. Este previa o exílio para o estrangeiro ou a expulsão sumária para as colónias dos envolvidos no atentado, e tem sido durante muito tempo considerado como a principal causa para o regicídio. Conta-se que, ao assiná-lo, o rei declarou: ”Assino a minha sentença de morte, mas os senhores assim o quiseram.” É de notar, no entanto, que o decreto, assinado a 30 de Janeiro, só foi publicado a 1 de Fevereiro, e os preparativos para o atentado datam com certeza de antes dessa data: atente-se ao testamento feito pelo regicida Buíça, datado de 28 de Janeiro.

O Atentado

O Rei, a Rainha e o Príncipe Real encontravam-se então em Vila Viçosa, no Alentejo, onde costumavam passar uma temporada de caça no inverno. O infante D. Manuel havia regressado dias antes, por causa dos seus estudos como aspirante na marinha. Os acontecimentos acima descritos levaram D. Carlos a antecipar o regresso a Lisboa, tomando o comboio, na estação de Vila Viçosa, na manhã do dia 1 de Fevereiro. Com cuidado para que a sua já preocupada mãe não se aperceba, o Príncipe real arma-se com o seu revólver de oficial do exército. Durante o caminho o comboio sofre um ligeiro descarrilamento junto ao nó ferroviário de Casa Branca. Isto provocou um atraso de quase uma hora. A comitiva régia chegou ao Barreiro ao final da tarde, onde tomou o vapor “D. Luís”, com destino ao Terreiro do Paço, em Lisboa, onde desembarcaram, na Estação Fluvial Sul e Sueste, por volta das 5 horas da tarde, onde eram esperados por vários membros do governo, incluindo João Franco, além dos infantes D. Manuel e D. Afonso, o irmão do rei. Apesar do clima de grande tensão, o monarca optou por seguir em carruagem aberta, envergando o uniforme de Generalíssimo, para demonstrar normalidade. A escolta resumia-se aos batedores protocolares e a um oficial a cavalo, Francisco Figueira Freire, ao lado da carruagem do rei.

Há pouca gente no Terreiro do Paço. Quando a carruagem circula junto ao lado ocidental da praça ouve-se um tiro e desencadeia-se o tiroteio. Um homem de barbas, passada a carruagem, dirige-se para o meio da rua, leva à cara a carabina que tinha escondida sob a sua capa, põe o joelho no chão e faz pontaria. O tiro atravessou o pescoço do Rei, matando-o imediatamente. Começa a fuzilaria: outros atiradores, em diversos pontos da praça, atiram sobre a carruagem, que fica crivada de balas.

Os populares desatam a correr em pânico. O condutor, Bento Caparica, é atingido numa mão. Com uma precisão e um sangue frio mortais, o primeiro atirador, mais tarde identificado como Manuel Buíça, professor primário expulso do Exército, volta a disparar. O seu segundo tiro vara o ombro do rei, cujo corpo descai para a direita, ficando de costas para o lado esquerdo da carruagem. Aproveitando isto, surge a correr de debaixo das arcadas um segundo regicida, Alfredo Costa, empregado do comércio e editor de obras de escândalo, que pondo o pé sobre o estribo da carruagem, se ergue à altura dos passageiros e dispara sobre o rei já tombado.

A rainha, já de pé, fustiga-o com a única arma de que dispunha: um ramo de flores, gritando “Infames! Infames!” O criminoso volta-se para o príncipe D. Luís Filipe, que se levanta e saca do revólver do bolso do sobretudo, mas é atingido no peito. A bala, de pequeno calibre, não penetra o esterno (segundo outros relatos, atravessa-lhe um pulmão, mas não era uma ferida mortal) e o Príncipe, sem hesitar, aproveitando porventura a distracção fornecida pela actuação inesperada da rainha sua mãe, desfecha quatro tiros rápidos sobre o atacante, que tomba da carruagem. Mas ao levantar-se D. Luís Filipe fica na linha de tiro e o assassino da carabina atira a matar: uma bala de grosso calibre atinge-o na face esquerda, saindo pela nuca. D. Manuel vê o seu irmão já tombado e tenta estancar-lhe o sangue com um lenço, que logo fica ensopado.

A fuzilaria continua. Dª Amélia permanece de pé, gritando por ajuda. Buíça volta a fazer pontaria (sobre o infante? sobre a rainha?) mas é impedido de disparar sobre a carruagem pela intervenção de Henrique da Silva Valente, simples soldado de Infantaria 12, que passava no local, e que se lança sobre ele de mãos nuas. Na breve luta que se segue o soldado é atingido numa perna, mas a sua intervenção é providencial. Tendo voltado o seu cavalo, o oficial Francisco Figueira carrega primeiro sobre o Costa, que ferido pelo príncipe é atingido por um golpe de sabre e preso pela polícia, e de seguida dirige-se a Buíça. Este ainda o consegue atingir numa perna com a sua última bala e tenta fugir, mas Figueira alcança-o e imobiliza-o com uma estocada.

Com os regicidas imobilizados, o zelo excessivo dos polícias presentes levou a que acabassem abatidos no local, o que dificultou as posteriores investigações sobre o atentado. Segundo alguns relatos, Alfredo Costa já estaria moribundo, mas sabe-se que Manuel Buíça, mesmo ferido, resistiu à sua apreensão pela polícia. Também vítima da polícia foi um transeunte inocente, Sabino Costa, empregado de ourivesaria e monárquico, provavelmente confundido com outro regicida oculto na multidão. De facto, o condutor, a golpes de chicote, fez arrancar a carruagem, virando a esquina para a rua do Arsenal, procurando aí refúgio. É nessa altura que um atirador desconhecido ainda consegue atingir D. Manuel num braço (segundo outras versões, o tiro de raspão atingiu-o ainda antes de a carruagem virar para a rua do Arsenal, mas esse tiro já não podia partir dos dois regicidas mencionados, já a braços com a polícia). A carruagem entra no Arsenal da Marinha, onde se verifica o óbito do Rei e o do Herdeiro do Trono. Quando o Infante D. Afonso, que havia começado a correr desde o seu carro no fim do cortejo, chegou ao Arsenal, teve como primeiro instinto acusar João Franco como responsável pela tragédia. A mãe de D. Carlos, a rainha Dª Maria Pia foi chamada ao Arsenal, onde encontrando-se com Dª Amélia lhe diz desolada: “Mataram-me o meu filho.”, ao que esta respondeu: “E o meu também.”

Julgando que se tratava de um novo golpe de estado, a população de Lisboa refugia-se nas suas casas e a cidade fica deserta. Mas as tropas permanecem nos quartéis e a situação permanece calma: o atentado não foi um sinal para o golpe, que já havia sido frustrado, antes o acto de quem ainda tinha armas na mão, porventura influenciados pela repressão que se previa da parte do governo. À noite as rainhas e o novo rei foram escoltados para o palácio das Necessidades, pois temia-se novo atentado. Depois veio a tarefa macabra de levar os corpos para o palácio, o que foi feito sentando-os em duas carruagens, como se fossem vivos, a cabeça de D. Luís Filipe tombando sobre o ombro do seu tio, o infante D. Afonso, agora o novo Príncipe Real. Não foram efectuadas autópsias, sendo os corpos embalsamados sob a supervisão do médico da Casa Real, D. Thomaz de Mello Breyner, tarefa penosa não só pela proximidade ás vitimas como também pelo estrago feito pelas balas.

As consequências imediatas

A Europa ficou revoltada com este atentado, uma vez que D. Carlos era estimado pelos restantes chefes de estado europeus, e ainda mais pelo facto de não se ter tratado de um acto isolado, mas sim uma organização metódica. Jornais de todo o mundo publicam imagens do atentado, baseadas nas descrições, com elementos mais ou menos fantasiosos, mas sendo sempre presente a imagem de Dª Amélia, de pé, indiferente ao perigo, fustigando os assassinos com um frágil ramo de flores. Em Londres, os jornais exibiam fotos das campas dos regicidas, cobertas de flores, com a legenda “Lisbon’s shame!”.[2] É preciso não esquecer, para além do próprio carácter do acto, que se tratava de uma Europa à altura maioritariamente monárquica. No entanto, no próprio país, a reacção não foi a esperada, valendo do rei de Inglaterra, Eduardo VII, amigo de D. Carlos e do Príncipe D. Luis Filipe, a frase: “Matam dois cavaleiros da Ordem da Jarreteira na rua como cães e lá no país deles ninguém se importa!”

Após o atentado, pediu a demissão o Governo de João Franco, que não impedira a morte do Rei. De facto, à imprevidência do chefe de governo cabe a maior parte das responsabilidades pela falta de uma escolta adequada, ainda mais tendo em conta o contexto de um golpe falhado, quando civis armados ainda andariam pela cidade. João Franco sabia-se alvo de atentados planeados, mas nunca desconfiou que o ódio visava também o rei. Presidindo ao conselho de estado, na tarde de dia 2, com o braço ao peito e envergando o seu uniforme de aspirante da marinha, o novo rei D. Manuel II confessou a sua inexperiência e falta de preparação e pediu orientação ao conselho. Este votou a demissão de João Franco e a formação de um governo de coligação, a que se chamou o Governo “de Acalmação”, presidido pelo independente contra-almirante Ferreira do Amaral. Este ministério incluía membros dos partidos Regenerador e Progressista além de independentes, e visava fazer o país voltar à normalidade parlamentar, acabando-se o governo em ditadura. De facto abandonou-se completamente a posição de força seguida por D. Carlos e pelo seu último ministério: anularam-se as medidas ditatoriais anteriormente publicadas, soltaram-se os presos politicos, amnistiaram-se os marinheiros que se haviam revoltado em 1906, e consentiu-se que se fizessem comícios republicanos em que se fazia a apologia do atentado e se considerava os assassinos como beneméritos da Pátria. Outro facto permitido foi a romagem de cerca de vinte e duas mil pessoas às sepulturas dos regicidas. O evento fora organizado pela Associação do Registo Civil, que fornecia as flores e dava além de 500 réis a cada pessoa, 200 réis a cada criança que aparecesse junto das campas[3].

Esteve presente na reunião do Conselho de Estado que votou estas decisões, e do qual fazia parte, o Marquês de Soveral, embaixador de Portugal em Inglaterra, e que por acaso se encontrava em Portugal à altura. Próximo da família real, também votou pela demissão de João Franco e pelo estabelecimento do Governo de Acalmação. Quando, pouco tempo depois, reassumiu as suas funções de embaixador e se encontrou com o rei da Grã-Bretanha, Eduardo VII, também este seu amigo pessoal, o monarca britânico brindou-o com as palavras: “Então que raio de país é esse, em que se mata um rei e um príncipe e a primeira coisa que se faz é demitir o ministério? A revolução triunfou, não é verdade?” ”Foi só então”, diria mais tarde o marquês de Soveral “que compreendi o erro que tinhamos cometido.”[4]

De facto, ao demitir-se o ministério o regime deu aos republicanos o argumento de que só eles é que tinham acabado com a ditadura. Depois da hesitação inicial, em que se chegou a propor um pacto de colaboração com o regime, cedo voltaram à carga, decidindo em congresso o derrube pela força do regime: Congresso de Setúbal, 24 a 25 de Abril de 1909 [5]. Esta hesitação deveu-se aos próprios conceitos do partido. Aos republicanos mais distintos, alguns dos quais ficaram verdadeiramente chocados pelo crime, o regicídio não interessava a menos que fosse acompanhado pelo triunfar da revolução. Temiam a reacção do povo rural mais conservador, e estavam cientes do desagrado da Inglaterra para com qualquer atentado à pessoa física do rei. No entanto, não podiam virar as costas aos seus apoiantes, o povo miúdo da cidade de Lisboa, já exacerbado pela propaganda republicana no seu ódio ao regime. Condenavam o acto, mas como se fosse por obrigação enquanto piscavam o olho ao povo que lhes enchia os comícios e se filiava no partido. Foi isto, mais o idolatrar dos regicidas e o recurso à violência depois da Proclamação da República, que fez incidir sobre o partido as suspeitas posteriores da autoria do crime. Independentemente da questão de autoria moral, o certo é que, face à fraca reacção, ou mesmo a falta dela, por parte do regime, os republicanos organizaram-se nos seus propósitos de o derrubar pela força, o que viriam a conseguir pela intentona seguinte, a de 5 de Outubro de 1910. É de notar que por esta altura, e não tendo nem voltado ao expediente da ditadura, nem evitado as suas costumeiras divisões, os políticos monárquicos já haviam percebido o seu erro: como consequência deste último golpe, o governo deu ao rei para assinar um decreto de suspensão de garantias, para poder lidar firmemente com os agitadores. Infelizmente para a monarquia, essa acção foi invalidada pela vitória republicana no golpe. Embora geralmente mal vista devido às associações negativas com o termo ‘ditadura’, o governo de João Franco, ou um outro do género, apresenta-se em retrospectiva como a única solução prática para a situação que tentou solucionar: basta lembrar que a Primeira República mostrou-se ainda mais ingovernável, e as únicas acções reformistas efectivamente levadas a cabo pelo novo regime tiveram lugar durante a vigência do Governo Provisório, que governou, efectivamente, em ditadura.

O Processo

Lançou-se um rigoroso inquérito aos acontecimentos, primeiro presidido pelos juízes Alves Ferreira e depois por José da Silva Monteiro e dr. Almeida de Azevedo que ao longo dos dois anos seguintes veio a apurar que o atentado, fora cometido por membros da Carbonária, que pretendia enfraquecer a Monarquia. O processo de investigação estava concluído nas vésperas do 5 de Outubro, e o começo do processo judicial estava marcado para 25 do mesmo mês. Entretanto, tinham sido descobertos mais suspeitos do assassinato como Alberto Costa, Aquilino Ribeiro, Virgílio de Sá, Domingos Fernandes e outros. Alguns dos elementos estavam refugiados no Brasil e em França, e dois pelo menos foram mortos pela Carbonária. Todo este esforço acabou por ser em vão: logo a seguir à Proclamação da República, o Juiz Almeida e Azevedo entregou o referido processo ao Dr. José Barbosa, membro do Governo provisório que o levou a Afonso Costa, Ministro da Justiça do Governo Provisório, e depois disso perdeu-se o rasto ao documento. Sabe-se que D. Manuel II, no exílio, recebeu uma cópia, facultada por um dos juízes, Almeida de Azevedo, mas essa também desapareceu em consequência de um roubo à sua residência ocorrido pouco tempo antes da sua morte, em 1932.

Os Responsáveis

Dos factos conhecidos não se considera geralmente o assassínio do rei como a execução de qualquer decisão vinda dos republicanos, dos maçons e da dissidência progressista, enquanto grupos. O que não quer dizer que os mesmos grupos não tenham a sua quota parte de responsabilidade neste crime. Admitiram como hipótese eventual esta consequência e não se importaram que esta se concretizasse. Isto porque se os regicidas actuaram por sua própria iniciativa, apenas se encontraram nessa posição pela iniciativa daqueles que os mobilizaram e armaram para outros fins. Certo é que os dois abatidos no local não eram nem os únicos aí presentes, nem os únicos implicados, como se fez crer na altura. Estudos recentes vieram trazer luz sobre os responsáveis e a sua motivação, embora muito ainda esteja envolto em dúvida. Quatro autores são a base principal sobre os factos que se apuraram: Raul Brandão, António de Albuquerque, Aquilino Ribeiro e José Maria Nunes. Destes, os dois primeiros não estavam envolvidos no atentado, tendo recolhido depoimentos de terceiros. Raul Brandão falou com várias pessoas próximas à trama, e extraiu do líder dos dissidentes, José Maria Alpoim, a confissão: “Só há duas pessoas em Portugal que sabem tudo, eu e outra(…) Só eu e outro sabemos em que casa foi a reunião, quem a presidiu e quem trocou ao Buíça o revólver pela carabina.”[6] António da Albuquerque, que estava exilado em Espanha após a publicação do seu romance difamatório para a família real “O Marquês da Bacalhoa”, recebeu o testemunho de Fabrício de Lemos, um dos regicidas presentes no Terreiro do Paço, e transcreveu-o no seu livro “A execução do Rei Carlos”.[7] Aquilino Ribeiro, embora não tenha participado directamente, esteve envolvido e conhecia o plano e os assassinos, como deixou testemunho na sua obra “Um escritor confessa-se.”[8] José Maria Nunes era também um dos regicidas e deixou o seu testemunho, tendencialmente auto elogioso mas no geral credível, no escrito: “E para quê?”[9]

Destes quatro testemunhos, só Aquilino é que refere o plano de emboscar a família real como tendo sido adoptado na ocasião, derivado do plano de assassinar João Franco, e tomado no local. Do testemunho dos outros pode-se presumir que o plano teve lugar algures em fins de 1907. Nesta altura, José Maria Alpoim associa-se à Carbonária o que leva, consecutiva e complementarmente, a um plano de aquisição de armas, o plano para um levantamento revolucionário, um plano para assassinar o primeiro ministro e outro para assassinar o Rei.

Estes planos, segundo o testemunho de José Maria Nunes, teria sido abordado pela primeira vez em Paris, no Hotel Brébant, no Boulevar Poissóniere, entre 2 políticos portugueses e alguns revolucionários franceses. O regicida não nomeia esses políticos, nem nunca se foi capaz de identificá-los, mas os revolucionários franceses provavelmente pertenceriam ao movimento anarquista internacional, dado que o embaixador português em Paris chegou a avisar que se preparava um plano contra a família real portuguesa vindo desses sectores. Os Dissidentes foram os principais financiadores, tendo a Carbonária fornecido os homens. Sabe-se que as armas usadas no regicídio foram levantadas do armeiro Gonçalo Heitor Freire (republicano e maçon) pelo Visconde da Ribeira Brava, um dos principais membros dos dissidentes. Aquando do fracasso da intentona do Elevador da Biblioteca, estas armas, guardadas nos Armazéns Leal, foram com sucesso transportadas para casa do dito visconde, onde ficaram escondidas. No rescaldo do fracasso e reacção do governo, sabe-se que um grupo de 18 homens se reuniu num velho casarão de Xabregas[10], dia 30 ou 31 (os testemunhos são contraditórios quanto à data precisa) onde se decidiu pelo assassinato da família real.

Pelo depoimento dos dois já citados regicidas sabemos a identidade de 8 dos 18 membros. Destes, todos os 8 ou apenas 5 constituíam o primeiro grupo, posicionado no Terreiro do Paço: Alfredo Costa, Manuel Buíça, José Maria Nunes, Fabrício de Lemos, Ximenes, Joaquim Monteiro, Adelino Marques e Domingos Ribeiro. O segundo grupo tomaria posição em Santos e o terceiro em Alcântara, cobrindo assim todo o caminho até ao Paço das Necessidades. Os atacantes não esperavam sobreviver ao atentado: Manuel Buíça já havia feito o seu testamento e Alfredo Costa fez questão de pagar uma dívida a um amigo. Mesmo assim, como é sabido, a maior parte do primeiro grupo conseguiu fugir e esconder-se na multidão, e os outros grupos não tiveram qualquer intervenção.

Pelo conjunto dos relatos pode-se concluir que o plano para matar o rei já existia previamente, não de forma independente, mas como parte do plano geral da revolta. No entanto, existe um factor curioso, provocado pelo descarrilamento da carruagem real ocorrido durante a viagem para Lisboa, referido acima. No dia do atentado, pouco depois das 4 da tarde, a 300 Km da capital, em Pìnzio, perto da Guarda, dois criados de José Maria Alpoim, regressando de carro depois de terem transportado o seu patrão para e exílio em Salamanca, ficam sem gasolina e são forçados a parar. Numa taberna local, e perante várias testemunhas, afirmam que aquela hora já não havia rei em Portugal, pois já tinha sido morto[11]. Como poderiam saber? Tal seria verdade se o comboio não tivesse descarrilado. Até que ponto estava o plano já estruturado antes do golpe do elevador como plano de recurso e até que ponto estava José Maria Alpoim envolvido nisso? Estas questões permanecem sem resposta. Embora os dois regicidas caídos tenham ficado com as maiores responsabilidades na altura, o envolvimento dos dissidentes não ficou esquecido. Mal grado a sua auto-promoção depois da implantação da República, não se conseguiram livrar do efeito negativo que a suspeita de envolvimento no regicídio lhes transmitiu, e que se nota pela alcunha de Buíssidentes com que foram apodados. José Maria Alpoim e o visconde da Ribeira Brava não conseguiram singrar no novo regime. O primeiro nunca passou de adjunto do procurador e o ex-visconde foi governador civil de Lisboa mas acabou vítima da “leva da morte” de Outubro de 1918.

Conclusão

Em retrospectiva, o regicídio é geralmente considerado como o fim efectivo do regime monárquico constitucional, sendo o golpe de 5 de Outubro de 1910 apenas a sua confirmação. Esta visão é exagerada, e possivelmente foi alimentada pelos longos anos do Estado Novo, que era adverso ao parlamentarismo (monárquico ou republicano), que era taxado como decadente e ineficaz. Embora o acto do Regicídio tenha removido de cena um estadista de importância que estava em posição de encorajar o revitalizar do regime, e com ele o seu promissor sucessor, a questão não ficou de imediato resolvida. O regime monárquico constitucional continuou a funcionar por mais 33 meses, sofrendo de agitações e carecendo de reforma, é certo, mas não mais do que anteriormente, e decerto num grau de agitação muito menor do que a própria Primeira Republica viria a conhecer. É inegável, no entanto, que a fraca e permissiva atitude do governo de acalmação funcionou como um forte incentivo para o Partido Republicano no sentido de tentar outro golpe pela força. Ainda assim, mais do que decidir, o regicídio adiou a questão para uma nova oportunidade. Esta viria concerteza para o regime, no rescaldo de uma nova intentona republicana falhada, mas como se viu, o golpe seguinte acabou por ser vitorioso, se bem que à justa. A visão do determinismo do crime, tal como a da inevitabilidade do golpe, pode ser produto da costumeira propaganda retroactiva com que os novos regimes, sobretudo os que se impõem pela força, usam para justificar a sua existência: os vencedores escrevem a História.

Pode-se considerar portanto o regicídio de duas maneiras: ou um acontecimento natural no percurso decadente do regime monárquico, que acabaria por cair de qualquer maneira, tendo o atentado apenas apressado a sua conclusão, ou como o ponto de viragem que impediu a reforma e sobrevivência desse regime. Neste último caso, então o atentado foi, para o Partido Republicano embora este não tenha sido por ele directamente responsável, um passo decisivo. Pode ter sido eficaz, mas ensanguentou a futura vida da República, produziu novos magnicídios, e em ultima análise abriu a caixa de Pandora da violência como arma política que viria a minar e a condenar o novo regime.

O centenário do regicídio

Para celebrar o centenário do regicídio de 1908:
  • Foi publicado um livro chamado “Dossier Regicídio“, onde explica e fala sobre o dossier de investigação e apuramento de responsabilidades do regicídio de 1908, do qual não se conhece os resultados.
  • Foi inaugurada pelo Presidente da República, Cavaco Silva, uma estátua do Rei D. Carlos junto e virada para a baía da vila de Cascais, simbolizando, de certa forma, o estudo e o carinho que o Rei tinha pelo mar e pela Natureza, e o carinho pela vila de Cascais.
  • De forma simbólica, D. Duarte Pio de Bragança e o seu filho primogénito, Afonso de Bragança, depositam uma coroa de flores junto ao local do regicídio, assinalado por uma placa aí existente. Seguiu-se uma missa em homenagem ao Rei D. Carlos e a D. Luis Filipe, na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, onde estão sepultados os seus restos mortais. Foi celebrada pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.
  • A RTP produziu uma série sobre o regicídio chamada “O Dia do Regicídio“, para comemorar o seu centenário.

Referências

  1. http://www.iscsp.utl.pt/cepp/governos_portugueses/1900-1910/joao_franco.htm Governo de João Franco (1906) site do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas
  2. Nobre, Eduardo, 2004, “Duelos & Atentados”, Lisboa, Quimera Editores.
  3. Rio Maior, Marquesa de, 1930, “Memórias da Marquesa de Rio Maior”, Lisboa, Parc. A. M. Pereira.
  4. Lavradio, 6º Marquês de , 1947, “Memórias do Sexto Marquês de Lavradio”, Coord. Por D. José L. Dalmeida (Lavradio). Lisboa, Edições Ática.
  5. Proença, Maria Cândida, 2006, “D. Manuel II”- Colecção “Reis de Portugal”, Lisboa, Círculo de Leitores, pag 100
  6. Brandão, Raul, “Memórias” 2ª ed., Porto, Renascença Portuguesa, 1919; Lisboa, Relógio d’Água, 1998. vol II, pág. 153.
  7. Albuquerque, António de, 1909, “A execução do Rei Carlos: monarchicos e republicanos” Bruxelas.
  8. Ribeiro, Aquilino, 1974, “Um escritor confessa-se” Amadora, Bertrand.
  9. Nunes, José, 1918, “E para quê?”, Lisboa, Tipografia Ad. De Mendonça.
  10. Baêna, Miguel Sanches de, 1990, “Diário de D. Manuel e estudo sobre o regicídio”, Lisboa, Publicações Alfa.
  11. Cabral, António, 1931, “As Minhas Memórias Políticas – O Agonizar da Monarchia”, Lisboa, Liv. Pop. Franc. Franco. pp. 235-336
  • Pinto, José Manuel de Castro, 2007, “D. Carlos (1863-1908) A Vida e o Assassinato de um Rei”, Lisboa, Plátano Editora, ISBN 978-972-770-563-4
  • Nobre, Eduardo, 2006, “Amélia, Rainha de Portugal”, Lisboa, Quimera Editores, ISBN 972-589-165-1
  • Nobre, Eduardo, 2004, “Duelos & Atentados”, Lisboa, Quimera Editores, ISBN 972-589-129-5
  • Morais, Jorge, 2007, “Regicídio – A Contagem Decrescente”, Lisboa, Zéfiro, ISBN 978-972-8958-40-4
  • Manuel II, D. , “Diário”, 21 de Maio de 1908

Ligações Externas

Fonte Wikipédia

domingo, 30 de janeiro de 2011

JÁ SE CANTA O HINO DA RESTAURAÇÃO!

CONTRIBUIÇÕES ANGARIADAS SERÃO ENTREGUES À CARITAS BRASILEIRA


O chefe da Casa Real Portuguesa, Duarte Pio de Bragança, decidiu promover uma linha de ajuda às vítimas das chuvas no Brasil, através de uma conta cujas contribuições serão entregues à Caritas brasileira, escreve a Lusa.

A conta foi aberta pela Fundação D. Manuel II, presidida por Duarte Pio, e começou já a receber ajudas: Pequenas ajudas, mas é isso que conta. São muitas ajudas de cinco, dez, cinquenta euros, que estão a chegar e que têm um impacto psicológico no Brasil muito importante, além da ajuda material, que sempre é útil, disse o duque de Bragança, em declarações à Lusa.

Centenas de milhar de pessoas perderam tudo o que tinham. Houve uma quantidade enorme de casas que desapareceram ou então que o seu conteúdo foi todo arrastado pelas águas, afirmou.

O chefe da Casa Real Portuguesa tem uma ligação particularmente forte ao Brasil: não só é filho de mãe brasileira, como tem imensos primos, pelo ramo Orléans e Bragança, que residem na região afectada. Alguns até tiveram problemas com estas inundações. Houve uma casa, de um dos primos, que foi inundada em Petrópolis, indicou.

A conta pretende responder ao maior desastre natural de sempre no Brasil e Duarte Pio acrescenta-lhe outras razões: Sinto e sei que os brasileiros dão muita importância ao apoio de Portugal, não por uma questão de dinheiro, mas por uma questão de afectividade, de uma ligação de fraternidade histórica que dura há quinhentos anos.

A conta foi aberta na Caixa Agrícola Terras de Viriato, de Viseu, e contou com o apoio da própria instituição bancária. Tem o número de identificação bancária (NIB) 0045 30804024155096270 e, enquanto for necessário, enquanto continuar a chegar a ajuda, estará activa, garante o duque de Bragança.

Duarte Pio tem a intenção de se deslocar pessoalmente ao Brasil para fazer a entrega das doações. Tenho a intenção de entregar [o montante angariado], se valer a pena, se for uma quantia interessante, em nome de todos os portugueses, diretamente à Caritas brasileira, afirmou.

As chuvas intensas que na semana passada atingiram o Estado brasileiro do Rio de Janeiro, provocando inundações e deslizamentos de terras, causaram a morte a pelo menos 785 pessoas. Outras 400 permanecem desaparecidas.

Ainda segundo dados oficiais, pelo menos 6.050 pessoas perderam as suas casas e outras 7.780 ficaram desalojadas.

Redacção / PP

Fonte: IOL

A VIDA DE UM "PATUSCO", EX-PROLETÁRIO


Caro sr. Vital Moreira

Quando se encontra na internet peças como esta http://www.youtube.com/watch?v=QE0FgqYj9Aw perguntamos afinal quem é o Patusco, devia ter vergonha ao ter ajudado a defender há 35 anos a nacionalização que tanto custou à economia portuguesa ao ponto de ser necessário em 1978 e em 1983 entrar o FMI em Portugal. Patusco é ter pertencido a um partido político que colocou em causa a Liberdade do nosso Povo, só com o 25 de Novembro de 1975 os ideais de Abril finalmente tomaram o curso da Democracia e da Liberdade que em 1975 não defendia. Patusco é ter ido parar de para-quedas para o “meu” partido, o Partido Socialista, do qual sou militante há 14 anos sem nunca ter posto em causa os princípios fundadores do Partido Socialista.  O Povo no dia 23 de Janeiro de 2011 virou as costas à República, 25% da população votante votou no presidente Cavaco, 7% de votantes votaram nulo e branco, 54% comemorou o Centenário da República melhor forma ! … em Casa ! Em 5 de Outubro de 2010 as sondagens que vieram nos jornais davam 30% de apoiantes monárquicos, 12% dos leitores do BE são monárquicos e 11% dos eleitores do PCP são monárquicos.

Há 35 anos uma pessoa que andava a “viajar” de partido em partido só tinha um nome dado pelo povo “vira-casacas”, o problema deste país infelizmente é existirem muitos “vira-casacas” que agora são patuscos em quase todos os partidos, pessoas sem ética, pessoas sem princípios e nem valores, esqueceram do que é a verticalidade de princípios mas acima de tudo esqueceram-se do que é ter palavra !

Pode ter a certeza que o Herdeiro dos Reis de Portugal, da mesma família de D,Afonso Henriques, da mesma família do Rei “Socialista” D,Manuel II, irá defender sempre o interesse de todos os portugueses da esquerda à direta, ao contrário do actual presidente que nunca irá defender patuscos que vão contra os seus princípios ético-morais como foi exemplificado pelo discurso de vitória no Domingo. Nós monárquicos democratas queremos o mesmo que foi feito em 1978, que a Constituição seja referendada pelo Povo e que o povo elege o Rei como D.Juan Carlos foi eleito ! 

Agora eu pergunto, afinal quem é o patusco aqui, pelo youtube tira-se logo a pinta !

A propósito do seu deslize http://causa-nossa.blogspot.com/2011/01/antologia-do-surrealismo-politico.html

Melhores cumprimentos

Rui Monteiro

Fonte: Blogue "Causa Monárquica"

sábado, 29 de janeiro de 2011

PORTUGAL: A QUEDA ANUNCIADA DE UM REGIME

Quantcast

No passado Domingo, dia 23 de Janeiro de 2011, assistimos, nós Portugueses, à vitória “relativa” do Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva, no âmbito das eleições presidenciais.

Segundo as fontes oficiais, o resultados oficiais que passaram na comunicação social, deste regime (?), foram os seguintes:
  • Votos Brancos:4.26%
  • Votos Nulos:1.93%
  • Abstenção: 53.57%.
E os resultados que “não interessam”:
Abstenções = 53,38%
Brancos = 4,26%
Nulos = 1,93%

O actual e também novo Presidente da República foi o que menos votos teve em TODA A HISTÓRIA da III República!!!

A Abstenção ainda foi maior do que na eleições presidenciais de 2001, que elegeu pela segunda vez, Jorge Sampaio!!!

Sinais:

O primeiro sinal que facilmente nos apercebemos é da arrogância do discurso de vitória de Cavaco Silva. Como se a vitória eleitoral fosse uma espécie de vingança pessoal ou político-partidária contra o Partido Socialista e o actual Governo.

O segundo sinal, de extrema gravidade e de enorme importância, é que, fazendo as contas, numa escala de 0 a 100%, contando com os resultados da Abstenção, dos Nulos e dos Brancos, o de novo eleito Presidente da República, obteve cerca de 23% dos votos. Nem chega a 1/4 dos cidadãos eleitores!

O terceiro sinal, e que é uma enormidade, é ter havido nestas eleições “eleitores fantasmas”, como se poderá ver nas seguintes imagens:





Pelo que, quando nós temos este número gritante de “eleitores fantasmas”, quando nós assistimos incrédulos ao facto escandaloso numa democracia ocidental como a nossa, de cidadãos não poderem votar, devido ao Cartão do Cidadão, quando nos apercebemos da tristeza do sistema que até foi abaixo devido a tantas requisições dos eleitores que queriam saber, afinal onde é que poderiam exercer o seu direito inalienável de votar, apercebemos-nos claramente que algo vai mal na República das Bananas…

Juntando a tudo isto, a fraquissíma qualidade da campanha eleitoral da parte dos mais diversos candidatos, sem nenhuma ideia para Portugal, sem nenhum objectivo definido, numa onda de ataques pessoais que não há paciência, com tanto baixo nível e a juntar a isso, o Tiririca Coelho que até ganhou simpatia popular, apercebemos-nos que Cavaco Silva certamente se tivesse que receber um Cognome, será certamente “o último”.

E será o último, porque o regime actual, fracassou em toda a linha. Seja no plano político – não estabelecendo em Portugal um regime democrático pleno e transparente. No plano económico e social, desde o abandono da indústria pesada, da agricultura, das pescas, passando pela medíocre educação, saúde, justiça, etc…

Finalmente, neste plano dos sinais, o actual regime republicano, não é capaz de galvanizar os Portugueses em acreditarem em si próprios. Fomentou nestes 35 anos de existência a ideia errada que Portugal não tem sentido, não valoriza a nossa História colectiva – bastará olhar para os Manuais escolares. Permite-se tudo e mais alguma coisa, sem um verdadeiro equilíbrio social que permita a prosperidade nacional.

Quando assim é, teremos que olhar para a nossa História, para as nossas raízes e recuperar o sentimento do que é ser Português.

Portugal é uma Nação que se emancipou do Reino de Leão e Castela. Fundou-se e expandiu-se, primeiro na Europa e depois pelos quatro cantos do Mundo. Foi uma Nação pioneira na Globalização. Estabeleceu um Império onde o sol nunca se punha. Criou raízes com os diversos Países que hoje compõem, a Lusofonia. Tem uma das maiores Zonas Economicas Exclusivas do Mundo. Tem uma riqueza que ainda não explorou e esta República destrutiva de Portugal não irá explorar, cedendo-a em nome de capitais fáceis para, se calhar, o Euro-Estado que se está a construir, graças ao Tratado de Lisboa, que foi tão festejado por estes senhores do sistema…

Quando assim é, temos que olhar para o que nos resta:

- Uma Pátria com quase 900 anos.
- Uma Família Nacional, solidária, que sempre que é preciso se une e resolve.
- Uma Tradição centrada nas raízes da Liberdade.
- A força e a capacidade de criar um Novo Pacto Social entre a Nação e os seus Representantes.

Assim, e só assim, os Portugueses unidos, terão que em Referendo, demonstrar, de uma vez por todas, à República, que não é bem-vinda, que os enganou, que os prejudicou, que lhes roubou um dos bens mais preciosos da nossa História: a Liberdade!

Não ponho em causa a Democracia quando falo que nos falta a Liberdade. Falta-nos a Liberdade de querer voltar a ter um Rei e neste aspecto até se confunde com a própria Democracia.

Sem uma boa Justiça não pode haver uma boa Democracia.

A Aclamação do Rei, isto é, a Eleição do Rei, é, por si só, algo 
verdadeiramente único no que toca às Monarquias Europeias. Sim, o Rei era pela Graça de Deus! Mas Graças a Deus que o povo aclamou os seus Reis e que estes o serviram durante mais de 700 anos! Vamos ocultar isto até quando?

O Pacto Social em Portugal sempre existiu entre o Povo e o Rei.

Seja na Monarquia Medieval, seja na Monarquia Constitucional, os Reis eram aclamados em Cortes. Eram confirmados, pelos representantes da Nação. Não podemos dizer, que a ascensão ao Trono é um acto anti-democrático, quando não percebemos nem queremos perceber o real significado de tudo isto.

As Liberdades do Povo foram sempre garantidas.

Fomos um Povo único na História porque sempre soubemos marcar posição. Recuperemos, pois, esta capacidade que quatro Ditaduras procuram nos silenciar. As de Afonso Costa, Pimenta de Castro, Salazar e o actual sistema….

Um regime que nasceu do sangue de um Rei e do Seu Filho e Herdeiro, não pode ser um regime digno.

Um regime que se auto impôs por 3 vezes ao povo, sem procurar a legitimidade democrática, não poderá nunca durar muito tempo.

Um regime que tem como seu chefe máximo, um Presidente eleito por cerca de 23% do total dos cidadãos eleitores, não tem sequer o direito de tomar posse! E no entanto irá tomar posse…

Portugueses,

Nós não precisamos disto. Temos um Rei, temos uma Família Real. Existe a Monarquia, como solução credível que nos poderá levar à prosperidade que tanto ansiamos. Precisamos de ir à História, às nossas raízes da Liberdade e traçarmos o caminho da Democracia Real.

O Rei vive entre nós desde 1953, ano que veio do exílio onde estava com sua Família. O Rei tem-se preocupado, durante toda a sua vida em servir Portugal, e procurar ajudar-nos de alguma maneira.

Um Rei que vive junto do Povo, servirá melhor o povo do que alguma vez um Presidente o fez. Um Rei que conhece o povo e ouve as suas preocupações e anseios, será o melhor servidor da nossa respublica.

Tenhamos a capacidade de perceber que o este actual regime político, a República perdeu toda a credibilidade. Temos que exigir a alteração da alínea b) do artigo 288.º da Constituição que impede um Referendo sobre a Chefia do Estado. E quando for o Referendo, vamos recuperar a Dignidade de Portugal perdida nestes 100 anos miseráveis de 3 república, e aclamar como Rei de Portugal, Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança, Chefe da Casa Real Portuguesa.

Com a História que temos e com os Reis que tivemos, temos a obrigação de voltarmos a ser uma Monarquia. O prestígio de Portugal será claramente recuperado e haverá um Projecto para o nosso Portugal. Um projecto ambicioso com o qual, estou seguro, ganharemos todos.

Porque Portugal está em jogo,

Porque o futuro é já amanhã e temos que acordar hoje,

É A HORA!

CHEGOU A HORA DA QUEDA DA REPÚBLICA E DA PROCLAMAÇÃO DA MONARQUIA!!!

VIVA O REI!

VIVA PORTUGAL!!!!

Fonte: David Garcia no blogue "PDR- Projecto Democracia Real"

RESPONSABILIDADE MONÁRQUICA

Admitimos ser possível trazer uma luz racional, lógica, científica e política aos republicanos. Convencê-los por esta via de que a Monarquia é o regime mais democrático, mais justo e mais estabilizador da sociedade. Mas receio ser impossível elucidar os mesmos republicanos de uma certa dimensão sensacional e espiritual exclusiva dos monárquicos. Isto eles nunca compreenderão. Porque é algo não cognitivo, mas nato. Algo que não se aprende, mas congénito. Esta é a condição que mais distingue republicanos e monárquicos. A sensação de pertença, de fragmento da História, de um gene do passado. Nós monárquicos somos portadores da glória das batalhas, da coragem das Descobertas, da sociabilidade dos Povos, da fidelidade ao Rei, da evangelização do Mundo. Nós monárquicos somos, na verdade, filhos de Portugal, Alma da Nação. Eis a nossa responsabilidade.

A ESTÁTUA DO SOLDADO PORTO

Sei agora, e aqui fica o agradecimento a quem me informou, que existiu um soldado com o nome Porto. Não faz muito tempo que vi um programa do professor José Hermano Saraiva na RTP2 (A Alma e a Gente) sobre alguns aspectos da cidade do Porto, as caves de vinho do Porto (que até são na outra banda) os novos circuitos turísticos em réplicas de barcos rabelos, em autocarros abertos e helicóptero. O programa terminou junto à Sé Catedral e eu pensei que era desta vez que ia ouvir falar da estátua abandonada, mas não, sobre o assunto que me vem inquietando há muito tempo, nada. A câmara ainda focou-a de relance, mas só parou na Casa dos 24. Reparei no entanto que o professor repetidamente virava e revirava um folheto de publicidade onde se liam muito bem os nomes de uma empresa produtora do afamado vinho e outra, por acaso a mais forte nos passeios para turistas, a única que para o efeito utiliza um autogiro, pensei que era um caso de publicidade encoberta, mas não acredito que o mestre seja capaz de tal. A estátua do soldado Porto está emparedada pela Casa dos 24 no largo do Terreiro da Sé, quando nela reparei pela primeira vez deveria ter os meus 4 ou 5 anos de idade e ela encontrava-se junto à Muralha Fernandina no Largo Actor dias, num espaço ajardinado inscrito na toponímia da cidade sob o nome Jardim do Porto, hoje o mesmo local chama-se Jardim Arnaldo Gama e no mesmo sítio onde estava o Porto está o romancista/jornalista. Passados muitos anos a estátua desapareceu do local acima referido (por ocasião da inauguração da estátua a Vimara Peres junto à Sé do Porto) e eu reencontro-a nos jardins do Palácio de Cristal junto ao pequeno torreão sobranceiro à Rua da Restauração que desde miúdo me habituei a chamar castelo, por lá ficou mais uns anos, mais tarde é trasladada para o sítio onde está actualmente mas entretanto constroem aquilo a que eu chamo o mamarracho da Sé (a Casa dos 24) emparedando-a. Soube agora que o Porto (soldado) não tem grande interesse na gesta da cidade ao contrário de Vimara Peres que reconquistou a cidade aos mouros em 868. Também me informaram que quando se reconstruiu a Casa dos 24 a estátua em questão deveria ser mudada de sítio ou voltada para o terreiro da Sé, de frente para quem passa, mas ficava de costas para a cidade, criou-se então um impasse que dura há demasiado tempo.
Ao contrário de Nuno Cardoso, nunca encontrei o Dr. Rui Rio na zona histórica, se calhar é por isso que tudo está como está.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DECLARAÇÃO DE S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE NA ENTREVISTA À RTPN DE 25-01-2011

Publicado por Maria Menezes no Blogue "Família Real Portuguesa"

A CRISE DO SISTEMA REPUBLICANO PORTUGUÊS VISTA PELO LÍDER DO PPM

VOTO, ANONIMATO, ABSTENÇÃO E CIDADANIA


Rui Tavares saca dos seus dotes de contador de estórias para nos sensibilizar sobre a luta antifascista e o quanto sabe bem votar. O acto, em si, chega a soar uma liturgia, debaixo da caneta de RT. E ontem, durante o telejornal da SIC, Miguel Sousa Tavares afirmou veementemente que não tem respeito nenhum pelos abstencionistas crónicos. Ora, eu acho que estamos aqui a esquecer uma coisa muito importante: a democracia não se faz com a desresponsabilização pelo voto. Poder escolher os órgãos por votação é fundamental e tal acto caracteriza as sociedades livres. Mas poder escolher não votar, também. Poder escolher riscar o boletim, ou entregá-lo em branco, a mesma coisa. Porém, o mais importante do conceito de cidadania não é ir de vez em quando às urnas, rezar uma oração durante o acto e depois voltar para casa e esperar que os políticos de carreira como o Rui Tavares falem por nós, façam por nós, exijam por nós - até porque, como estamos fartos de saber, os partidos têm estado à frente dos cidadãos. Eu não votei nesta eleições. Não o fiz porque fui passear, ou porque uma obrigação social ou profissional mo não permitiu. Fi-lo conscientemente por uma questão ideológica e de protesto. Mas o resto do ano não fico calado, nem no sofá à espera que a democracia funcione, como uma máquina onde se coloca uma moeda (sendo a moeda o meu voto). Exerço o meu papel de cidadão. Exijo, reclamo, pergunto, intervenho. O mal da democracia não é quando os cidadãos no dia das eleições, não vão votar e preferem ir ao futebol, ou ao centro comercial. É quando durante toda a sua vida não se interessam pela política, não fazem política ou a abominam. Afinal de contas, em democracia, quanto a mim, o que conta não são actos praticados anonimamente, mas aqueles em que mostramos a cara e nos batemos por eles. Digo eu... mas comparado com os grande politógos e políticos da praça, pouco ou nada sei... 

S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE PATRONO DAS "ALDEIAS HISTÓRICAS DE PORTUGAL"


Foi hoje apresentada publicamente a AHP - Aldeias Históricas de Portugal, uma associação de defesa, salvaguarda de revivificação do património em todas as suas vertentes, criada em Novembro de 2010.

"Esta não é apenas mais uma associação. Queremos ser uma Organização Não Governamental que realmente funcione e que defenda o património português", garante a vice-presidente Isabel Cabral. Para a responsável, algumas das características da associação marcam a diferença: "Queremos patronos que nos dêem um apoio incondicional mas sem interferirem na associação. Além disso, queremos estabelecer sinergias. Não estamos a trabalhar para nós mas sim por Portugal".

Tendo como principais patronos o Comendador Joaquim Mourão, D. Duarte de Bragança, a Universidade Nova de Lisboa e a Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, esta associação propõe-se a fazer "uma mudança da mentalidade no empenhamento cívico", acrescentou Isabel Cabral.

O presidente da Associação, Roman S. von Rupp, nascido na Alemanha, com estudos nos Estados Unidos, escolheu Portugal para viver. "As zonas históricas em Portugal estão a ser esquecidas", garante, aproveitando para deixar um alerta: "Acreditem no que têm para oferecer. Viajei por todo o mundo e não encontro um melhor sítio para viver que Portugal".

Para Isabel Cabral, em Portugal falta o conceito de turismo integrado. "Não chega mandar as pessoas visitar os locais sem que os sítios tenham as condições necessárias para receber turistas", lembrou.

Como próximas actividades, a associação marcou para Abril um congresso nacional com 140 ONG da área do património, para que dessa reunião saia uma carta de princípios "com efeitos multiplicadores". Está ainda previsto um congresso internacional, que a responsável promete ser um congresso de trabalho, não de conversa".

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ELEIÇÕES DE 1908 (5 DE ABRIL)


Eleições realizadas depois do regícidio, da queda do governo de João Franco e com o governo da acalmação de Ferreira do Amaral. Eleitos 63 regeneradores, 59 progressistas, ainda liderados por José Luciano, 15 independentesamaralistas, 7 republicanos, 7 dissidentes progressistas, liderados por José de Alpoim, 3 franquistas, liderados por Vasconcelos Porto, e 1 nacionalista, Jacinto Cândido. Na lista do governo, apareceu inclusive o médico republicano Manuel Bombarda. Vitória dos apoiantes do governo da acalmação de Ferreira do Amaral (equilíbrio entre regeneradores e progressistas). Contudo, ainda se registam alguns incidentes de vulto em Lisboa, com 14 mortos e uma centena de ferido no largo de S. Domingos e em Alcântara. Dos 63 deputados regeneradores, 21 acompanharão a dissidência de Campos Henriques. 15 deputados amaralistas. 59 deputados progressistas. 7 deputados republicanos.

Fonte ISCSP