DONA MARIA PIA, A RAINHA QUE PORTUGAL ESQUECEU!
Retrato a aguarela da Rainha Dona Maria Pia
Momentosantes de morrer, a Rainha Dona Maria Pia perguntou para que lado ficavaPortugal. Quis fechar os olhos na direcção do país que a recebera emfesta, a 5 de Outubro de 1862, e que a expulsara para o exílio, a 5 deOutubro de 1910.
Portualnunca soube retribuir a paixão que Dona Maria Pia votou ao seu país deadopção, onde, mais que esposa, Mãe e Avó de Reis, foi uma Rainha quemarcou indelevelmente a sua época.
Detodos os exilados da Família Real que sairam de Portugal no 5 deOutubro de 1910, foi a primeira a morrer e a única que não regressou.
Quaseum século após a Sua morte, Portugal não se interessou ainda porrecolher da Basílica de Superga os restos mortais da Rainha Dona MariaPia para que repousem no Panteão de São Vicente, ao lado do Marido, dosFilhos e dos Netos.
Mais que ingratidão, mais que injustiça, trata-se de um esquecimento que nos envergonha.
Destaspáginas, e a quem as ler, fica o apelo para que se promova urgentementeo regresso a Portugal dos despojos da Rainha Dona Maria Pia, com ashonras nacionais que a todos os títulos lhe são devidas, e com ocarinho e respeito que a Sua memória nos merece.
Do livro "Casa Real", de Eduardo Nobre.
Menudo último almoço de Dona Maria Pia no Palácio Quirinal - 12 de Junho de1911. Papel timbrado com a Coroa Real Italiana e o monograma deVittorio Emmanuel, cercado do colar da Ordem da Annunciada.
Acompanhadapelo seu sobrinho, o Rei Victor Manuel III e pela Rainha Elena, aRainha Dona Maria Pia almoçaria neste dia pela última vez em Roma,partindo em seguida para Nápoles. No Palácio Real desta cidade residiao Duque do Porto, Dom Afonso de Bragança. As duas Residências Reais deNápoles, o Palácio Real e a Reggia di Capodimonte, acolheram, emdiversas ocasiões e datas, membros da Família Real Portuguesa.
Oestado de saúde da Rainha Dona Maria Pia, que vinha a deteriorar-seapós o assassínio do Filho e do Neto, num quadro alarmante dedegeneração psíquica e física, sofre novo revés com o exílio. A Rainhaque pouco mais dias teria de vida, viria a morrer no Palácio deStupinigi, a 5 de Julho de 1911, não chegando a completar os sessenta equatro anos de idade, que celebraria a 16 de Outubro.
Do livro "Casa Real", de Eduardo Nobre
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