quarta-feira, 9 de março de 2011

DOIS DUQUES E UM DESTINO


Ainda a propósito do filme “O Discurso do Rei”, a história de um príncipe gago que não estava na primeira linha para ser chefe de Estado, mas que, por razões muito particulares, teve de o ser e assim ter o infortúnio da contemporaneidade em funções, nada mais, nada menos, com o período da II Guerra Mundial.
 
O grande ensinamento a extrair da película é a prevalência da substância sobre a forma. Alguém que tinha as suas limitações e as suas dificuldades, como qualquer um de nós, mas que por desígnio da obrigatoriedade e do compromisso com a Nação teve de avançar e resolvê-las. E resolveu!
 
Face ao contexto, são inevitáveis as comparações do ex Duque de York, futuro Jorge VI e o Duque de Bragança que há-de ser o futuro Duarte III de Portugal e dos Algarves. 
 
Ora, para aqueles que, infelizmente, ainda medrosamente se deixam ir na propaganda republicana novecentista, especializada na forma e no estilo, mas sempre desagregada do mundo real, do povo e dos seus costumes, mantêm-se surdos para ouvir um homem apenas porque possui uma maneira peculiar de falar…que pessoalmente gosto. Gozo, normalmente é o tónico usado, o tónico dos fracos. A esses eu lhes digo que não existe hoje pessoa mais habilitada para a chefia de Estado, num contexto reformulado e actualizado do regime português, do que S.A.R. o Senhor Duque de Bragança herdeiro (e não pretendente) ao Trono de Portugal e dos Algarves. Foi emigrante (pelas infelizes razões que sabemos) e ninguém ama e sabe mais sobre o seu País do que um emigrante. Ele sente tudo de forma muito chegada às suas raízes. 
 
Na única e feliz oportunidade que tive de trocar algumas palavras com S.A.R., pude aperceber-me de um homem que gosta mais do seu País e do seu povo do que de si próprio. Até pela sua formação militar, não tenho muitas dúvidas que poria literalmente a sua vida em prol do País. 
 
Homem de trato simples, mas nobre na postura. É a antítese da vaidade. Sabem o carro que conduz? É melhor nem saberem… Mas sobretudo apercebi-me de um homem que sabia mais da minha terra que eu próprio. Apaixonado pela biodiversidade, pela natureza, pela ecologia, pela agricultura, uma visão estratégica sobre o património arquitectónico português, homem de apurado sentido sobre as necessidades dos mais pobres, não fosse ele da mais distinta família portuguesa mas que viveu as provações que um príncipe não vive. Mas ele viveu-as. Dá valor à poupança, pois precisou dela…muitas vezes. Um homem que fala objectivamente da economia portuguesa e sobre o que ela realmente precisa. Profundo conhecedor das ancestrais tradições, folclores e costumes das maiores às mais pequenas regiões de todo o Portugal.  Apreciador dos produtos que são feitos pelas diferentes zonas do nosso País. Falou de Timor antes de todos e usa uma pedagógica e natural postura de unificador dos países de expressão portuguesa. Defensor acérrimo da cultura portuguesa. Em nome da liberdade enfrentou  corajosamente Salazar e pagou um preço por isso. Fala com verdade e coragem sobre o que pensa e actua com a equidistância partidária que só um Rei consegue.
 
Mas apesar disso tudo, de poucos assessores iria precisar para lidar, com a categoria necessária, em situações de representatividade de Estado, pois postura, educação e modos vêm do berço e não ensinados com fórmulas mágicas para não se fazer má figura durante 5 anos.
 

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