A HISTÓRIA REPETE-SE, PORQUE OS POVOS PRESERVAM A SUA DIFERENCIAÇÃO E IDENTIDADE
A União Europeia exigiu o maior sufoco fiscal de que há memória aos portugueses…apenas o início de um processo que no curto prazo sofrerá mais agravamentos e muito mais sacrifícios.
Tudo se baseia numa premissa, que o debate entre Colbert e Mazarino, no tempo de Luis XIV, tão bem anuncia:
“Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar [o contribuinte] já não é possível.Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
Mazarino: Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente!!!
Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!
Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo ? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criámos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: Criam-se outros.
Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: Sim, é impossível.
Colbert: E então os ricos?
Mazarino: Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: Então como havemos de fazer?
Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente entre os ricos e os pobres: os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres.
É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais!
Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tirámos. É um reservatório inesgotável.”
Portugal tem um período histórico de sessenta anos, em que a ilusão de pertencer a um Império Europeu, retirou aos portugueses a soberania fiscal. Foi a 3ª Dinastia, em que verdade seja dita, nunca chegaram os Filipes a eliminar a nossa moeda nacional.
O povo português reagiu então, porque os impostos o empobreciam e não reconheciam que a sua aplicação fosse do interesse nacional.
A revolta das Maçarocas do Porto, as Alterações de Évora, alastradas a tumultos em todas as cidades, levaram ao ambiente que culminou com a acção dos Conjurados e a Restauração concretizada no 1º de Dezembro de 1640 e ainda hoje comemorada com um feriado nacional.
A mensagem do povo, assinada simbolicamente, por Manuelinho é elucidativa e motivou a revolta e a revolução.
“Senhor, vosso Portugal
de vossos pais estimado,
hoje, em miséria fatal,
está pobre e lastimoso;
e o governo rigoroso,
que tanto o tem perseguido,
lhe nega, sendo ofendido,
o alívio de ser queixoso.
Manuelinho”
Portugal, voltou então a ser um Reino independente e soberano. Logo nos apercebemos que tínhamos potencialidades que estavam esquecidas e nunca tinham sido aproveitadas.
Ontem, como hoje, vivemos um período de ilusão, que nos conduziu ao empobrecimento e ao sacrifício….mas reagimos e vencemos.
Para sustentar a guerra da Restauração que durou quase três décadas, o novo Rei lançou um novo Imposto…a Dízima, 10 % dos rendimentos de todos os portugueses.
Na História das Nações do Mundo, este imposto tem uma particularidade e uma diferenciação.
É entre todos o único, em que não há qualquer documento histórico, qualquer notícia, de contestação.
A História repete-se…a ilusão de 1580, a que muitos membros da Corte aderiram e propagandearam, levou ao esquecimento de valores, de sentimentos dos portugueses e à sua servidão e empobrecimento. A ilusão de 1985, conduziu-nos a uma situação idêntica.
Esquecemos o que somos e esquecemos as nossas potencialidades.
A União Europeia está num dilema, que é para nós um problema de transcendente importância e gravidade. O sistema da moeda única só sobrevirá com a uniformização fiscal ou tributária, ou seja a total eliminação da nossa soberania e independência.
Em 1985, foi a adesão à Comunidade Económica Europeia que contribuiu para a consolidação da democracia portuguesa…em 2011, a Moeda única e a precipitação do Federalismo Europeu irá matar por completo a democracia portuguesa.
É hora, de voltarmos a meditar profundamente na mensagem de Manuelinho.
José J. Lima Monteiro Andrade
Tudo se baseia numa premissa, que o debate entre Colbert e Mazarino, no tempo de Luis XIV, tão bem anuncia:
“Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar [o contribuinte] já não é possível.Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
Mazarino: Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente!!!
Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!
Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo ? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criámos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: Criam-se outros.
Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: Sim, é impossível.
Colbert: E então os ricos?
Mazarino: Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: Então como havemos de fazer?
Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente entre os ricos e os pobres: os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres.
É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais!
Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tirámos. É um reservatório inesgotável.”
Portugal tem um período histórico de sessenta anos, em que a ilusão de pertencer a um Império Europeu, retirou aos portugueses a soberania fiscal. Foi a 3ª Dinastia, em que verdade seja dita, nunca chegaram os Filipes a eliminar a nossa moeda nacional.
O povo português reagiu então, porque os impostos o empobreciam e não reconheciam que a sua aplicação fosse do interesse nacional.
A revolta das Maçarocas do Porto, as Alterações de Évora, alastradas a tumultos em todas as cidades, levaram ao ambiente que culminou com a acção dos Conjurados e a Restauração concretizada no 1º de Dezembro de 1640 e ainda hoje comemorada com um feriado nacional.
A mensagem do povo, assinada simbolicamente, por Manuelinho é elucidativa e motivou a revolta e a revolução.
“Senhor, vosso Portugal
de vossos pais estimado,
hoje, em miséria fatal,
está pobre e lastimoso;
e o governo rigoroso,
que tanto o tem perseguido,
lhe nega, sendo ofendido,
o alívio de ser queixoso.
Manuelinho”
Portugal, voltou então a ser um Reino independente e soberano. Logo nos apercebemos que tínhamos potencialidades que estavam esquecidas e nunca tinham sido aproveitadas.
Ontem, como hoje, vivemos um período de ilusão, que nos conduziu ao empobrecimento e ao sacrifício….mas reagimos e vencemos.
Para sustentar a guerra da Restauração que durou quase três décadas, o novo Rei lançou um novo Imposto…a Dízima, 10 % dos rendimentos de todos os portugueses.
Na História das Nações do Mundo, este imposto tem uma particularidade e uma diferenciação.
É entre todos o único, em que não há qualquer documento histórico, qualquer notícia, de contestação.
A História repete-se…a ilusão de 1580, a que muitos membros da Corte aderiram e propagandearam, levou ao esquecimento de valores, de sentimentos dos portugueses e à sua servidão e empobrecimento. A ilusão de 1985, conduziu-nos a uma situação idêntica.
Esquecemos o que somos e esquecemos as nossas potencialidades.
A União Europeia está num dilema, que é para nós um problema de transcendente importância e gravidade. O sistema da moeda única só sobrevirá com a uniformização fiscal ou tributária, ou seja a total eliminação da nossa soberania e independência.
Em 1985, foi a adesão à Comunidade Económica Europeia que contribuiu para a consolidação da democracia portuguesa…em 2011, a Moeda única e a precipitação do Federalismo Europeu irá matar por completo a democracia portuguesa.
É hora, de voltarmos a meditar profundamente na mensagem de Manuelinho.
José J. Lima Monteiro Andrade
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