quinta-feira, 8 de julho de 2010

DISCURSO DE SUA ALTEZA REAL A SENHORA DONA ISABEL, DUQUESA DE BRAGANÇA NAS CERIMÓNIAS DA RAINHA SANTA ISABEL NO PASSADO DIA 4 DE JULHO


Queridas Damas da Real Ordem de Santa Isabel,

É com gosto e com esperança que nos encontramos, de novo, aqui em Coimbra, terra que venera a nossa Rainha Santa de forma tão sentida e tão inspiradora. Há Damas que hoje não puderam vir por terem de atender ao crisma de pessoas de família, neste abençoado dia 4 de Julho. Que a Rainha Santa acompanhe as suas orações.

Hoje tenho a alegria e a honra de vos apresentar duas novas damas: Son Altesse Royale la Princesse Marie-Liesse de France, Duchesse d'Angoulême e S.A.S. a Princesa Dainé d'Arenberg.

Soyez les bienvenues. Je vous remercie l’enthousiasme et le sens de responsabilité avec le quel vous avez accepté le défit de rejoindre cette Ordre.

L’Ordre de Rainha Santa Isabel a était établie par notre Roi D. João VI, en mil huit cents un, come une oeuvre des Dames qui cherchait suivre l’exemple de la Reine Sainte Isabel dans sa pratique d’oeuvres de charité.

La Reine Sainte Isabel, qui a vécu dans le treizième siècle, a évité plusieurs conflits armés avec une attitude pacificatrice. A travers une diplomatie attentif, la reine réussit a trouver une plateforme d’entente entre les parties en conflit. Après elle signalisée les champs où des batailles n’avait pas eu lieu et y mettait une marque de paix.

Chaque fois que la Cour s’installait dans une ville, elle convoquait les pauvres et lavait leur pieds, leur servait à manger, et leur donné aumône. Elle a laissé un réseau d’hôpitaux couvrant le pais pour soigner ceux qui n’avait pas des moyens et qui en nécessitaient.

L’exemple extraordinaire de la Reine Sainte Isabel serait reconnu avec sa béatification au quinzième siècle et sa canonisation le siècle suivant en plus du culte populaire qu’elle a mérité depuis la première heure. Elle est notre Reine Sainte et maintenant elle sera la votre aussi.

Ces vertus et sa façon de les mettre en pratique maintiennent une actualité comme exemple de paix et de charité.

Aujourd’hui nous confrontons avec la possibilité de contribuer pour la paix entre les personnes qu’en connait, dans notre famille, dans notre jour-à-jour dans les questions qui divisent.

On compte avec vous pour cette tâche exigeante qui nous convoque à la prière, au témoin, et à l’intervention concrète pour les meilleures valeurs.

Em cada ano tenho tido a preocupação de acompanhar a agenda dos acontecimentos do nosso País convocando as Damas para a oração. No ano da Lei do Aborto rezámos pela conversão à vida; depois, com a nova Lei do Divórcio focámos as nossas orações na Família. E, no ano passado, pedi que rezassem contra o avanço anunciado de uma agenda fracturante que parece dominar a actividade legislativa portuguesa. Acredito sinceramente no poder das nossas orações para a construção de um novo tempo em que os valores da Rainha Santa serão mais vividos no nosso País.

Mas o que vos proponho este ano é que atendam às palavras de Sua Santidade, o Papa Bento XVI, na visita pastoral do passado mês de Maio. É preciso ver este contexto adverso como um desafio positivo que deve ser enfrentado com um «diálogo de vanguarda», como lhe chamou ainda antes do avião aterrar em Lisboa.

O Papa mostrou-nos como o contexto de relativismo em que vivemos é uma oportunidade para cada um de nós. Disse: «Viver na pluralidade de sistemas de valores e de quadros éticos exige uma viagem ao centro de si mesmo e ao cerne do cristianismo para reforçar a qualidade do testemunho até à santidade, inventar caminhos de missão».

Os tempos são de mudança e é na debilidade que testamos a nossa força. Mas, por vezes, andamos distraídas ou tomamos por certo o que é incerto. E volto a citar Bento XVI: «Muitas vezes preocupamo-nos com as consequências sociais, culturais e políticas da fé, dando por suposto que a fé existe, o que é cada vez menos realista. Colocou-se uma confiança talvez excessiva nas estruturas e nos programas eclesiais, na distribuição de poderes e funções; mas que acontece se o sal se tornar insípido?».

É preciso, por isso, trabalhar as razões da nossa certeza. E isso, como nos diz o Papa, hoje não está garantido. Proponho, que este ano orientemos as nossas orações para a procura dessa exigência interior do povo cristão. A isso nos exorta Bento XVI: temos de procurar o «ser inteiro».

O Papa escolheu Portugal para renovar este apelo, de uma forma mais clara e mais directa. Lembrou-nos da importância histórica de Portugal na propagação da fé no mundo e de como temos hoje de renová-la e voltar a fazê-lo na Europa e em Portugal.

A Real Ordem de Santa Isabel deve estar atenta a estas palavras como instrumento de acção concreta na sociedade portuguesa. Diz o nosso compromisso que «cumpre à Ordem corresponder às grandes necessidades materiais e morais da nossa época».

Assim faremos.

SAR Duquesa de Bragança, Grã-Mestre da Real Ordem de Santa Isabel
(Fonte: Casa Real Portuguesa )

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