terça-feira, 8 de junho de 2010

PREVALECEU A ESPERANÇA


Hoje de manhã o Nuno Pombo e eu deslocámo-nos ao Infantado em Loures à Escola EB 2-3 João Villaret sob um simpático convite da direcção para, no âmbito das Comemorações do CR, debatermos com os alunos a monarquia e a república. O debate foi dividido em dois grupos: um, renuindo os alunos e professores do terceiro ciclo, decorreu na biblioteca da escola e contou com Germano Marques da Silva advogando a república e com o Nuno Pombo defendendo a causa monárquica. No auditório teve lugar o outro debate com os cerca de sessenta alunos do 2º ciclo, que não puderam contar com a presença do lado “republicano”, na pessoa do presidente da junta de freguesia de Loures, que se viu impedido de comparecer por um imprevisto de última hora. Ficando o contraditório ao meu discurso a cargo da professora de história que se confessou republicana pouco convicta, o diálogo estabeleceu-se principalmente com as crianças que me conseguiram surpreender, com irreverentes e inteligentes perguntas, por exemplo, sobre a monarquia constitucional, o regicídio ou o porquê das monarquias europeias se terem desenvolvido mais do que as repúblicas em geral e a nossa em particular.

No final da sessão, que apesar da idade dos participantes decorreu surpreendentemente viva e interessada, fiz distribuir documentos antigos, jornais, cartas e fotografias sobre a 1ª república: fotografias de assaltos a jornais, cartas e fotos de presos políticos, caricaturas dos caciques e dos tiranos, material de história viva que obteve grande sucesso. Mas aquilo que maior êxito obteve, com um bruáa de espanto e entusiasmo, foi uma grande bandeira monárquica que desfraldei, na qual os miúdos puderam tocar e mexer com inusitada excitação.

No final, todos reconhecemos que independentemente da forma de Chefia de Estado, o importante é a democracia, que nos permitia estar ali todos a conversar em liberdade. Uma valorosa conquista com génese nas constituições monárquicas, resgatada e desenvolvida a partir de Abril de 1974. Não em Outubro de 1910.

João Távora
(Fonte: Blogue da Real Associação de Lisboa)

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