A REVOLUÇÃO
A Revolução Portuguesa.
Nunca fui um revolucionário, sempre aspirei a viver num Estado de Direito, onde a liberdade fosse o princípio essencial do sistema político e onde o respeito pela independência dos poderes fosse a regra de oiro.
Só com um esforço de ingénuo optimismo, poderemos hoje acreditar que o actual regime e sistema político português, é hoje um Estado de Direito Democrático, e pior ainda, acreditar que ainda possa evoluir nesse sentido.
Esse sonho, essa aspiração, está hoje totalmente bloqueado por uma Oligarquia partidária dominante, que travestiu a democracia representativa, num simulacro caricato e que nos conduziu ao retrocesso humano e material, também à decadência social.
A minha descrença é total na viabilidade de uma via reformista de mudança.
A intuição e a razão, indica-me outro caminho, infelizmente mais penalizador, porventura o único possível e o único que poderá ser eficaz.
O importante não será a preparação de uma revolução, pois a queda desta simulação política, será inevitável a curto prazo. O abismo para onde se conduziu é evidente e a cegueira dos actuais políticos também, o passo em frente para a queda final, só a eles surpreenderá.
O mais importante é assim encontrar a resposta certa para o projecto nacional que se seguirá.
O poder não poderá cair na rua, pois ainda há muitos vagabundos doutrinários de ideias do passado e doutras paragens, que estão à espera para aproveitar, de uma eventual desorientação que o momento de ruptura inevitável, irá provocar.
É nos princípios unificadores da maioria dos portugueses que poderá estar a garantia indispensável para a nossa libertação.
Portugal é dos portugueses, é território, cultura e identidade, sociedade de seres humanos com valores firmes, é passado e será futuro.
Portugal é dos portugueses, de todos, dos que vivem nas suas diferentes regiões e dos que estão espalhados por todo o Mundo. Portugal é uma Nação do Mundo.
Portugal é dos portugueses pelos portugueses terá de ser governado.
Portugal tem futuro como país e como Nação, a sua soberania sobre o seu território e os direitos da sua sociedade são inquestionáveis.
Portugal é a nossa raiz, o nosso berço, a nossa honra, o nosso orgulho, a nossa paixão.
O patriotismo é assim o sentimento unificador, o verdadeiro sentido de Portugal.
É na valorização desse sentimento patriótico, que nos voltaremos a reencontrar e unidos nessa paixão, poderemos então por mãos à obra.
Não há obra humana de qualidade sem paixão, não haverá nunca um projecto consistente sem esta premissa de sentimento forte e unificador.
Portuguesismo é a condição seguinte.
Portuguesismo é a nossa identidade, a nossa diferenciação e a nossa enorme riqueza.
O portuguesismo representa um conjunto de características únicas, que nos distingue como povo, que nos preservou como Nação por nove séculos, que promoveu o sucesso no passado, também dos emigrantes portugueses no presente, que espantou todos os povos do mundo e originou o reconhecimento unânime da história mundial.
Ter orgulho no nosso portuguesismo, é ter honra e orgulho em nós próprios, o único caminho para a motivação e entusiasmo colectivo.
Portuguesismo é a nossa identidade, os nossos valores, os nossos costumes e tradições, a nossa sociedade cristã, a nossa dignidade, o nosso respeito por todos e a nossa exigência de respeitabilidade. É arrojo, criatividade e fé.
O projecto de futuro português não pode continuar limitado à exclusividade da premissa materialista.
O projecto terá de ser envolvente e a expressão de todas as nossas potencialidades de riqueza.
A nossa riqueza humana, associada à nossa riqueza social, cultural e histórica, a nossa riqueza sentimental que nos aproxima de outros povos, a nossa riqueza patrimonial que está desprezada num imensidade de mar por explorar e num território em desertificação social, patrimonial, ambiental e económica.
A nossa riqueza enorme por estarmos presentes em todo o mundo e por ainda podermos através do sentimento afectivo, originar retornos financeiros e de qualidade humana, de que tanto carecemos.
Não há povo tão rico e todos nos invejam essa riqueza imensa.
Foi por isso que usaram a traição para destruir o Império, mas o Império existe porque ele era mais do que património e mesmo desprezando os direitos a esse património, existem elos de tal forma fortes e um tal reconhecimento pela nossa riqueza humana, que outra forma de oportunidade pode e deve vir a ser criada.
Prestar o serviço de aproximação dos povos e da integração das culturas preservando as suas expressões próprias, é um desígnio histórico dos portugueses, uma outra forma de riqueza, para a qual estamos predestinados.
Não é falta de potencialidades ou de oportunidades que carecem os portugueses e Portugal, é da tomada de consciência colectiva desta realidade.
A afirmação dos princípios essenciais abrirá a janela para que possa entrar esta noção e o projecto nacional verá então a luz do dia.
Patriotismo, portuguesismo, honra pelo passado e orgulho pelo que somos.
A libertação dos portugueses e de Portugal.
Verdade, honestidade, honra, respeito e dignidade, em liberdade.
Exigência como cultura, que determinará o mérito e a qualidade, no serviço público, que originará a responsabilização dos representantes.
Este é um projecto de regime, para o qual é essencial encontrar a referência de liderança.
Sem essa referência, a sua consistência será novamente corroída e destruída, pelos agentes da sua execução, os partidos políticos.
O Rei identificador e protagonista pela sua afirmação nestes princípios essenciais, será assim também a única forma de garantir o equilíbrio institucional, que viabiliza a via partidária como forma de garantir a representatividade popular neste projecto nacional e nas suas diversas formas de expressão possível ao nível da governação.
Esta função Real, livre e independente, afirmativa, empenhada, determinada, exigente e motivadora, será determinante para a libertação de Portugal e como garantia das liberdades dos portugueses, da existência de um Estado de Direito e do exercício da democracia.
A nossa referência para o futuro está na nossa herança.
É dela a Palavra da Salvação.
Ao povo cumpre unir-se no verdadeiro sentido de Portugal e através do renascimento da sua postura de exigência patriótica, pedir e apoiar essa Palavra, que recupere a nossa Alma e motive a nossa Esperança.
José J. Lima Monteiro Andrade
(Fonte: Blogue "Desafio de Mudança")
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