sábado, 19 de junho de 2010

31 DA ARMADA - OS TRÊS "MAGRIÇOS" DO SÉCULO XXI DE PORTUGAL


Coloco da esquerda para a direita as imagens de Ribeiro Telles (RT), Medina Carreira (MC) e Ernâni Lopes (EL) apenas por razões de “entrada histórica” na cena política nacional.

Aparentemente, estas três personagens pouco deveriam ter profissionalmente em comum: RT é engenheiro agrónomo e arquitecto paisagista; MC é fiscalista e licenciado em direito; EL é mestre em economia e finanças.

Ao ver falar ontem (e magistralmente) os dois últimos no ”Plano Inclinado” da SIC-Notícias, só posso concluir que os três representam, sem equívocos e no conjunto das suas ideias, uma só perspectiva para um Portugal com um futuro viável e digno.

Os três amam a Pátria: a seu tempo cada um serviu a causa pública como Ministro e uma vez saídos do poder regressaram, honesta, legitima e orgulhosamente às suas vidas profissionais, – acontecimentos raros nos últimos vinte anos de “história política” no País.

Os três consideram que a classe dirigente de hoje, fruto do neoliberalismo e do mau ensino que tiveram na escola – em Bruxelas como em Lisboa - é ”gentinha” que só pode ser ignorante, ou mentirosa.

MC e EL criticam a mentira política em que temos vivido na óptica económico-financeira; RT revolta-se contra o analfabetismo político agrário, a destruição da “terra” pela especulação autorizada através dos truques das desafectações de terrenos das reservas agrícola e ecológica nacionais que comprometem irremediavelmente o futuro.

MC e EL provam com números que até 2014, mesmo com o actual PEC, iremos ficar mais pobres só com o pagamento dos juros da dívida externa, sendo que ninguém, com um mínimo de honestidade intelectual ou profissional, preveja que a economia real possa vir a crescer a mais de 3,5% ao ano; e em paralelo com eles, RT afirma, embora por outras linhas, que ficaremos mais pobres até 2014 se, por exemplo, a várzea agrícola da Costa da Caparica se transformar em imóveis para fins turísticos e de habitação (como a Câmara de Almada pretende) em nome de um constante “progresso” que afinal nos tem colocado sempre mais longe da “Europa” vai para 25 anos.

Nesta minha síntese ao pensamento comum destes três críticos do “Portugal dos horrores”, importa ainda salientar outra ideia central que os nossos três “magriços” têm em comum, - ao colocarem limites ao próprio conceito de ”liberdade”: este Portugal “democrático” não deveria continuar egoisticamente a ser monopólio dos actuais portugueses com direito a voto.

Porque Portugal é – isso sim - não só o conjunto dos que estamos vivos, mas também dos que já morreram e de todos aqueles que irão nascer depois de nós.

(Fonte : Luís Coimbra)

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