quinta-feira, 17 de junho de 2010

HOMENAGEM AOS COMBATENTES DO ULTRAMAR

"Essas poucas páginas brilhantes e consoladoras que há na História do Portugal contemporâneo, escrevemo-las nós, os Soldados, lá pelos sertões da África, com as pontas das baionetas e das lanças a escorrerem sangue"(*).

A pior vergonha da 3ª República e de quase todos os seus políticos (até de muitos que não são de esquerda) foi desde logo o bem planeado "esquecimento" do Ultramar e das centenas de milhar de mortos que a nossa "descolonização exemplar" por lá deixou. Enquanto em Portugal Continental se saudava irresponsavelmente a falsa liberdade e a falsa democracia (alcançadas pelo golpe esquerdista de 1974), no nosso Ultramar alastrava a neo-"colonização" soviética e cubana, a guerra civil, a destruição, a fome, a miséria e uma pobreza sem precedentes (1).

Esta tragédia humana vem sendo sistematicamente ignorada pela nossa "democracia", sobretudo quando ela festeja pomposamente o chamado "Dia da Liberdade" (25 de Abril). E o pior é que ao longo dos anos as nossas mentes foram sendo envenenadas por um complexo de culpa -- não pelo crime do vergonhoso abandono do Ultramar, como seria natural -- mas por causa dos alegados "erros" e "abusos" da nossa colonização, ou seja, pelos hospitais, estradas, pontes, fazendas, indústrias, enfim, por todo o progresso que indiscutivelmente lá edificámos.

A inoculação desse complexo de culpa -- aliás muito generalizado em toda a Europa -- só foi possível por meio de uma habilidosa manobra de guerra psicológica que aos poucos foi amolecendo o Ocidente, dissolvendo os valores cristãos, degradando a moral e os costumes e "estupidificando" toda a opinião pública ao ponto de fazê-la aceitar os mais absurdos mitos revolucionários.

As cerimónias de homenagem aos Combatentes no dia 10 de Junho, constituem, portanto, uma salutar reacção à mentalidade pacifista e derrotista que nos tem dominado, lembrando que temos boas razões para nos orgulharmos do nosso passado épico, para reavivarmos a nossa auto-estima e para nos organizarmos com vista à Restauração de Portugal pela Monarquia.

Recorde-se que "este Reino é obra de Soldados" e que "essas poucas páginas brilhantes e consoladoras que há na História do Portugal contemporâneo, escrevemo-las nós, os Soldados, lá pelos sertões da África, com as pontas das baionetas e das lanças a escorrerem sangue. Alguma coisa sofremos, é certo. Corremos perigos, passámos fomes e sedes e não poucos prostraram em terra para sempre as fadigas e as doenças. Tudo suportámos de boa mente porque servíamos El-Rei e a Pátria, e para outra coisa não anda neste mundo quem tem a honra de vestir uma farda! Por isso, nós também merecemos o nome de soldados. É esse o nosso maior orgulho." (2)

Cumpre-nos, pois, agradecer aos Combatentes -- mortos e vivos -- os sacrifícios que fizeram para manter a grandeza de Portugal e para defender o formidável Império que os nossos antepassados nos deixaram e pelo qual lutaram com honra e bravura inigualáveis, levando a Pátria ao apogeu da glória e do prestígio entre as mais poderosas Nações.

Arautos d'El-Rei - Junho de 2010

(1) Logo após o golpe de Abril de 1974, as nossas Províncias Ultramarinas foram metodicamente empurradas para um processo de apressada e falsa independência, ficando desde logo sob a vigência dos regimes comunistas do PAIGC (Guiné e Cabo Verde), do MPLA (Angola e São Tomé e Príncipe), da FRELIMO (Moçambique) e da FRETILIN (Timor).

(2) Carta do Tenente-Coronel Joaquim Mouzinho de Albuquerque ao Príncipe Real D. Luís Filipe

(Fonte: Arautos d'El-Rei)

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