sexta-feira, 18 de junho de 2010

FERNANDA CÂNCIO E A SUA "CRÓNICA DOS BONS COSTUMES"

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
(Luís de Camões)

Fernanda Câncio na sua ”crónica dos bons costumes”, na DN Magazine de Domingo 6 de Junho, resolveu atacar os portugueses a favor da monarquia. Fernanda Câncio enumera todos os defeitos do sistema monárquico referindo-se desde a lei da sucessão até às atrocidades cometidas nas prisões no fim da monarquia, em Portugal. Como é hábito fá-lo de um modo superficial, atávico e indefectível. Esquece-se que também ela teve a sorte de ter nascido neste lado do mundo, e não em África ou na Índia, onde a Macdonalds paga a um plantador de batatas somente 10 cêntimos por cada kilograma, onde a maioria das pessoas morre de fome, não há saneamento básico, não há escolas, não há tanta coisa mínima indispensável ao ser humano de hoje, que é doloroso descrever; e onde a maioria dos pais não tem hipóteses de mandar os seus filhos à escola e desenvolver a suas capacidades em harmonia e assim contribuir para a humanidade. Ou no Afeganistão, onde o tráfico de droga financia o terrorismo, sustenta a guerra à custa de milhares de toxicodependentes, em ópio, pobres, muito pobres pobres.


Ou no Irão, onde os homossexuais são enforcados; não, Fernanda Câncio nasceu numa família da qual herdou um nome, uma educação, uma identidade, com os quais desenvolveu o seu ser em harmonia com os estádios etários até chegar ao que é hoje.

Fernanda Câncio, que é uma indefectível da evolução natural, esquece-se que tudo evolui, e que, como tal, também o sistema monárquico evoluiu, basta olhar para algumas monarquias constitucionais da Europa: Dinamarca; Noruega; Holanda; Suécia; Espanha ou Inglaterra, são, também , alguns dos países com melhor nível de vida do mundo e são monarquias constitucionais.

Mesmo na altura, a que Fernanda Câncio faz se referêcia, o fim do regime monárquico, a escravatura e a pena de morte já tinham sido abolidas por Dom Luís I, esquece também do dinheiro que de quatro em quatro anos é gasto nas campanhas para a presidência.

Fernanda Câncio já um dia me tinha chamado parva, desde aí, e como também já vinha a pensar nisso,deixei de visitar o blog onde ela escreve, era demasiada má-educação para o meu gosto; no artigo em questão chama de ”disparate”, a quem como eu, tem como sistema governativo ideal para Portugal um regime monárquico liberal; mais uma vez a ofensa, a insídia, aliás sempre que alguém não pensa como ela, Fernanda Câncio ofende a pessoa com quem está a trocar gallhardetes, os galhardetes, regra geral, são só dela e ainda bem, os comentaristas nos blogs são normalmente bem-educados. Nos textos dela há sempre a ofensa bem estampada.

O problema de Fernanda Câncio é ser tão superficial e indefectível nas suas convicções e isso transparecer tão bem na sua escrita.

(Fonte: Blogue "Causa Monárquica)

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