sábado, 1 de outubro de 2011

80% POR 80%


Voltamos ao velho osso. Pensava que já tinha mais que enterrado a questão do salazarismo monárquico, mas não parece que ainda se insiste, apesar de ser impossível ser monárquico (ou republicano já agora) sem ser minimamente crítico desse período de regime que não era uma coisa nem outra em termos de regime. Agora dizem que 80% do espaço da monarquia é pró-Salazar. Isso é sequer verdade? Quem é que está incluído nessa “maioria silenciosa”? Os jovens que têm rejuvenescido e fortalecido a causa monárquica e tornaram minimamente possível a hipótese de restauração?

Os populares que são monárquicos sem querer títulos? Os monárquicos (ou republicanos royalists) por razões filosóficas como J. A. Maltez? Os senhores do PPM, para melhor e para pior partido monárquico? Não é essa suposta “maioria silenciosa”, que é silenciosa porque não é maioria nem existe como grupo, somente “A brigada do reumático da Direita monárquica que mais uma década está estendida ao lado do «grande timoneiro» de Santa Comba, mais uns putos que rapam o cabelo para parecerem mauzões, e que, no poder, iriam logo queimar as igrejas onde os velhotes veneram os santinhos da Pátria…”, como diz um certo amigo meu?

Meus caros, se vocês são mesmo tantos no nosso seio. Saiam. Saiam, agradecemos. Os vossos “80%” saiem, e os 80% da sociedade do resto de Portugal entra. Saiam, vocês consomem-nos, atrasam-nos, são para nós pesos mortos. Saiam, e deixem-nos renascer, e aumentar englobando como monárquicos gente que não querem países cinzentos, que podem ser de centro, esquerda, direita, transversalistas, sincréticos ou “nim”, deixem entrar os monárquicos para os quais a questão colonial está morta e enterrada, que está, que só podem fazer do “Botas” um voto de protesto através de um Oliveira Salazar idealizado e não conhecido, que não gosta de romarias, fado e festa brava, e que não é conservador ou é conservador mas 100% democrata. Saiam do monarquismo, que o resto do país entrará no vosso lugar. Viva Portugal, viva o Rei viva a Santa Liberdade, que foi a bandeira da Maria da Fonte que uniu monárquicos da esquerda à extrema-direita (excepto os Cabralistas) e é o azul na nossa bandeira. Paz e Liberdade, Azul e Branca. O Salazarismo morreu porque não soube manter a Paz e matou a Liberdade. A bandeira azul e branca representa tudo o que um monárquico deve saber do seu projecto: Rei, Liberdade e Paz, tudo o resto é a ser definido pelos governos, os parlamentos e os povos em conjunto, democraticamente, porque a monarquia não é uma ideologia que vem já com cartilha. Apenas: Rei, Liberdade e Paz.

Chega o salazarismo pseudo-monárquico que é uma manta de retalhos onde, como dizia um amigo meu, ”Nem a  caderneta nem os  cromos  são os mesmos.” Chega de manta de retalhos e de contentamentos com republicas suavizadas ou controladas.

Eu quero um Rei! E tu, já quiseste um Rei hoje?

Vítor André Ferreira Monteiro

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