O BANQUETE ADIADO
A participação num banquete foi o último acto público do rei D. Manuel.
A 1 de Outubro de 1910 chegou a Lisboa o Presidente da república Brasileira, o Marechal Hermes da Fonseca, que ficou alojado no Palácio de Belém. Logo no dia da chegada houve um banquete no Palácio das Necessidades e no dia seguinte Hermes da Fonseca visitou, em Sintra, as Rainhas Dona Maria Pia e Dona Amélia, com quem almoçou.
No dia 3 o presidente brasileiro recebeu o Monarca a bordo do couraçado presidencial S. Paulo e à noite ofereceu-lhe um banquete no Palácio de Belém. Foi no início do jantar que se divulgou a notícia de que a revolução republicana estava na rua. Algumas pessoas abandonaram o local. Os criados iam retirando apressadamente os talheres e afastando os pratos, para não se notarem as falhas. No final Dom Manuel regressou ao Palácio das Necessidades, de onde partiu no dia seguinte para Mafra. Vindas de Sintra juntaram-se-lhe mais tarde as Rainhas Dona Maria Pia e Dona Amélia. No dia 5 de Outubro era proclamada a república.
A Família Real dirigiu-se para a Ericeira e embarcou no iate Amélia, a bordo do qual já se encontrava o Infante Dom Afonso. O Rei Dom Manuel II partia para o exílio sonhando com um regresso breve e ignorando que não mais veria Portugal.
Para sempre ficaria adiada a programada visita do Rei ao Vidago, no dia 6 de Outubro. A recordar essa data ficou a ementa já impressa de um banquete que não passaria do papel.
Livro” Mesa Real. Dinastia de Bragança”, pp. 159-160.
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