terça-feira, 15 de março de 2011

S.A.R., DOM DUARTE DE BRAGANÇA, CONVIDADO DE HONRA DO ROTARY CLUBE DE GAIA-SUL (01-03-2011)

Jornal "O Gaiense" de 05-03-2011 (Edição Semanal)
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D.DUARTE DE BRAGANÇA NO ROTARY CLUB GAIA-SUL
Escrito por Verónica Pereira no Jornal Audiência
Sábado, 12 Março 2011 09:36 
“Comparativamente com a Europa estamos mais atrasados do que há cem anos”
“Aimportância da lusofonia no futuro de Portugal” foi o tema escolhidopor D. Duarte de Bragança para debater com os companheiros do RotaryClub de Gaia-Sul, na passada terça-feira. A baixa auto-estima culturalfoi apontada pelo chefe da Casa Real Portuguesa como um dos principaisproblemas do país, que começa com a educação, defendendo por isso umamudança do sistema de ensino. Para D. Duarte Pio, a falta de aposta na“aliança da lusofonia” faz com que Portugal esteja pior do que há cemanos, comparado com a Europa. O Duque de Bragança defendeu ainda odesenvolvimento de associações de movimentos cívicos, para lutar contraos “erros dos governos, que estão a destruir a identidade cultural”.
D.Duarte de Bragança foi o convidado de honra do jantar-conferência destemês do Rotary Club Gaia-Sul, que se realizou na passada terça-feira,como é hábito, no El Corte Inglès de Gaia. Sobo tema “A importância da lusofonia no futuro de Portugal”, o chefe daCasa Real Portuguesa partilhou com os rotários a sua visão sobre osproblemas nacionais actuais, bem como a sua perspectiva sobre o futurodo país. Parao orador, a causa do atraso de desenvolvimento de Portugal, deve-se,fundamentalmente, à educação. O facto de, por exemplo, não sepromoverem os produtos nacionais, “não é falta de civismo”, disse D.Duarte Pio, mas sim “culpa da escola, que não ensina o raciocíniológico”. O duque criticou a “máquina esquisitíssima” que é o sistemaescolar, que integra “disciplinas caricatas”, defendendo uma mudança dosistema de ensino. “Sequeremos mudar Portugal temos que mudar a educação e o ensino doraciocínio lógico, pois uma população melhor preparada vai começar aeleger melhor quem nos governa”.Emmatéria de auto-estima cultural, Portugal enfrenta, também, umproblema. Segundo a figura real, o ensino é, mais uma vez, o “culpado”,pois “continua a falar mal da nossa História”. Também o cinema nãocultiva a auto-estima cultural, pois “todos os filmes são pessimistas”,não existindo, segundo o duque, “bons filmes sobre os grandesacontecimentos da História de Portugal”. Noque diz respeito à ligação com a Europa, o chefe da Casa RealPortuguesa é da opinião de que foi apenas “uma ligação de interesses”,que fez o país “gastar dinheiro em luxos, em Belém, em auto-estradasparalelas umas às outras e em estádios de futebol”, o que faz com queconsidere que “comparativamente com a Europa estamos mais atrasados doque há cem anos”.Porisso, D. Duarte Pio defende um reforço da “aliança da lusofonia”,através de uma Confederação de Países Lusófonos. “A CPLP foi um passomuito bom, mas deveria evoluir para outro conceito”, disse. O oradormostrou-se a favor da reforma ortográfica, pois “se a ortografia não semantiver codificada, quem desaparece somos nós”.Apelo aos movimentos cívicosOfuturo do país, segundo o orador, passará também pela criação deassociações de movimentos cívicos, à semelhança da PASC (PlataformaActiva da Sociedade Civil), que integra várias associações,independentes de partidos políticos, que seempenham na resolução dos problemas nacionais. “Através destasassociações, pode-se criar um movimento da sociedade, paralela aospartidos, na proposta de soluções, na contestação aos erros dosgovernos, que estão a destruir a identidade cultural”, frisou.Quantoao papel que a monarquia podia assumir em tempos de crise, D. Duarte deBragança frisou que “nos países onde o chefe de Estado é um rei, hámais independência política, mais garantias e mais estabilidade”.Nofinal, o presidente do Rotary Club Gaia-Sul, Cancela Moura, deixou comomensagem uma profecia de Alexandre Herculano, assente no regresso dorei. Presentes no encontro estiveram também elementos do Rotary deV.N.Gaia, Matosinhos, Valongo, Porto-Foz e Santa Maria da Feira, nesteque foi um “tributo singelo ao companheiro Mário Laredo, queimpulsionou o convite a D. Duarte de Bragança”, frisou Cancela Moura.

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