AS MENTIRAS DA I REPÚBLICA
A nossa elite anda a comemorar os 100 anos de um golpe de estado ilegítimo. A I República foi um regime antidemocrático e violento. A actual democracia é mais parecida com a monarquia constitucional do que com a I República.
I. É inacreditável a atual campanha de branqueamento da I República (1910-1926), um regime que não se recomenda nem ao menino Jesus. Com paciência de chinês, é preciso desmontar as mentiras sobre esse regime.
II. Anda por aí o seguinte mito: a I República deu o sufrágio universal aos portugueses. Um mito que é uma mentira descarada, meus amigos. Logo no início, a I República manteve o voto censitário da monarquia constitucional. Pior: a partir de 1913, Afonso Costa & Cia. restringiram o direito ao voto. A I República acabou por cortar para metade o número de eleitores. Ou seja, a monarquia constitucional foi mais democrática do que a I República. Em anexo, convém deixar bem claro o seguinte: a I República não deu seguimento às reivindicações das sufragistas feministas. A lei eleitoral da I República excluía explicitamente as mulheres do direito ao voto . Ora, como é que se pode comemorar um regime que diminuiu a democracia em Portugal?
III. No "ar do tempo" financiado a peso de ouro, paira outra coisa espantosa: na Monarquia não havia liberdade de imprensa, e foi a santa I República que deu essa liberdade ao país. Esta é de bradar aos céus, como dizia a minha avó. Meus amigos, a monarquia constitucional era um regime livre para os padrões europeus da época. Aliás, era por isso que os republicanos podiam ter os seus jornais e ganhar eleições (conquistaram, por exemplo, a Câmara de Lisboa em 1906, se não me engano). Ao invés, a I República atacou violentamente a liberdade de imprensa. Os jornais que criticavam o dr. Afonso Costa eram convenientemente atacados e pilhados. Como é possível comemorar um regime que usou a mais boçal violência contra a liberdade de expressão?
IV. Por falar em violência, a I República atacou violentamente o mundo católico em geral (ex.: os jesuítas foram perseguidos) e o movimento operário. Como é que se pode comemorar um regime que reprimiu a liberdade religiosa e o sindicalismo?
V. Nonagésimo mito a desmontar: a I República foi o regime que acabou com o analfabetismo em Portugal, dizem. Meus amigos, a primeira grande campanha de escolarização básica aconteceu já com o Estado Novo, com a geração dos meus pais, nos anos 50. A geração dos meus pais é a primeira a ser completamente alfabetizada.
VI. Em suma, a I República foi um regime com donos exclusivos, os senhores do PRP. Como dizia João Chagas, a I República era uma "república para os republicanos" (i.e., os militantes do PRP) e não para todos os portugueses. Portanto, é um insulto comparar a nossa III República com a I República. Com todos os seus defeitos, o actual regime é mesmo uma democracia plena. A I República era um "estado de coisas" gerido de forma violenta por um único partido. Se querem comparar, então comparem a III República com a monarquia constitucional. Estamos a falar de dois regimes livres, e, além disso, têm algumas parecenças institucionais. Por exemplo, tal como o rei da Carta, o Presidente é um árbitro de todo o regime político; um árbitro com poderes que tendem a ser, vá, imprecisos e a variar consoante o ocupante do cargo.
Fonte: Expresso
I. É inacreditável a atual campanha de branqueamento da I República (1910-1926), um regime que não se recomenda nem ao menino Jesus. Com paciência de chinês, é preciso desmontar as mentiras sobre esse regime.
II. Anda por aí o seguinte mito: a I República deu o sufrágio universal aos portugueses. Um mito que é uma mentira descarada, meus amigos. Logo no início, a I República manteve o voto censitário da monarquia constitucional. Pior: a partir de 1913, Afonso Costa & Cia. restringiram o direito ao voto. A I República acabou por cortar para metade o número de eleitores. Ou seja, a monarquia constitucional foi mais democrática do que a I República. Em anexo, convém deixar bem claro o seguinte: a I República não deu seguimento às reivindicações das sufragistas feministas. A lei eleitoral da I República excluía explicitamente as mulheres do direito ao voto . Ora, como é que se pode comemorar um regime que diminuiu a democracia em Portugal?
III. No "ar do tempo" financiado a peso de ouro, paira outra coisa espantosa: na Monarquia não havia liberdade de imprensa, e foi a santa I República que deu essa liberdade ao país. Esta é de bradar aos céus, como dizia a minha avó. Meus amigos, a monarquia constitucional era um regime livre para os padrões europeus da época. Aliás, era por isso que os republicanos podiam ter os seus jornais e ganhar eleições (conquistaram, por exemplo, a Câmara de Lisboa em 1906, se não me engano). Ao invés, a I República atacou violentamente a liberdade de imprensa. Os jornais que criticavam o dr. Afonso Costa eram convenientemente atacados e pilhados. Como é possível comemorar um regime que usou a mais boçal violência contra a liberdade de expressão?
IV. Por falar em violência, a I República atacou violentamente o mundo católico em geral (ex.: os jesuítas foram perseguidos) e o movimento operário. Como é que se pode comemorar um regime que reprimiu a liberdade religiosa e o sindicalismo?
V. Nonagésimo mito a desmontar: a I República foi o regime que acabou com o analfabetismo em Portugal, dizem. Meus amigos, a primeira grande campanha de escolarização básica aconteceu já com o Estado Novo, com a geração dos meus pais, nos anos 50. A geração dos meus pais é a primeira a ser completamente alfabetizada.
VI. Em suma, a I República foi um regime com donos exclusivos, os senhores do PRP. Como dizia João Chagas, a I República era uma "república para os republicanos" (i.e., os militantes do PRP) e não para todos os portugueses. Portanto, é um insulto comparar a nossa III República com a I República. Com todos os seus defeitos, o actual regime é mesmo uma democracia plena. A I República era um "estado de coisas" gerido de forma violenta por um único partido. Se querem comparar, então comparem a III República com a monarquia constitucional. Estamos a falar de dois regimes livres, e, além disso, têm algumas parecenças institucionais. Por exemplo, tal como o rei da Carta, o Presidente é um árbitro de todo o regime político; um árbitro com poderes que tendem a ser, vá, imprecisos e a variar consoante o ocupante do cargo.
Fonte: Expresso
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