PÁTRIA NÃO MORRERÁS!
Quando hoje liguei o rádio do carro para ouvir as notícias das 14 horas na antena 1, fui confrontada com um programa, ao que parece diário, e que tem por objectivo ajudar os portugueses a comemorar o centenário da República.
Falava-se, nessa altura de Guerra Junqueiro que classificavam como poeta da República e nessa parte do programa referia o magnífico poema sobre a Pátria.
Recordei então as inúmeras vezes em que, já nesta III República, se desceu a Avenida da Liberdade no dia 1 de Dezembro, clamando como Junqueiro: "Pátria não morrerás!".
A Pátria estava realmente em perigo e hoje, por motivos bem diferentes, também está em perigo. Só que os perigos de hoje estão camuflados, não são tão evidentes, mas a Pátria, como tal, está de novo, realmente, em perigo. Em perigo de perda da identidade nacional!
É pois bom recordar Junqueiro, o seu conceito de Pátria, hoje substituído por País e nem sequer Nação, e, sobretudo, o seu grito de alma "Pátria não morrerás!"
Junqueiro, face à situação em que o regime Monárquico se encontrava, fruto da luta fratricida, oportunista e gananciosa dos partidos políticos entre si, incluído também o republicano, sentiu a Pátria em perigo e pensou que a República seria a salvação, receando que a Monarquia e o Rei já não tivessem condições para garantir a Pátria.
Junqueiro não é um Poeta da República como o querem intitular, mas sim um Poeta da Pátria.
Hoje, Junqueiro, de entre os nossos imortais, já terá constatado que a sua República, como a sonhara, não passou de uma efémera utopia.
Atacou-se a Monarquia por causa das desigualdades. E hoje só se vêem e vivem gritantes desigualdades, com manifesto desrespeito pela maioria dos portugueses.
Atacou-se a Monarquia porque claudicara, sem honra, face ao ultimato inglês e não garantira a integridade dos territórios ultramarinos de então. E o que fez a República face ao direito à independência desses mesmos territórios? Uma descolonização sem honra, nem para Portugal nem tão pouco para os novos Países irmãos.
Atacou-se a Monarquia por causa dos denominados adiantamentos à Coroa. Hoje, os desequilíbrios das contas públicas são gritantes, e as despesas com a Presidência da Republica e com toda a classe política é muito mais gravosa do que nunca.
É realmente altura de reflectir sobre estes 100 anos de República, sobretudo no que a República nos tem dado em benefício da Pátria Portuguesa e dos portugueses em geral.
É altura de nos compararmos com os outros Países, nossos parceiros na UE e cujos regimes são monárquicos, e vermos as diferenças, as vantagens e os inconvenientes.
Quando ocorrer o centenário da implantação da República já deve ter começado a pré campanha eleitoral para as presidenciais com tudo o que acarreta de divisões, de despesas, de subalternização dos verdadeiros interesses nacionais. O Rei não se elege. O Rei é!
Não há melhor maneira de comemorar o centenário da República do que aprofundar a ideia Monárquica.
Maria Valentina da Silveira-Machado
(Fonte: Blogue da Acção Monárquica)
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