segunda-feira, 12 de abril de 2010

OS MONÁRQUICOS E O PPM OUTRA VEZ

O João Gomes de Almeida manifesta aqui a sua legitima discordância com estas minhas palavras sobre o PPM onde o considero uma organização incoerente com a Instituição supra-partidária que defende. Mas, porque as Causas das Coisas de facto não são a preto e branco, eu próprio nem sempre fui coerente com essa opinião, e militei naquele partido nos anos oitenta aquando da candidatura de Miguel Esteves Cardoso que quase foi eleito para o Parlamento Europeu. Extravasasse o escritor o seu carisma da pena para o palanque da política, e os monárquicos teriam feito história nessas eleições. Eu até concedo que a existência dum partido monárquico possui algumas vantagens, uma delas é aquela que constitui a debilidade da Causa Real e Reais Associações: não elegendo autarcas, deputados ou presidentes, não possuindo a organização, apesar do forte suporte social que detém, aspirações aos poderes formais da republica, luta esta com enormes dificuldades de financiamento e patrocínio por parte dos grandes lobbies e empresas que não vislumbram quaisquer chances de retorno em apoios financeiros. De resto, a disputa republica vs. monarquia constitui um assunto de natureza disruptiva, uma discussão que assusta muita gente que possua ou defenda grandes interesses dependentes do regime e do status quo. Só assim se entende como os diversas personalidades políticas, algumas de grande craveira e capacidade influência, simpatizantes da monarquia e dispersos pelos vários partidos sejam tão prudentes na afirmação das suas convicções monárquicas. Na verdade esta questão ainda desperta os piores instintos a alguns actores da política supostamente moderados, e ela foi causa de uma quase guerra que estragou a vida a muita gente por muitos anos.

De resto, caro João, concedo que para além da lealdade ao Duque de Bragança, o ilustre deputado municipal da Ilha do Corvo Paulo Estêvão detenha méritos que concedam os mínimos de dignidade que o símbolo do PPM merece. E espero sinceramente que consiga resgatar o partido da completa insignificância nacional a que hoje chegou e que nos envergonha a todos.

Finalmente insisto que não se pode exigir aos numerosos simpatizantes da monarquia em Portugal, cuja única causa que os une é a formula da chefia do Estado (e talvez as cores da bandeira nacional), mas que divergem no resto em quase tudo o que são as suas questões prioritárias para o dia-a-dia, - das estratégias politicas ás económicas e passando pelos costumes - que se unam à volta dum mesmo partido.

publicado por João Távora
(Fonte: Blogue da Real Associação de Lisboa)

2 Comentários:

Anonymous Diogo C. disse...

O PPM é um PARTIDO 100% MONÁRQUICO! SEMPRE VOTEI E VOTAREI PPM!

23 de abril de 2010 às 14:21  
Anonymous Diogo de Campos disse...

OLHE EU ACHO QUE NOS OS DOIS (SE TIVER MAIS ALGUEM INTERESSAD0), PODIAMOS CRIAR UM PARTIDO MONÁRQUICO!!! QUE ACHA DA IDEIA?!? EU ACHO QUE ERA UMA IDEIA ESPECTACULAR, E TRARIA MAIS "VIDA" AOS MONÁRQUICOS, PENSE BEM NA IDEIA!!!

ABRAÇO,
DIOGO DE CAMPOS

23 de abril de 2010 às 14:28  

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