segunda-feira, 12 de abril de 2010

A HISTÓRIA DE UM REINO QUASE PERDIDO (CAPÍTULO II)


Os invasores do reino não encontraram grande resistência patriótica, naquele ano de 1910.

A defesa do Império em terras de África, mobilizara os heróis que longe estavam impedidos de defender a sua Pátria mãe.

Escolheram a data mais querida e comemorada no Reino, para implantarem o novo regime… o 5 de Outubro, o Dia do Tratado de Zamora, o dia da Independência do Reino.

Os invasores sabiam que teriam de apagar a história e as referências do povo, para a consolidação da sua mentira. A partir de então o 5 de Outubro passaria a ser comemorado como o dia da implantação do regime e não mais como da Independência nacional.

Apenas um Homem, se destacou desde logo e que vai ser pela sua enérgica postura em defesa do Reino, o mais nobre Herói entre todos os demais.

Chamavam-lhe o Paladino, mas tinha como nome de baptismo, Henrique Paiva Couceiro.

Ele comandando um punhado de homens mal armado, foi a resistência possível, mas persistente aos Invasores.

Chamaram a essa luta pela resistência patriótica, as “incursões do Norte”, pois essa resistência estava estabelecida nas terras fronteiriças da Galiza. A postura dúbia e temerosa do Rei vizinho, contribuiu muito para o falhanço desta acção do Paladino e dos seus heróicos companheiros.

Onde vaz Alfonso XXII?, onde vás triste de ti…

Quiseram então os novos detentores do Reino, encontrar o Homem, para substituir o Rei.

Mas não se entendiam. Uma eleição finalmente combinada por um restrito Colégio, fez uma escolha que naturalmente se mostrou efémera.

A República não podia ser democrática, não podia ser baseada em sufrágio universal, porque não tinha suficiente adesão popular. Porque também não tinha um líder consensual.

Sucedeu-se um período de enorme instabilidade, onde se sucediam as revoluções e os governos.

A República desde o seu início, nunca se conseguiu afirmar como Regie Pública, como democracia e as divisões partidárias sucediam-se, porque as ansiedades pessoais se sobrepunham aos ideais.

Eram as revoluções nas ruas de Lisboa, que ditavam as quedas dos governos e o retorno ao poder, dos substituídos na revolução anterior.

Até que, alguém pôs tudo isto na ordem.

Era Capitão, Professor Catedrático em Coimbra, e tinha um perfil carismático impar. Com os seus discursos empolgantes junto do povo, conseguiu protagonizar uma mensagem de esperança.

Tirou então o avental.

Convocou as primeiras eleições universais, pois a sua popularidade já indicava que essa possibilidade poderia então ser oferecida ao pobre povo enganado.

Ganhou essas eleições, por uma margem indiscutível.

Assinou a sua sentença de morte.

Sidónio Pais, é assassinado porque despiu o avental.

A propaganda então, tratou de lhe chamar o Ditador.

Naquele Ex-Reino, ninguém mais poderia atrever-se a ser popular.

Isso era agora sinónimo de Ditador.

De toda esta luta política pelos poderes e influências pessoais, gerava-se a miséria do povo.

De toda esta luta política, enfraquecia a capacidade de manter a defesa do Império, que a participação na primeira Guerra Mundial foi uma consequência e também um enorme flagelo adicional.

O Ex-Reino ainda conseguia manter o seu Império, à custa do redobrado esforço dos seus heróis e também à custa do empobrecimento cada vez maior.

O Ex-Reino estava num impasse insuportável.

À instabilidade juntava-se agora a pobreza e a ansiedade era cada vez maior.

A mentira persistia, como o domínio dos que usavam os aventais.

José Andrade

Por Portugal.
Pela Casa Real Portuguesa.
A Comissão Coordenadora da Acção Monárquica

1 Comentários:

Anonymous Nuno Castelo-Branco disse...

Gostei do termo invasores. Foi isso o que eles foram em 1910: invasores. Bem pensado, José. Se não se importa, vou começar a usar a expressão para os definir.

13 de abril de 2010 às 02:25  

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