Com tal Professor, haveríamos Rei valoroso, se não o tivessem morto.
« Meu Senhor
Quando Vossa Alteza chegou á idade em que a superintendencia da sua educação tinha que ser entregue a um homem houve por bem El-Rei nomear-me ayo do Principe Real. Foi Sua Magestade buscar-me às fileiras do exército. ( ... )
Escolhendo um soldado para vosso ayo que fez El- Rei? Subordinou a educação de Vossa Alteza ao estado em que se acha o paíz. N'esta epocha de dissolução, em que tão afrouxados estão os laços da disciplina, entendeu Sua Magestade que Portugal precisava mais que de tudo de quem tivesse vontade firme para mandar, força para se fazer obedecer ( ... )
Tão bom Rei, tão bom soldado foi D. Pedro V nos hospitaes como outros no campo de batalha, porque a coragem e abgnação são sempre grandes e nobres seja onde fôr que se exerçam e tudo que é grande e nobre è proprio de Rei e de soldado.
Não faltará ensejo a Vossa Alteza de revelar aquellas qualidades. Não lhe escassearão por certo provações e cuidados, revezes que trazem o desconforto ao espírito. Para todos eles carece Vossa Alteza de estar preparado temperado pela educação, pelo estudo dos bons exemplos pela firme vontade de vir a ser um Principipe digno d'esse nome e do da sua Caza. E para ser Principe é preciso primeiro que tudo ser homem (... )
Do seu ayo muito dedicado »
Este excerto duma carta, dirigida por Mouzinho de Albuquerque a D. Luíz Filipe de Bragança, realça a importância da educação num futuro Chefe de Estado, relevando o crucial da autoridade ( que não autoritarismo ) que advém do exemplo.
Numa época em tudo semelhante à que então carecia desmedidamente de um homem de pulso, espera-se que esta carta não caia em saco roto...
publicado por Cristina Ribeiro
(Fonte: Blogue Estado Sentido")
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