terça-feira, 19 de janeiro de 2010

JOÃO CAMOSSA, UM GRANDE MONÁRQUICO


No próximo dia 26 de Janeiro, pelas 18h30, o Centro Nacional de Cultura vai fazer uma evocação à figura de João Camossa, um dos fundadores do Centro Nacional de Cultura, em 1945, e do Partido Popular Monárquico, em 1974. João Camossa foi um homem de rara integridade e carácter. Um homem ímpar, muitos me dizem! Nos últimos anos, o seu aspecto indigente e a sua introspecção e afastamento da “modernidade” foleira, que assolapa tudo, empurraram-no para um mundo de vago isolamento. Mas nem por isso perdia o génio e inteligência no discurso. E no afecto. Não era um homem simples. Nunca foi. Mas soube viver na humildade. E muito viveu da caridade. Todos o conheciam como monárquico e não menos ficavam espantados com a disparidade do discurso ante o aspecto formal, bom grado, nos seus inseparáveis sobretudos (mesmo de verão). Não era um monárquico de peruca de seda, nunca foi. Talvez por isso, nele, o contraste era um dos seus argumentos mais válidos – a sua veracidade. Ouvia-se pela sua voz.

No dia 26 de Janeiro – curiosamente 5 dias antes da comemoração do 31 de Janeiro que os Republicanos tanto gostam de recordar – o CNC vai homenagear um cidadão que fez mais pela república do que muitos dos seus pseudo-heróis. Eu conto lá estar, se Deus quiser, com algumas das pequeninas folhas que o meu querido primo João trazia sempre no bolso e gatafunhava e riscava com contas aritméticas infindáveis. O que eu tiver de escrever escreverei nos teus papeis, João, porventura algo para te dizer ou para entreter o nosso tempo. Porque o meu amor também passou a ter o tempo do teu sentimento.

Publicada por João Amorim, Centenário da República

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