PORTUGUESES DEVEM VOLTAR A ACREDITAR QUE SÃO «TÃO BONS» COMO OS MELHORES
Bispo do Porto pede prioridade às pessoas para resolver problemas de Portugal e da Europa
APM | D. Manuel Clemente
Lisboa, 28 set 2011 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente, bispo do Porto, disse hoje que a solução para a atual situação de crise em Portugal deve passar pela “atenção às pessoas, a cada pessoa” e pela crença renovada nas capacidades do país.
“Temos todas as condições para mostrar que somos bons, quando nos aplicamos e há condições para isso – algumas já existem e outras podem organizar-se – somos realmente bons e podemos dar o contributo daquilo que transportamos para o devir europeu e até universal”, referiu, em declarações aos jornalistas, em Lisboa
O prelado falava no cinema São Jorge, após a conferência com que inaugurou a sexta edição da Experimenta Design (EXD’11), que este ano é dedicada ao tema ‘Useless’ (inútil/sem uso).
“Nós transportamos para o presente e para o futuro, é isso que nos projeta, uma capacidade de agir, de interagir e reconstruir”, indicou o também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a respeito dos seus concidadãos.
“Somos muito, podemos ainda ser mais”, declarou.
Nesse sentido, o bispo do Porto considerou que o debate em volta da “utilidade e inutilidade” é da “maior relevância num momento de profunda interrogação acerca do presente”, em Portugal e na Europa.
“Quando pensamos em sociedade, pensamos em organizações ou em pessoas que se organizam?”, questionou, convidando a “equacionar toda essa problemática em função do único valor permanente” que são “as pessoas”.
Para o prelado, Prémio Pessoa 2009, “o valor base, o que sobra sempre de qualquer evolução social, qualquer consideração base sobre o que é útil ou inútil é a pessoa”.
“Se estamos mesmo convencidos de que o eixo, o nó, o fulcro de qualquer resolução é a dignidade de cada pessoa humana, revemos as prioridades”, precisou.
“Também organizaremos a sociedade para transportar esse conhecimento adquirido” que é a “valorização da pessoa”, através da “restauração das vizinhanças” e da promoção da “interculturalidade” na “organização das cidades”, acrescentou.
O bispo do Porto admitiu que os portugueses são marcados por “algum pessimismo”, que se contrapõe a uma visão de outros sobre o país, visto como “uma cultura interessantíssima, um ambiente muito agradável”.
Na sua conferência, D. Manuel Clemente apelou a uma utilidade que não reduza as pessoas a “utensílios”, sublinhando “uma complementaridade essencial” no ser humano e na sociedade - pela sua natureza “subsidiária” - que faz que todos sejam “úteis”.
“Entre pessoas, o tempo nunca é dinheiro, porque cada uma delas é o máximo valor”, assinalou também.
Até 27 de novembro, a EXD’11 faz de Lisboa o centro da discussão do design, com 126 iniciativas, repartidas por 49 espaços, entre exposições, conferências e intervenções urbanas de 164 participantes, oriundos de 18 países de quatro continentes.
Para a diretora da bienal, Guta Moura Guedes, a iniciativa foi valorizada pela presença de D. Manuel Clemente, que apresentou aos participantes como uma das “mais importantes figuras da cultura portuguesa”.
OC
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