quinta-feira, 7 de abril de 2011

PORTUGAL - UM BARCO À DERIVA





Roberto-Moniz
Com Pompa e Circunstância tem o Governo e as Autarquias procurado comemorar o centenário da Implantação da República tendo como assistentes os que vivem na sua sombra, mais os que não sabendo fazer nada, a não ser sugar o sangue dos que trabalham para que os seus protectores os vejam.
Uma comemoração que se os Portugueses fossem um Povo capaz de parar para pensarem, rapidamente, se aperceberiam que o Século XX foi na história de Portugal o tempo das maiores tragédias.


1ª – TRAGÉDIA

REGICÍDIO – Aqui começa a primeira tragédia para Portugal. Um punhado de ambiciosos que a única coisa que sabiam fazer era cultivar a vaidade rodeiam-se de gente sem escrúpulos pertencentes a uma sociedade secreta de seu nome Carbonária e conseguem os seus intentos matando o Rei e o filho mais velho, o qual vinha sendo preparado para o substituir. Dessa tragédia apenas ficou a Rainha e o filho mais novo, que para além de frágil não tinha recebido qualquer preparação para o desempenho das funções de Rei. É um facto que nos últimos tempos o reinado de D. Carlos já sofria de fortes convulsões e o País passava por maus momentos políticos, financeiros e económicos, mas era respeitado.


2ª – TRAGÉDIA

IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA- Apesar de terem conseguido matar o Rei D. Carlos, só dois anos volvidos conseguiram, finalmente, dar largas à sua vaidade de poderem mandar servindo-se e servirem os que à sua volta lhes apoiavam deixando assim cair o sonho de um dia virem a ser Barões, Condes, Viscondes e suas respectivas consortes Baronesas, Condessas e Viscondessas, porque com a queda da Monarquia passavam a ter a possibilidade de chegarem aos mais altos cargos que vigora nesse Regime.

Foi o Povo que tomou essa iniciativa? Foi Portugal de Norte a Sul que se levantou repudiando o Regime que vigorava? Ou foram uma dúzia de intelectuais ambiciosos e corruptos que falando em nome do Povo e servindo-se do mal-estar que se verificava conseguiram levar a água ao seu moinho?

Se é verdade que o País passava por enormes dificuldades, não é menos verdade que fomos de mal a pior com a queda da Monarquia. As revoluções sucederam-se quase diariamente, a fome e a miséria alastraram e a solução política como a de enviar Portugueses para uma guerra que não era nossa a I guerra Mundial foi o corolário da mediocridade que se adivinhava.

E assim nos mantivemos até 1928, se bem que em 1926 houve uma tentativa de mudar o rumo, mas como quem tem o poder dificilmente o quer perder, mesmo reconhecendo que há quem saiba fazer melhor, tudo ficou na mesma face às exigências que o Homem que foram buscar a Coimbra fez.

Desesperados porque não conseguiam resolver os problemas voltaram à carga e cedendo às exigências do Doutor António de Oliveira Salazar, professor catedrático da velha e prestigiada Universidade de Coimbra conseguiram que ele viesse fazer aquilo que eles não conseguiam.

Com a vinda desse Grande Português que era POBRE E POBRE MORREU, com mão de ferro, Portugal começou a acertar o passo e passados alguns anos a nação sem crédito, com, entre outras coisas a sua frota mercante aprisionada nos Portos por onde passava por não ter dinheiro para pagar o custo da acostagem e muito menos o combustível para seguir viagem, passou para um País credível com uma moeda forte e Respeitado.
E assim Portugal viveu 40 anos. Seria, da minha parte um erro imperdoável se dissesse que tudo tinha sido maravilhoso, infelizmente, não foi nem podia ser. Muitas injustiças foram cometidas, muitos pagaram por aquilo que não fizeram, muitos valores se perderam pelo caminho, muitas vozes bem-intencionadas foram mal entendidas, na medida em que por vezes foi utilizado o velho e imperfeito ditado "quem não é por mim é contra mim", mas o ser humano é assim, um ser imperfeito e é impossível fazer só o bom, também faz coisas más. Contudo, ninguém poderá negar que foram 40 anos de sossego, de respeito pelas pessoas, desde os mais velhos aos mais novos, onde a autoridade Escolar, Civil e Militar ninguém ponha em causa, onde até podíamos dormir com a chave na porta, ao contrário do que sucede hoje, nem a sete chaves estamos seguros.

A Educação é um caos, a Justiça não funciona, a Autoridade dos Pais, dos Professores e dos demais agentes do ensino não existe, os Agentes da Autoridade, apesar do esforço que fazem são, por vezes ridicularizados. Em fim, é um País à deriva, cada um faz o que quer porque a maior parte da População confunde LIBERDADE COM LIBERTINAGEM.


3ª- TRAGÉDIA

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS – Não está em causa a revolução em si, o que está em causa é a razão por que a mesma veio à luz do dia. Os nossos célebres capitães, arvorados em heróis e com o slogan de fazerem a revolução derrubando o Governo para abrir caminho à Democracia, não corresponde à verdadeira razão. O verdadeiro motivo prende-se com o Decreto-Lei Nº. 353/73 de 13 de Julho de 1973 que com a necessidade de oficiais abria a possibilidade de milicianos poderem vir a preencher as carências existentes depois de preencherem certos requisitos que os tornavam oficiais do quadro sem terem passado pelo mesmo tempo de estudo e preparação que os alunos da Academia Militar.

Os militares de esquerda, vendo chegada a sua hora para entregarem Portugal ao País da sua preferência e consequentemente todo o Ultramar, e porque o único Partido Político organizado era o Comunista a ele se juntaram e tudo fizeram para levar por diante a sua vontade, o que acabava por ser para Portugal o sair de uma Ditadura de Direita para passar a ser uma Ditadura de Esquerda muito mais feroz.

Se a ideia não foi avante o facto deve-se aos Países Ocidentais que se levantaram (porque isso lhes afectava) e tomaram as providências para que tal não acontecesse. Então os nossos heróis para não ficarem mal na fotografia trataram de proclamar que o movimento era para restituir a Liberdade a Portugal e acabar com a ditadura.

E a melhor prova da sua vontade reside naquilo que eu chamo.


4ª – TRAGÉDIA

A quem foi entregue o nosso Ultramar? A movimentos Democráticos? Não me parece, tudo foi entregue aos movimentos Comunistas – MPLA, PAIGC, FRETILIN, etc.

Se bem me fiz entender tudo nasceu, não por vontade e para bem de Portugal, para melhorar a vida dos que por cá teimaram em ficar lutando pelo seu desenvolvimento e cumprindo, sempre que chamados o seu dever cívico, mas para se servirem a si mesmo.

Por isso estamos como começamos TORTOS, e assim vamos continuar na esperança que um dia uma GERAÇÃO se levante e diga BASTA. Tome as medidas que se impõem para bem de Portugal e dos Portugueses, visto que a classe política existente já deu provas de que o que melhor sabem fazer é pensar em si.

Escrito por Roberto Moniz no "Diário dos Açores"
Publicado por Rui Monteiro no blogue "Causa Monárquica"

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