sexta-feira, 18 de março de 2011

OS DUQUES DE BRAGANÇA

D. Afonso, 1º duque de Bragança (Cabeço de Vide 10.08.1377 – Chaves 15.12.1461).

D. Fernando, 2º duque de Bragança (Chaves 1403 – Vila Viçosa 1.04.1478).
Seuavô D. Nuno Álvares Pereira doou-lhe, em 1422, o condado de Arraiolos eas terras que possuía no Alentejo. Participou nas expedições a Áfricaem 1437, como condestável da armada na expedição a Tânger, 1458 e 1463.Foi governador de Ceuta entre 1445 e 1450. D. Afonso V fê-lo marquês deVila Viçosa (1455). Em 1461 tornou-se no 2º duque de Bragança,fazendo-lhe o monarca a mercê de elevar Bragança a cidade. Em 1471, D.Afonso V ausentou-se para a conquista de Arzila, nomeando D. Fernandoregente do Reino.

D. Fernando, 3º duque de Bragança (1430 – Évora 1483).
AcompanhouD. Afonso V, de quem era amigo, nas expedições a África em 1458, 1463 e1471. Fronteiro-mor no Norte de Portugal (1462), tornou-se conde(1462-1463) e duque de Guimarães (1470). Por morte de seu pai, veio aser, em 1478, 3º duque de Bragança. Conselheiro de D. Afonso V, foi osenhor mais poderoso de Portugal. No ano de 1483, D. Fernando, foidegolado sumariamente em Évora, por ordem de D. João II, que sefundamentou na alegada prova de participação em conspirações politicase alianças secretas com Castela. O Rei desta forma eliminou o primeiroe mais poderoso nobre do País e viabilizava o robustecimento dacentralização e pessoalização do poder real, pelo que os descendentesdo duque de Bragança se viram obrigados a fixarem-se em Castela.


D. Jaime, 4º duque de Bragança (1479 – Vila Viçosa 20.09.1532).
Filhodos terceiros duques, D. Fernando e D. Isabel, e sobrinho de D. ManuelI. com a restauração da Casa de Bragança, em 1496, D. Manuel Ipropiciou a seu sobrinho o duque D. Jaime o início de uma nova época deengrandecimento, que treze anos de suspensão e exílio tinhaminterrompido, sendo a devolução vista, segundo o Rei, não «como cousasperdidas a que nos hora novamente tornamos, mais que usem dellas comode cousas que nunca perderão». Em contrariedade ao expresso notestamento de D. João II, D. Manuel I restituiu, a todos os níveis, asantigas prerrogativas do ducado e demonstrou tal proximidade a D. Jaimeque no ano seguinte lhe conferiu o estatuto de herdeiro presuntivo daCoroa. Propôs a D. Manuel I a conquista de Azamor. Comandando umapoderosa armada de 400 velas, que levaram 2500 cavaleiros e 18000infantes, apoderou-se dessa praça marroquina. Em 1520, voltou a casar,dando inicio, no ano seguinte, à construção do Palácio Ducal de VilaViçosa. D. Jaime em muito contribuiu para alargar a influência da Casade Bragança.


D. Teodósio, 5º duque de Bragança desde 1532 (morreu em Vila Viçosa a 20 de Setembro de 1563).
Foiseu mestre o humanista Diogo Sigeu. Em Dezembro de 1540 foi nomeadoFronteiro-mor das províncias de Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes.Concluiu o Palácio de Vila Viçosa e nessa vila fundou o Convento daGraça, onde, obtida a aprovação pontifica, em 13 de Julho de 1560,começou os trabalhos para a instalação de uma universidade com osmesmos privilégios da de Coimbra. Dotado de grande cultura era muitodado às artes e em especial à pintura e à escultura. Tinha agentes portoda a Europa: os elementos por eles enviados constituem váriosvolumes, aos quais deu o título «Os Livros de Muitas Cousas».



D. João, 6º duque de Bragança (morreu em Vila Viçosa a 22 de Fevereiro de 1583).
Em1563 casou com D. Catarina, sua prima, filha do infante D. Duarte e deD. Isabel, irmã de seu pai. Quando D. Sebastião realizou a primeira idaa África quis que o duque o acompanhasse, ficando o governo do ducado aD. Catarina (1574). O duque foi a essa expedição, levando 600cavaleiros e 2.000 infantes das suas terras; preparava-se também parair com o Rei à segunda e desastrosa expedição de 1578 quando febresviolentas o obrigaram a ficar. Enviou por isso, para acompanhar o Rei,seu filho D. Teodósio, futuro duque de Bragança.


D. Teodósio, 7º duque de Bragança (Vila Viçosa 28.04.1568 – Vila Viçosa 29.11.1630).
Emvirtude de seu pai se encontrar doente, apenas com 10 anos de idadeacompanhou as 800 pessoas, entre soldados e criados, com que a Casa deBragança contribuiu para a Batalha de Alcácer Quibir. Apesar da poucaidade nela tomou parte, tendo ficado ferido na cabeça e feitoprisioneiro até Agosto de 1579. Viria a ser libertado por ofíciospessoais de Filipe II, de Espanha, e das instâncias do cardeal D.Henrique. Foi um dos pretendentes mais empenhados na crise de sucessãodinástica (1578-1580) por morte de D. Henrique, reivindicando o direitoao trono português, acabando por se ver envolvido no velado contenciosopolítico existente entre Portugal e Castela, que lhe valeu a «retenção»prolongada em casa do duque de Medina-Sidónia, só regressando a VilaViçosa em 1580. Em 1583, com a morte de seu pai, e contando apenas 15anos de idade assumiu o ducado, sendo a sua gestão inicial tutelada porsua mãe D. Catarina, a quem Filipe II propõe casamento, ao que aduquesa manifestou recusa frontal, que ficou célebre e que,politicamente, ressalvava os interesses de seu filho D. Teodósio, àcoroa usurpada. Sendo já duque defendeu Lisboa, em 1589, do ataque dosingleses, comandados por Drake. Foi pai de D. João IV.

D. João IV, Rei de Portugal, 8º duque de Bragança (Vila Viçosa 18.03.1604 – Lisboa 06.11.1656). 


D. Teodósio, 9º duque de Bragança (Vila Viçosa 8.02.1634 – morreu a 6 de Dezembro de 1653).
Primogénitodo Rei de Portugal, D. João IV e da Rainha D. Luísa de Gusmão. Herdeiroda coroa portuguesa e 1º Príncipe do Brasil, título especialmentecriado em sua honra, enquanto herdeiro do trono, por carta de seu paide 27 de Outubro de 1645.

D. Afonso VI, Rei de Portugal, 10º duque de Bragança (Lisboa 21.08.1643 – Sintra 12.09.1683).

D. João V, Rei de Portugal, 11º duque de Bragança (Lisboa 22.10.1689 – Lisboa 31.07.1750).

D. José I, Rei de Portugal, 12º duque de Bragança (Lisboa 06.06.1714 – Lisboa 24.02.1777).

D. Maria I, Rainha de Portugal, 13ª duquesa de Bragança (Lisboa 17.12.1734 – Brasil, Rio de Janeiro 20.03.1816).

D. José, 14º duque de Bragança (Lisboa 20.08.1761 – Lisboa 11.09.1788).
Filhoprimogénito da Rainha D. Maria I e de seu consorte, D. Pedro III, foititulado 1º Príncipe da Beira por seu avô materno ao nascer. Herdeiroda coroa portuguesa, faleceu prematuramente.

D. João VI, Rei de Portugal, 15º duque de Bragança (Lisboa 13.05.1767 – Lisboa 10.03.1826).

D. Pedro IV, Rei de Portugal, 16º duque de Bragança (Queluz 12.10.1798 – Queluz 24.09.1834).


D. Miguel I, Rei de Portugal, 17º duque de Bragança (Queluz 26.10.1802 – Áustria, Bronnbach 14.11.1866).

D. Maria II, Rainha de Portugal, 18ª duquesa de Bragança (Rio de Janeiro 04.04.1819 – Lisboa 15.11.1853).

D. Pedro V, Rei de Portugal, 19º duque de Bragança (Lisboa 16.09.1837 – Lisboa 11.11.1861).


D. Carlos I, Rei de Portugal, 20º duque de Bragança (Lisboa 28.09.1863 – Lisboa, assassinado no Terreiro do Paço 01.02.1908).

D. Luiz Filipe, 21º duque de Bragança (Lisboa 21.03.1887 – Lisboa, assassinado no Terreiro do Paço 01.02.1908).
Primogénitodo Rei D. Carlos e de D. Amélia. Jurado príncipe herdeiro em 1901.Príncipe da Beira e duque de Bragança e de Saxónia, em 1907,acompanhado do ministro da Marinha, Aires de Ornelas, visitou osterritórios portugueses em África.


D. Miguel (II), 22º duque de Bragança (Kleinheubach 19.09.1853 – Áustria, Seebenstein 11.10.1927).
Foi o único filho varão de D. Miguel I e de sua consorte, D. Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg.

D. Duarte Nuno, 23º duque de Bragança (Seebenstein 23.09.1907 – Lisboa 24.12.1976).
Filhode D. Miguel II de Bragança e de D. Maria Teresa deLöwenstein-Wertheim-Rosenberg. Casou com D. Maria Francisca de Orleãese Bragança, bisneta do Imperador D. Pedro II do Brasil. É pai do actualduque de Bragança.

D. Duarte Pio, 24º duque de Bragança (Berna, Legação de Portugal 15.05.1945)


(Texto adaptado do livro Reis e Rainhas de Portugal)

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