DECLARAÇÃO PÚBLICA SOBRE A EVOLUÇÃO DO PDR NO CONTEXTO DO MOVIMENTO MONÁRQUICO PORTUGUÊS
Caros amigos,
Caros simpatizantes,
Caros seguidores,
do PDR – Projecto Democracia Real,
Este Projecto nasceu há 6 anos e rapidamente começou a preencher um vazio no dia-a-dia do Movimento Monárquico Português. De um Fórum para a Blogosfera e Redes Sociais, o PDR tem demonstrado uma estratégia global de divulgação do Ideal Monárquico Português, como nunca se tinha visto antes. Neste última fase estamos a passar à acção nas ruas, junto da população, como foi em Aveiro, em Sintra e agora amanhã, Domingo, 19 de Setembro de 2010, em Lisboa.
Esta última fase tem sido crucial. Eu e os que compõem a Administração do PDR juntámo-nos a outros Monárquicos que têm provado as suas capacidades de defesa do Ideal Monárquico em várias frentes e criámos um “Movimento de Unidade Monárquica”, nos comprometendo em procurar estar o máximo de vezes possível nas ruas junto dos nossos concidadãos, já que a última grande arruada Monárquica, foi em 4 de Outubro de 2009 e nem sequer no 1.º de Fevereiro deste ano, foi organizada uma romagem ao Terreiro do Paço, alegando que as obras não permitiriam uma digna e devida homenagem a Sua Majestade o Rei Dom Carlos I e a Sua Alteza Real o Príncipe Dom Luís Filipe, organizando, apenas e só uma Missa, como se todos os Monárquicos fossem Cristãos e Católicos. Está provado hoje, mais do que nunca, que não o são.
Na equipa do PDR, inclusivé, temos um Judeu Sefardita e agrada-nos imenso.
Nenhuma tendência religiosa, política, sexual, etc… faz de uma pessoa mais monárquica do que as outras que se consideram tradicionalmente monárquicas com aquela “finesse” toda, como quem vai participar num baile de Valsa na Corte de Viena do século XIX…
Temos provado que temos saído à rua e que o povo vem ter connosco. Temos provado que ser Monárquico é ser diferente. Se bem que, há ainda um longo caminho a percorrer. A Internet tem cegado as pessoas que se dizem Monárquicas. É um meio de divulgação absolutamente imprescindível, sem dúvida alguma, mas é fundamental a troca de argumentos, em respeito democrático, com a população. Por experiência própria, nas arruadas de Aveiro e sobretudo Sintra, muita gente concordou com o que estávamos a fazer, nos dando total apoio e até se querendo juntar ao Movimento!
Esta foi, sem dúvida, uma grande lição.
Mas retomando o ponto de partida desta declação pública é fundamental tecer alguns comentários, bastante animadores:
- O PDR está a bater todos os records de simpatia no Facebook. Na página de perfil estamos a chegar aos 2000 membros. No Grupo de amigos do PDR, passámos há dois dias dos 1000 membros. E quero aqui frisar que não se trata apenas de Portugueses residentes em Portugal, mas também Portugueses Emigrantes, Luso-Descendentes, Monárquicos Europeus, Monárquicos da América Latina e até de outras partes do Mundo.
- O PDR neste momento tem excelentes relações, que só não se tornaram mais fortes, porque estamos limitados a ser um projecto voluntário, não somos um movimento oficial que nos permita fazer mais.
- Temos um Site inaugurado recentemente, temos um Blogue e um Canal no Youtube. Somos seguidos não só e sobretudo em Portugal, mas também noutros pontos do globo. Onde há um Português, podemos pensar que há um Monárquico ou um possível Monárquico.
Temos também boas relações com Monárquicos ligados à Causa Real e Reais Associações. Contudo, lamento ter que afirmar aqui, que não concordo com o rumo que a Causa Real está a seguir. O ano de 2010 ficará gravado na minha memória e na memória de muitos monárquicos que conheço, como um ano perdido para o Ideal Monárquico. Não foi, como cheguei a prever, traçada uma estratégia política de alternativa democrática monárquica à república portuguesa que comemorará muito em breve 100 anos de existência.
A Causa Real tem se afastado do Povo, e está provado. Não é o facto de amanhã se ir fazer uma arruada em Lisboa com membros da Real Associação de Lisboa e outras Reais Associações, que alterará o rumo dos acontecimentos. Os espaços net monárquicos da Causa Real, excepção de duas Reais Associações, não são devidamente actualizados.
Lembro-me perfeitamente no Congresso da Causa Real de 2009, o Dr. Paulo Teixeira-Pinto, ter apelado a um maior “Profissionalismo” no movimento oficial e é o que se tem visto que, sinceramente, não me merece mais nenhum comentário, pois é uma perda de tempo. Apenas quero sublinhar que nem com voluntários na net, os que tinham por obrigação fazer mais e melhor a nível oficial, aprenderam alguma coisa. Não só afastam a Monarquia do povo, não dando a este nenhuma hipótese de ouvir algo de diferente que lhe dê esperança, como também, nem na Internet há a capacidade de trabalho como há nos que todos os dias praticam o voluntariado em nome da Causa em que acreditam.
O amadorismo, a surdez, a mesquinhez, as más línguas, que eu também fui vítima e tenho a certeza de que continuo a ser alvo, demonstram o caminho que a Causa em que tenho acreditado está a traçar. Não há uma estratégia de Marketing Político sério, não há uma estratégia política em resposta à Crise Nacional que todos os Portugueses sofrem neste preciso momento na pele. E quando temos um líder da Causa Real, que foi ou ainda é, Presidente da Comissão do PSD para a Revisão Constitucional, que vem dizer à imprensa que “não (tenho) que impor as minhas convicções pessoais ao projecto constitucional do partido.”Jornal i – 17 de Setembro 2010; pergunto-me se é o único militante e dirigente do PSD que é Monárquico? É que neste ponto, de revisão Constitucional para alterar a alínea b) do artigo 288.º nem está em questão ser-se ou não Monárquico, mas sim, lutar por uma mais Democrática Constituição, permitindo, em última instância, criar uma nova esperança junto do povo, para que um dia possamos pedir uma mudança de tipo de Chefia de Estado. Acima de tudo, é lutar pela Democracia que falta e que, ainda vai tardar.
Confesso que fiquei totalmente desiludido quando me dei realmente conta que o Dr. Teixeira-Pinto, não iria procurar lutar, ao menos, pela Democracia na Constituição, preocupando-se mais com outras situações, não digo que não sejam menos importantes para a Sociedade Portuguesa, mas ao fim de 36 anos de III República, já deu para perceber o caminho que está reservado a Portugal, se não alterarmos rapidamente a Constituição que permita um Referendo à República e a esperança numa Monarquia Parlamentar.
O afastamento da Causa do povo, é muito infeliz. Repito, não será por amanhã ir haver uma Arruada em Lisboa, que retirarei uma única palavra do que afirmo. Sei de fonte segura que vai continuar a ser assim, até que um dia o futuro do Movimento Monárquico, tenha que passar, forçosamente por uma ruptura com um certo passado e elites.
Quando o povo se junta a nós e apoia as nossas acções de rua, bem vemos no olhar deste mesmo povo, que quer uma alternativa, mas infelizmente, alguns lideres monárquicos ainda não perceberam e preferem estar quietinhos no seu cantinho, organizando uns jantares e almoços, uma touradas e umas Missas (Deus me perdoe se peco), deixando para segundo ou terceiro plano, a abordagem à população, a informando das vantagens concretas da Monarquia.
Só que infelizmente, nem a Juventude sabe defender a Monarquia, nem tem uma estratégia, como acontece, por exemplo, nas Juventudes Partidárias.
É muito fácil estar na Internet, no Facebook, e a dizer “que gosto”, clicando. E o resto? Não?
Continua a não haver uma formação política dos jovens monárquicos, para que estes possam condignamente defender o ideal monárquico, sem terem que defender as suas cores político-partidárias.
Muita gente ainda não percebeu que a Monarquia não tem nada a ver com os Partidos Políticos, seus Valores e Programas Eleitorais.
A Monarquia está acima de tudo isso! O Rei terá que lidar com Primeiros-ministros Socialistas e Sociais-Democratas ou membros de governo coligados de outros partidos ou receber em audiências Comunistas, Bloquistas, Socialistas, Repúblicanos e Monárquicos; no fundo, o Rei terá que ser o Rei de todo o espectro da Sociedade Civil que cada parte desta, tem valores próprios e que não a fazem menos portuguesa do que os outros, só porque uma parte defende o casamento gay e outra parte é a favor do aborto, ou contra os casamentos gay e contra o aborto, etc…
Uma coisa são os partidos políticos outra coisa é a defesa da Monarquia Parlamentar e Democrática, suprapartidária, isenta e independente.
Daí, modéstia à parte, o sucesso (relativo, claro) do Projecto Democracia Real. A Monarquia tem que se dar tão bem com os Comunistas como com os Centristas. A Monarquia tem que se dar tão bem com os Bloquistas, como com os Sociais – Democratas e Socialistas, etc… A Monarquia tem que se dar tão bem com os Católicos, como com os Muçulmanos, Judeus, Protestantes, Budistas, etc…
A Monarquia é um Regime Universal por natureza. Une todos e nunca divide, daí o sucesso na Holanda, na Suécia, na Noruega, no Reino Unido, em Espanha, etc…
Em Monarquia podemos ser repúblicanos e aceitar o regime. A Monarquia é um Regime Democrático e Plural no seu todo.
Agora a questão é: O que vai ser da Monarquia, com esta apatia monárquica relativamente ao Centenário da Republica? O que vai ser da Monarquia, no próximo ano, com a transladação dos restos mortais de Sua Majestade a Rainha Dona Maria Pia para Portugal, com o Centenário da primeira Constituição Repúblicana, entre outros assuntos?
Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte, tem como dever, afirmar-se como o Rei dos Portugueses e tomar uma posição clara, publicamente, relativamente à situação real do País, afirmando como alternativa possível, a Monarquia. Não suporto a ideia de existirem Monárquicos que não confiam nas capacidades do seu Rei. Acho aberrante, pois são certamente os primeiros, na mesma, a quererem o cumprimentar para ver se calha a “medalhinha”, como quem participa nas Olimpíadas. E outra coisa que me faz imensa confusão, é existirem monárquicos que estão sempre à espera que os voluntários façam tudo! Meus senhores, olhem-se ao espelho, por favor e pensem nas vossas atitudes que destroem cada vez mais a imagem da Monarquia junto do povo que só quer ter dias melhores.
Infelizmente, muitos monárquicos, não têm a menor ideia do que é viver uma vida dificil e de sacrificios, é por isso que não lutam no terreno pela restauração da Monarquia. Muitos amanhã, acredito, irão aparecer de fato e gravata, porque acham que irão fazer bela figura junto do povo, quando vão prejudicar ainda mais a imagem monárquica. Menos formalismo e teremos mais apoio de quem mais precisa de esperança!
A Monarquia só tem uma hipótese e é os monárquicos na rua, em arruadas por todo o País.
Posto isto, os senhores que acham que com esta declaração estou a prejudicar a Causa, podem me demitir de todas as funções a que estou nomeado, pois não preciso desses cargos para nada, ao contrário de alguns que conheço.
Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte de Bragança sabe, ou deveria saber, que sou demasiado frontal, sério e honesto, para não precisar de nenhum cargo em particular, para ser e continuar a ser Monárquico e Leal Servidor da Causa de Portugal.
Quem me conhece verdadeiramente também o deveria saber.
E aqueles que ainda pensam que traí Sua Alteza Real há uns anos atrás, quando eu era adolescente e troquei, por ingenuidade própria da idade, correspondência com quem não devia, deviam de meter o seguinte na cabeça:
- Tenho por Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte de Bragança, a maior Consideração e Estima. Esta consideração e estima é como se fosse de filho para pai. O Rei é o Pai da Nação, é o Sucessor do Fundador do Reino. A Reverência e o Respeito que tenho por Sua Alteza Real e toda a Família Real, não há, nem nunca houve, dúvidas sobre quem é o Rei e a quem devo Lealdade.
Quem não percebe ou fará de conta de não perceber estas palavras, certamente, será quem não tem respeito, sequer pela Pátria, quanto mais pelo Rei.
Por fim, em vários domínios da minha vida, farei da luta por Portugal, a Democracia e o Rei, a razão de ser da minha Vida, porque o nosso País precisa do Rei, mas não precisa de uma classe de monárquicos que se refugia na Internet, dá Vivas ao Rei em Jantares (e na Internet) e não faz nenhum pela Restauração.
Mais uma vez repito: se demonstrei ser inconveniente para a Causa Real e a Real Associação de Lisboa, das quais sou Dirigente – da primeira no Conselho Monárquico e da segunda do Nùcleo de Sintra – demitam-me, pois eu não me demitirei das minhas funções ao serviço da Pátria e do Rei em nome de um futuro melhor para Portugal e o Povo Português.
Quem me odeia, pode-me odiar ainda mais; os cães ladram e a caravana passa.
Lutarei sempre, em nome de um melhor futuro, e a Família Real, poderá contar sempre com o Projecto Democracia Real.
Não darei Vivas ao Rei daqui para a frente na Internet. Fá-lo-ei nas ruas, junto do Povo a quem desejo tanto bem.
David Garcia
PDR-PROJECTO DEMOCRACIA REAL
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