terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

MONARCHIA LVSITANA: celebrar a barbárie republicanista?

Durante 2010 a III.ª república portuguesa (descendente do país republicanista que em 1910 substituiu PORTVGAL) gastará rios de dinheiro para celebrar e comemorar um evento dramático e catastrófico que mergulhou Portugal no caos, na pobreza, no atraso, na ditadura e na guerra. Durante um ano a História da I.ª república (com seus crimes, desvarios, escândalos e tumultos) será branqueada e mitificada.


Estandarte carmim de El-Rei Dom Sebastião, o Desejado

De 1139 a 1910 PORTVGAL teve 35 Chefes de Estado (incl. os felipes de má memória). 35 monarcas em 771 anos. De 1910 a 2010 a república portuguesa teve 20 (vinte!) Chefes de Estado. 20 presidentes em 100 anos. Governos nem vale a pena contá-los. 20 Chefes de Estado teve PORTVGAL de 1139 a 1598 (incl. as 2 primeiras dinastias e o reinado do usurpador Felipe II, ou seja, 459 anos de história). A I.ª república, que durou 16 longos anos de caos político e social, teve 9 presidentes, o mesmo número de Chefes de Estado da I.ª dinastia (que durou 246 anos).



100 anos de república, 20 presidentes = anarquia + ditadura + deriva

O erário público (ou seja, os nossos impostos) pagará a factura da celebração de 16 anos de ANARQUIA/CAOS, 48 anos de DITADURA/ISOLAMENTO e 36 anos de DERIVA/IMPLOSÃO (a sequência natural desta série infernal será, inevitavelmente, ninguém duvide, a sua repetição).

No ano passado de 2009 cumpriu-se o 900.º aniversário natalício do primeiro Chefe de Estado de Portugal, El-Rei Dom Afonso I, o Fundador. Também no ano passado, o maior português de sempre, Dom Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal, foi reconhecido como Santo pela Igreja Católica. Foram eventos que transcenderam todas as orientações políticas e religiosas. Onde o júbilo nacional? onde as celebrações faustosas? onde as iniciativas comemorativas? onde a homenagem pública a dois grandes portugueses a quem Portugal deve crucialmente a Sua existência?

Quando me falam da I.ª república (e vamos já em pelo menos três, qual delas a pior) penso apenas em duas coisas:

o bombardeamento do Palácio das Necessidades pelos cruzadores “Adamastor” e “São Rafael” numa tentativa bárbara de assassinar a Família Real (alguém consegue imaginar isto hoje e celebrar tal coisa, dois navios de guerra fundeados no Tejo a dispararem morteiros sobre a residência do Chefe de Estado de Portugal?);

o nome do Nosso País (PORTVGAL), que em 5 de Outubro de 1910 foi suprimido. Obliterado. Não vivemos em Portugal, vivemos na (apagada e vil tristeza da) república portuguesa. Não temos nome, nem rumo, nem identidade, enquanto estado soberano, desde 1910.

Estes dois simples factos consubstanciam suficientemente, penso, o carácter anti-nacional do republicanismo jacobino e liberal.


Viva o Rei!

António Emiliano (*)

Post notam: Participei ontem (17 Fev) num debate sobre “A república: lugar da utopia?” com a participação Fernando Rosas (professor catedrático de História na FCSH/UNL, meu distinto colega), moderado por Carlos Pinto Coelho (com quem é sempre um prazer estar e conversar) na Biblioteca Municipal de Oeiras. Sobre o debate pouco tenho a dizer de interessante. Fernando Rosas é um orador brilhante e um insigne historiador e, por razões que nos escapam aos dois, fomos, aparentemente, convidados para dois eventos distintos, não para aquele que ontem teve lugar. Rosas deu uma visão objectiva (de historiador que domina perfeitamente as fontes e os factos) da génese da I.ª República e das razões do seu falhanço. Optei por discutir o conceito de utopia (coisa arrepiante quando aplicada à vida dos povos de das nações) enquanto expressão de uma visão pessimista da natureza humana, logo, das sociedades humanas, e por afirmar a necessidade de um Chefe de Estado em Portugal cujo particularismo (ou interesse pessoal) coincida plenamente com o Interesse Nacional. No meu entender tal só é possível numa monarquia hereditária. De resto, lembro-me de que estava (muito) constipado e muito anti-histaminizado e de que houve um cretino que me perguntou se eu não me sentiria melhor com um cachecol azul ao pescoço do que com o cachecol cor-de-laranja que levava (Paul&Shark, acrescento, de lã e caxemira — será que estes cromos pensam que as cores do espectro são marcas registadas de partidos/ideologia políticas?); rosnei-lhe apenas se queria saber também qual era a cor da minha roupa interior (não tenho obviamente futuro na política). Bom, lá estive, como cidadão forçado da república portuguesa, cumprindo o melhor que podia o ingrato dever de debater o que deveria ser indebatível: todas as utopias transformadas em ideologias geram quantidades ingentes de sofrimento humano, ruína, ditadura, pobreza, guerra e caos. Todas acabam com uma herança terrível que leva gerações a superar. O brilhantismo científico de Fernando Rosas mostrou isso de forma clara. Os crimes e desmandos das 3 repúblicas portuguesas estão à vista de todos e é evidente para outros que precisamos de uma mudança de paradigma, ao nível espiritual e intelectual, municipal, parlamentar e da chefia do Estado.


(*) ANTÓNIO EMILIANO (António Henrique de Figueiredo Pedro de Albuquerque Emiliano) nasceu em 1959. Tem dois filhos e uma enteada, é casado, e vive em Lisboa. Membro do Conselho Monárquico da Causa Real. Membro cooperador (não praticante) da Sociedade Portuguesa de Autores, sócio fundador da Associação Portuguesa de Linguística e membro do Conselho Editorial de BABEL. Professor de Linguística da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona desde 1984. Desenvolveu actividade musical continuada até 1996. Interrompeu-a para se dedicar à docência e investigação. Retomou-a em 2005 por razões de saúde. Autor de, entre outras coisas totalmente irrelevantes, ‘Foi você que pediu um acordo ortográfico?’ e ‘O Fim da Ortografia’ (Guimarães Eds., 2008), ‘Fonética do Português Europeu’ (Guimarães Eds., 2009), ‘Apologia do Desacordo Ortográfico’ (Verbo, BABEL, 2010). Co-autor e 2.º signatário da petição Manifesto em Defesa da Língua Portuguesa Contra o Acordo Ortográfico (120.000+ assinaturas).


Fazedor de música cénica e ambiências musicais híbridas com instrumentos e plataformas digitais, desde 1985.

Embaixador Roland (Roland Systems Group/Roland Iberia), no âmbito do Programa Roland para a Co-Criação de Valor (Roland Value Co-Creation Programme).
 
(Fonte: Facebook)

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial